Abordagem Cognitivo-Comportamental: Origens, Pressupostos e Modelos de Autocontrolo
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Emergência da Abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC):
- Final da década de 1960: a abordagem comportamental (k) começou a ser considerada insuficiente para compreender a complexidade do comportamento humano.
- Descontentamento crescente face ao reducionismo da relação Estímulo-Resposta (E-R), preconizada pelos modelos comportamentais, e a rejeição do modelo psicodinâmico da personalidade e da terapia.
- As intervenções comportamentais revelavam-se ineficazes com alguma casuística.
- No âmbito da Psicologia Cognitiva, foram desenvolvidos, investigados e estabelecidos diversos conceitos mediacionais.
- Diversos teóricos e terapeutas começaram a adotar e assumir uma orientação cognitivo-comportamental.
- Evidência empírica mostra que as intervenções cognitivo-comportamentais eram igualmente, ou mais, eficazes do que as intervenções apenas comportamentais.
Asserções Epistemológicas da TCC: Mahoney (1977) sistematizou as asserções epistemológicas em que se alicerça a abordagem cognitiva:
- O organismo humano responde, primordialmente, às representações cognitivas sobre o seu meio, e não diretamente ao meio.
- As representações cognitivas encontram-se funcionalmente relacionadas com os processos e parâmetros de aprendizagem.
- A maior parte da aprendizagem humana é mediada cognitivamente (mente).
- Os pensamentos, sentimentos e comportamentos são causalmente interativos.
Pressupostos do Modelo de Autocontrolo: Rehm e Rokke (1988) definiram três pressupostos em que se alicerçam os diferentes modelos de autocontrolo:
- O indivíduo comporta-se como duas pessoas: a pessoa controlada, que age em função do meio, e a pessoa ativa, que controla as respostas internas e externas.
- O modelo de autocontrolo tem como objetivo ensinar as pessoas a desenvolver respostas de controlo.
- Enfatizar o papel do sujeito enquanto regulador das consequências do seu comportamento a longo prazo, em detrimento das consequências imediatas.
1. Modelo de Autocontrolo de Thoresen & Mahoney: (forte influência comportamental)
- Segundo este modelo, os estímulos antecedentes precedem as respostas controladas.
- As respostas controladas podem ser: positivas - respostas cuja frequência se pretende aumentar; ou negativas - respostas cuja frequência se pretende diminuir.
- A relação entre estímulos antecedentes e respostas controladas pode não aparecer de forma explícita. Quando é explícita, está envolvido um processo de decisão consciente na emissão da resposta controlada do sujeito.
2. Modelo de Autoadministração de Kanfer: (ênfase na dimensão cognitiva)
- À semelhança do modelo anterior, este preconiza que o autocontrolo consiste na capacidade para alterar a probabilidade de um comportamento, na ausência de constrangimentos externos imediatos.
- O processo de autoadministração engloba três estádios:
- Automonitorização: consiste na observação sistemática, efetuada pelo sujeito, dos comportamentos, pensamentos, emoções, bem como das circunstâncias antecedentes e consequentes.
- Autoavaliação: consiste na comparação que o sujeito faz dos dados recolhidos, durante o processo de automonitorização, com um critério ideal de realização por si determinado.
- Autorreforço: diz respeito às reações e atitudes do sujeito em relação aos resultados da autoavaliação. Estas reações funcionam como consequências, operacionalizadas num sistema de reforços ou punições, abertos ou encobertos.