Câncer

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01- Gênese das neoplasias: explique em linhas gerais o mecanismo de ação dos oncogenes e de um gene supressor tumoral.

Todo tecido humano possui células que apresentam em seu DNA os protoncogenes (genes presentes em todas as células e possui a função de controlar a proliferação, crescimento e diferenciação destas). Tais genes, através de fatores carcinogênicos (físicos, químicos, biológicos) e/ou mutação podem perder sua natureza normal em alguns indivíduos, alterando a diferenciação celular e o tempo de duração do ciclo celular originando uma qtde celular anormal: a neoplasia. Tais genes passam a se chamar oncogenes. Os genes supressores existem normalmente na célula e regulam o crescimento celular (regulando transcrição e ciclo celular). Controlam também a atividade dos protoncogenes “suprimindo” o estímulo para divisão celular.

02- Imunohistoquímica: explique 3 principais indicações desta técnica e exemplos.

Histogênese de neoplasias morfologicamente indiferentes (Ex: CD, CDX, desmina).Subtipagem (imunofenotipagem) de neo com a morfologia já classificada (CD20+ linfócito B).

Produtos de síntese de células neoplásicas (carcinóide – tumor semelhante ao carcinoma)Diferenciação entre processos neoplásicos e lesões reativas (bcl-2 – gene controlador de mitoses de células da mama (inibe a apoptose)).Marcadores prognósticos (receptores hormonais, oncogenes, genes supressores tumorais, angiogênese tumoral)Agentes infecciosos (HPV, HTLV-2, Epstein Barr, H pilory).

04- Neoplasias epiteliais e não epiteliais: 5 exemplos de cada e critério para nomenclatura.

Benignas – adiciona-se sufixo OMA ao nome do tecido que imita (lipoma, fibroma, adenoma, leiomioma, neuroma).Maligna epitelial – adiciona-se carcinoma (carcinoma papilar, adenocarcinoma, carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, carcinoma hepato-celular).Maligno não epitelial – adiciona-se sarcoma (osteossarcoma, leiomiossarcoma, rabdomiossarcoma, lipossarcoma, fibrossarcoma).Há exceções à regra (melanoma é maligno), além de epônimos (tumor de Ewing)

05- Efeitos das neo no organismo: formas e exemplos respectivos.

Deformidades, obstrução funcional (insuficiência hepática) ou anatômica (icterícia), desintegração do tumor (anemia), competição nutritiva (desnutrição), alterações psíquicas (suicídio), efeitos peculiares (dor, efeitos endócrinos).

 06- Difusão e crescimento das neoplasias.

Crescimento:  Expansivo – qdo ocorre do centro para a periferia, comprimindo ou deslocando estruturas vizinhas (característicos de benignos)Infiltrativo – qdo invade tecidos ou órgãos vizinhos (característica de malignos) “In situ” – qdo o crescimento, apesar de maligno, não ultrapassa os limites do tecido no qual ele cresceu.

Difusão: Contigüidade – invasão de tecidos vizinhos.Metástases – via linfática (carcinoma) ou sangüínea (carcinoma, sarcoma).Implantação – células se deslocam e caem em outro lugar, geralmente via “cirurgião” (raro)

07- Anaplasia: conceito e importância.

Anaplasia significa regredir, é uma característica básica da transformação maligna, implicando a reversão de um alto nível de diferenciação para um nível inferior. É caracterizado por desarranjo celular, polimorfismo celular e nuclear, hipercromasia, mitoses atípicas, caráter invasivo. Qto mais longe da maturidade, maior o grau de anaplasia. Grau máximo: células totalmente indiferenciada, mais imatura possível.

 08- Bases de classificação das neo.

São classificadas em: simples (histióides, constituídas por 1 tecido podendo ser epitelial ou não epitelial), mistas (mais de um tecido), complexas (quando constituída por tecidos derivados dos 3 folhetos embrionários: coristomas, hamartomas, teratoma maturo e imaturo).

 10- Neoplasias + freqüentes no Hom. e Mulh. Modos de difusão.

H: pulmão, trato urinário, próstata, coloretal, lipoma. M: pulmão, coloretal, trato urinário, ovários, útero, mamas, lipoma.

 11- Cite 5 neoplasias designadas por epônimos, suas respectivas naturezas e se são malignas ou não.

Sarcoma de EWING: maligno, ósseo.Tumor de WILMS: maligno, rim.Linfoma de HODGKINS: maligno, linfaSarcoma de KAPOSI: maligno, peleTumor de ZOLLINGER-ELLISON: benigno, duodeno, tec moles peripancreáticos e páncreas.

12- Qual o significado e importância do estadiamento anatomopatológico

Estadiamento é feito por regras da UICC (TNM) onde são avaliados o estadiamento clínico, radiológico, laboratorial, anatomopatológico e psíquico. É feito para avaliar o tumor e serve para deduzir o tratamento a ser adotado. É feito pela análise do tumor, linfonodos e metástases. Princípios e importância: fornece ao clínico/oncologista dados para protocolo, indica provável prognóstico, permite assistir e avaliar os resultados do tratamento, permite obter troca de informações entre outros centros de estudos das neoplasias, contribui para a continuidade da investigação das neoplasias em geral.

13- Graduação das neoplasias, conceito importância e 4 ex.

Refere-se à maturidade ou imaturidade dos tumores. As benignas são maturas pois são constituídas por tecidos bem diferenciados, as malignas são imaturas por serem constituídas por tecidos não totalmente diferenciados e são consideradas mais malignas quanto mais se afastam da maturação. De acordo com a maturação a neoplasia pode ser classificada em graus 0 a 4. Exemplos: broders (1 a 4), próstata (1 a 4), Clark (índice), método de Dukes (verifica infiltração).



14- Diferença entre neoplasias benignas e malignas

Benignas: crescto baixo e progressivo, raras figuras de mitose, raras atipias cels e arquiteturais, degeneração e necroses ausentes, crescimento expansivo, pseudo-cápsula presente, limites bem definidos, efeitos locais e sistêmicos, recidiva e metástases geralmente ausentes, bem diferenciadas, sem invasão ou infiltração. Malignas: crescto alto, freqüentes figuras de mitose, atipias celulares e arquiteturais, degenerações e necrose presentes, caráter infiltrativo, pseudo-cápsula geralmente ausente, limites imprecisos, efeitos locais e sistêmicos, recidiva e metástases presentes, apresentam alguma falta de diferenciação, são localmente invasivos com infiltração.

- Vias de disseminação: Benigno – Não se dissemina Sarcoma – Via hematogênica Carcinoma – Via Linfática

5 ) Diferenças entre neoplasia matura e imatura

Neoplasias maturas (benignas) -Tecido bem diferenciado, as vezes típico do tecido de origem -Taxa de crescimento geralmente progressiva e lenta; pode chegar a um ponto de paralisação ou regredir; figuras mitóticas raras e normais -Geralmente sao massas coesivas, expansivas, bem delimitadas, que nao invadem ou infiltram o tecido normal circunjacente. -Nao apresentam metastases -Neoplasias imaturas (malignas) -Tecido com certa falta de diferenciação com anaplasia; estrutura freqüentemente atípica. -Taxa de crescimento instável podendo ser desde lenta até rápida; figuras mitóticas podem ser numerosas e anormais. -Localmente invasivos, infiltrando o tecido circunjacente; algumas vezes pode ser aparentemente coesivo e expansivo. -Metastases freqüentemente presentes: quanto maior e mais indiferenciado o primário, maior a probabilidade de metástases.

15- Características das Céls Neoplásicas Alterações metabólicas (produção de ATP), adesividade menor, perda de inibição por contato, geralmente perda ou diminuição da função, “imortalidade”, independência de ancoragem.

16- Conceito de Neoplasia Crescto anormal de tecido que excede e perde coordenação com o tecido normal e que continua mesmo depois de cessado o estímulo que o fez crescer.

17- Fatores de prognóstico em neoplasias

Clínicos: idade, sexo, localização, tempo de evolução, estadiamento por exames complementares, procedimento cirúrgico. Macroscópicos: tamanho da peça e do tumor, tipo do tumor, margens e linfonodos. Microscópicos: tipo histológico, graduação, infiltração tumoral, invasão angiolinfática, infiltração perineural, índice mitótico, linfonodos e margens. Estudos Especiais: imunohistoquímica (oncogenes, índices de proliferação celular), biologiamolecular, análise citogenética, atometria de fluxo. Estadiamento: TNM

18- Genes envolvidos no câncer, quais os grupos principais. Proto-oncogenes, Anti-oncogenes, genes reguladores da apoptose, genes reguladores do reparo do DNA

19- Metástases de carcinoma. Quais os órgãos de origem mais comuns no homem e na mulher? Qual o mecanismo da metástase e que órgãos mais frequentemente são atingidos?

Metástases ocorrem quando uma massa tumoral se solta de uma massa primária, penetra nos vasos sanguíneos ou linfáticos e produzem um crescimento secundário em um sítio distante. Para que isso ocorra, é necessário que ocorra uma seqüência de etapas sujeitas a um multiplicidade de influências. São elas: adesão e invasão da membrana basal pelo subclone metastático, passagem pela matriz extracelular, intravasamento, interação com células linfóides do hospedeiro, êmbolo de células tumorais, adesão à membrana basal, extravasamento, depósito metastático, angiogênese e crescimento.

H: pulmão, trato urinário, próstata, coloretal, lipoma. M: pulmão, coloretal, trato urinário, ovários, útero, mamas, lipoma.

8) De as vias de disseminação tumorais

Invasão local:Implantes em cavidades e superfícies corporais pode acontecer sempre que um neoplasma maligno penetra em um "campo aberto" natural. A cavidade peritoneal e o local mais freqüentemente envolvido, mas qualquer outra cavidade pode ser envolvida

Disseminação linfática: O transporte através dos vasos linfáticos e a via mais comum para a disseminação de carcinomas e os sarcomas podem também usar essa rota. Os tumores nao contem linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais sao suficientes para disseminação. O padrão de envolvimento dos linfonodos segue as rotas naturais da drenagem linfatica. Em muitos casos os linfonodos regionais servem como barreiras efetivas contra disseminacao futura do tumor. As celulas, apos pararem no linfonodo, podem ser destruídas por uma resposta imune tumor-especifica. A drenagem de restos de células tumorais ou de antígenos tumorais, ou de ambos, também induz a alterações reativas dentro dos linfonodos. Assim, o aumento dos linfonodos pode ser causado por disseminação e crescimento das células cancerosas ou por hiperplasia reativa.

Disseminação hematogenica: Típica dos sarcomas, mas também e vista nos carcinomas. Artérias menos penetradas que as veias devido a suas paredes mais espessas. A disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através de shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metastases pulmonares por si mesmas originam um embolo tumoral adicional. Com a invasão venosa as células tumorais freqüentemente param no primeiro leito vascular que encontram. Fígado e pulmões sao mais freqüentemente envolvidos nessa disseminação, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da cava flui para os pulmões.

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