Abordagens Teóricas e Desafios na Compreensão Organizacional
Classificado em Psicologia e Sociologia
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Abordagem Sistémica
A partir do modo dos organismos vivos, a abordagem sistémica prevê a compreensão das organizações como um sistema social, com fronteiras específicas, localizando e identificando a ação individual dentro dos grupos e no seu interior.
Ênfase na interação das partes e na relação com o envolvimento.
A organização é um sistema de energia input-output em que o retorno de energia do output reativa o sistema. A organização é um sistema coerente e aberto ao desenvolvimento.
Características dos Sistemas Abertos
Base para análise e funcionamento das organizações.
As organizações só sobrevivem se assumirem estas características (próprias dos sistemas abertos):
- Input: Dados recolhidos do envolvimento, fundamentais para alimentar o sistema (outras organizações, pessoas, matéria-prima, saberes, etc.);
- Transformação: Produção de serviços, formação, trabalho em si;
- Output: Exportação de novos dados, fundamentais para alimentar o envolvimento;
- Entropia Negativa: (Entropia: todas as formas organizadas tendem para a desorganização); (Negativa: os sistemas abertos podem contrariar esta tendência pela importação de energia, garantindo o equilíbrio funcional);
Modelos de Ambiguidade
À clareza e objetividade: destaque da dificuldade em definir prioridades.
Processo de Tomada de Decisão
Incumprimento do processo formal de tomada de decisão:
- Dificultado pela participação fluida dos atores;
- Pela disseminação do processo por instâncias formais e informais;
- Por indefinição dos objetivos a atingir.
Evidências
- Decisão não ser implementada;
- Diagnóstico incompleto do problema;
- Levantamento de soluções alternativas ser limitado e atabalhoado.
Estrutura Problemática
Separação clara entre a estrutura e a organização, e entre o ensino e as suas consequências.
Divisão em partes/grupos (formais/informais; pontuais/permanentes) que dificilmente se articulam: coerência interna vs. autonomia relativa.
Distribuição de poder: formal (definição de competências) e informal (por natureza, problemático).
- Diferenciação: As organizações tendem para a diferenciação de funções e papéis para responder à complexidade do envolvimento;
- Equifinalidade: É possível atingir o mesmo estado final (de adaptação ao envolvimento) por recurso a processos diferentes – num sistema fechado, as condições iniciais determinam o estado final; num aberto, isso não sucede;
- Variedade Requerida: Os mecanismos de regulação interna de um sistema devem ser tão diversos quanto o envolvimento em que se insere e em que pretende sobreviver;
As organizações, como sistemas sociais, são o resultado de uma construção assente na interdependência e na interação entre os seus subsistemas estruturais e funcionais (caixa chinesa) – a sua sobrevivência depende disso.
Limites: A analogia sistémica não pode ser levada ao limite, pois as organizações sociais são constituídas por pessoas com interesses e vontades próprias; é impossível para um sistema social atingir o grau de harmonia que existe num sistema vivo.
Modelos de Subjetividade
As organizações são construções sociais, resultantes da participação dos seus participantes, e são manifestações dos valores e crenças dos indivíduos, mais do que realidades concretas ou uma consequência da estrutura formal refletida no organograma.
A estrutura real da organização é um produto da interação humana, mais do que algo pré-determinado.
Os indivíduos atuam e decidem em função dos sentidos e significados que atribuem às situações/ao que está em questão.
Cada pessoa tem uma perceção seletiva e subjetiva da organização e dos acontecimentos.
Pode acontecer que um problema diferente tenha diferentes significados para os vários atores e seja interpretado de maneira diferente pelos diversos atores, ou que o mesmo ator lhe atribua diferentes significados a situações semelhantes.
Qualquer ator perceciona a organização de acordo com a sua posição nela.
As diferenças nos significados atribuídos às situações são produto dos seus valores, passado e experiências; a interpretação dos acontecimentos depende das suas crenças.
Não existem objetivos organizacionais; os individuais sobrepõem-se aos da organização.
O conhecimento do funcionamento concreto de qualquer escola só pode ser obtido se se analisarem também os sentidos atribuídos pelos atores.