Glossário de Conceitos Filosóficos: Kant e Marx
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em
português com um tamanho de 5,67 KB
I. Conceitos de Immanuel Kant (Epistemologia)
Dogmatismo
Plena confiança na capacidade da razão para descrever verdades absolutas. Opõe-se ao ceticismo. Immanuel Kant coloca-o em sua Crítica da Razão Pura, atribuindo-lhe o significado filosófico pejorativo. O dogmatismo é uma atitude natural e espontânea que temos desde a infância, baseada na crença de que o mundo existe exatamente da maneira como o percebemos.
Pensamento Crítico
Esta é uma maneira de pensar que Kant eleva, analisando os limites da razão e as suas possibilidades. Não investiga o conhecimento em si, mas as condições de possibilidade de cada tipo de conhecimento, bem como os requisitos para alcançar a sua validade.
Revolução Copernicana
Kant formulou as principais questões do homem, que são temas fundamentais da reflexão filosófica. A maneira pela qual Kant enfrenta estas questões é nova e representa uma revolução no campo da epistemologia. Isso é chamado de "Revolução Copernicana".
Transcendental
A condição de possibilidade do conhecimento, ou seja, uma condição que deve ser cumprida para que o conhecimento de algo seja possível.
Fenômeno
O objeto do nosso conhecimento, não a coisa em si, mas apenas para nós, pois se apresenta aos sentidos. A coisa já foi apresentada à estrutura de nossas faculdades cognitivas. O fenômeno pertence à estrutura mental do indivíduo.
Númeno
A coisa em si, fora de relação à forma como intuímos ou percebemos. Não é objeto dos nossos sentidos, nem do nosso conhecimento.
Categoria
Um conceito que se aplica aos fenômenos do saber. É um conceito puro (causa, substância, etc.) produzido espontaneamente pelo entendimento. Inclui a compreensão dos fenômenos, referindo-se às doze categorias ou conceitos puros realizados pela mente humana inata.
Ideias Reguladoras
São ideias puras, sem representações empíricas, da razão. São geradas como resultado da operação desta faculdade cognitiva peculiar (a busca do incondicionado ou do fundamento último dos fenômenos) e são o objeto da metafísica tradicional: a alma, o mundo e Deus. Elas não têm uso constitutivo, mas sim regulador, estabelecendo que aquilo a que se referem (a alma, o mundo como um todo e Deus) não pode ser objeto de conhecimento, mas servem como elementos de regulação e gestão da atividade científica.
II. Conceitos de Immanuel Kant (Ética)
Imperativo Categórico
O mandato universal e necessário que prescreve uma ação incondicional, que é boa em si mesma, independentemente das consequências que possa ter. Declara a ação objetivamente necessária em si mesma, sem referência a qualquer finalidade exterior. Para Kant, só este tipo de mandato é um imperativo moral.
Postulados da Razão Prática
São proposições que não podem ser comprovadas pela razão teórica, mas que têm de ser admitidas. Kant afirma que não há conhecimento delas, mas uma forma peculiar de parecer favorável ou crença chamada fé racional. Os Postulados da Razão Prática são a existência da liberdade, a imortalidade da alma e a existência de Deus.
III. Conceitos de Karl Marx (Materialismo Histórico)
Dialética
Em Marx, este termo abrange tanto o processo peculiar pelo qual a sociedade evolui ao longo de sua história, quanto a forma como ela deve ser pensada para captar adequadamente o processo. A sociedade está em processo de transformação constante; o motor deste processo são as contradições internas e a luta dos contrários. Todas as coisas estão inter-relacionadas.
Práxis
A atividade humana em si, transformando a realidade natural e social, consciente e criativa, intimamente ligada ao pensamento.
Alienação
Circunstância em que uma pessoa vive e não é senhora de si, nem responsável pelos seus atos e pensamentos. Para Marx, é a condição na qual vive a classe operária oprimida em toda sociedade de exploração, em qualquer sociedade que suporte a propriedade privada dos meios de produção.
Infraestrutura
Base material da sociedade que determina a estrutura social e o desenvolvimento e mudança social. Inclui as forças produtivas e as relações de produção. A superestrutura depende da infraestrutura.
Superestrutura
Conjunto de elementos da vida social que dependem da infraestrutura. Este conjunto inclui a religião, a moral, a ciência, a filosofia, a arte, o direito e as instituições políticas e jurídicas.
Relações de Produção
Conjunto de relações estabelecidas entre os homens como consequência da produção ou do trabalho. O marxismo distingue nas relações de produção: relações técnicas e sociais.
Forças Produtivas
Conjunto de meios de produção que cada sociedade utiliza para obter os diversos produtos necessários para a subsistência. Inclui os recursos naturais ou materiais de produção, conhecimentos e meios técnicos utilizados para a produção e o poder auto-produtivo dos seres humanos.
Mais-Valia (Plus-Valia)
Lucro obtido pelo capitalista com a venda de bens produzidos pelo trabalhador. É uma quantidade de trabalho não remunerado.
Valor de Uso
O que uma coisa ou um objeto vale em si, ou melhor, em relação à necessidade humana que satisfaz. Por exemplo, o valor de uso da água é a sua utilidade para apaziguar a sede, tomar banho, apagar um fogo, etc.
Valor de Troca
O preço para adquirir os objetos ou atividades, enquanto estão sujeitos à lei da oferta e da procura, ou o seu valor como mercadoria.