Acesso Venoso Central e Avaliação Pré-Anestésica (APA)

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Lei de Poiseuille

Fórmula da Velocidade do Fluxo (VF):

VF = \frac{\pi r^4}{8nl}

  • π: Constante
  • r⁴: Raio do cateter elevado à quarta potência
  • n: Viscosidade do fluido infundido
  • l: Comprimento do cateter

Resumo da Lei de Poiseuille

  • A Velocidade do Fluxo (VF) é diretamente proporcional ao raio (r⁴).
  • A Velocidade do Fluxo é inversamente proporcional à viscosidade (n) e ao comprimento (l).
  • O fator mais importante para aumentar o fluxo é o raio.

Acesso Venoso Profundo

Indicações de Acesso Venoso Profundo (Importante para Prova)

  1. Impossibilidade de punção periférica;
  2. Administração de drogas vasoativas;
  3. Nutrição parenteral;
  4. Quimioterapia;
  5. Evitar dissecção venosa;
  6. Hemodiálise temporária;
  7. Monitorização (PVC - Pressão Venosa Central);
  8. Estimulação cardíaca transvenosa.

Veias Profundas e Suas Abordagens

  • Veia Jugular Interna Direita (VJID): Preferida devido ao menor índice de complicações.

Fatores Desfavoráveis da Punção do Lado Esquerdo (Importante para Prova)

  1. Cúpula pleural mais alta à esquerda;
  2. Presença do ducto torácico;
  3. Diâmetro menor;
  4. Sobreposição da veia à artéria carótida;
  5. Angulação desfavorável.

Outras opções de acesso profundo: Veia Subclávia, Femoral, Axilar.


Tendência Atual: Uso de Ultrassonografia (USG)

  • Uso de ultrassonografia (USG) para guiar a punção venosa profunda.

Vantagens do USG (Importante para Prova)

  1. Reduz tentativas;
  2. Aumenta a taxa de sucesso;
  3. Reduz complicações imediatas.

Se não houver USG disponível: Técnica de Seldinger com marcação anatômica.


Cuidados Pós-Punção Central

  1. Auscultar campos pulmonares (avaliar murmúrio vesicular);
  2. Solicitar radiografia de tórax;
  3. Confirmar posição antes de infundir soluções hipertônicas;
  4. Trocar curativo diariamente.

Confirmação Correta do Acesso (Importante para Prova)

  • USG com visualização do guia na veia.
  • Não confiar apenas na cor do sangue ou ausência de pulsação.

Se houver lesão arterial: Solicitar avaliação da cirurgia vascular ou hemodinâmica.


Complicações do Acesso Venoso Central

Complicações Imediatas

  • Hematomas
  • Punção arterial
  • Pneumotórax
  • Hemotórax
  • Hidrotórax
  • Quilotórax
  • Embolia gasosa
  • Embolia de fragmento de cateter
  • Arritmias cardíacas (complicação comum, junto com hematomas)

Complicações Tardias

  • Trombose venosa
  • Tromboflebite
  • Sepse
  • Fístula arteriovenosa
  • Fístula venobrônquica
  • Pseudoaneurisma arterial
  • Perfuração de câmara cardíaca
  • Tamponamento cardíaco
  • Morte súbita

Contraindicações à Punção Venosa Central

Contraindicações Relativas

  • Coagulopatias (plaquetopenia, anticoagulação);
  • Deformidades anatômicas (ex: cifose grave).

Contraindicações Absolutas (Importante para Prova)

  • Infecção no local da punção;
  • Tumores no trajeto da punção;
  • Queimaduras no local.

Questões de Revisão (Acesso Venoso)

1) Após punção da veia subclávia esquerda, paciente relata dor à inspiração profunda. RX mostra hemotórax. Diagnóstico:

Resposta: b) Hemotórax à esquerda

2) Melhor conduta após punção inadvertida da carótida com dilatação:

Resposta: d) Contactar cirurgia vascular


Avaliação Pré-Anestésica (APA)

Definição

Consulta prévia com o anestesista para avaliar comorbidades, planejar a anestesia, reduzir riscos e orientar o paciente.

Atenção:

  • A Avaliação Pré-Anestésica é obrigatória, exceto em urgências/emergências.
  • O anestesista que avalia pode ser diferente do que realiza o ato anestésico.

Objetivos da Avaliação Pré-Anestésica

  1. Reduzir morbimortalidade perioperatória (PRINCIPAL);
  2. Reduzir a ansiedade do paciente;
  3. Otimizar comorbidades;
  4. Solicitar exames complementares, se necessário;
  5. Planejar a anestesia;
  6. Obter consentimento informado;
  7. Estimar risco anestésico-cirúrgico;
  8. Classificar o estado físico (ASA-PS).

Etapas da Avaliação

  • História clínica (anamnese)
  • Exame físico
  • Solicitação de exames complementares

História Clínica – Anamnese

  • Experiências anestésicas anteriores;
  • Alergias (BNM, antibióticos, AINES, alimentos);
  • Intolerâncias a medicamentos;
  • Hábitos (tabagismo, alcoolismo, drogas);
  • DUM (Data da Última Menstruação);
  • Avaliação dos sistemas: cardiovascular, respiratório, hematológico, neurológico, urinário, gastrointestinal, musculoesquelético;
  • Uso de fitoterápicos;
  • Medicamentos em uso.

Exame Físico

  • Identificação
  • Peso e altura
  • Constituição física
  • Estado nutricional (atenção para hipoalbuminemia)
  • Avaliação bucal (dentes, prótese)
  • Nariz
  • Veias
  • Coluna vertebral
  • Preditores de ventilação difícil (ROMAN)
  • Preditores de intubação difícil (LEMON)

Exames Complementares

  • Beta-HCG: Obrigatório para mulheres em idade fértil.
  • Demais exames são solicitados apenas se houver necessidade clínica.

Classificação ASA (Importante para Prova)

ASA 1:
Paciente saudável.
ASA 2:
Doença leve controlada.
ASA 3:
Doença grave controlada ou descompensada.
ASA 4:
Doença grave ameaçando a vida.
ASA 5:
Paciente moribundo.
ASA 6:
Doador de órgãos.

Para cirurgia de emergência, acrescenta-se a letra “E” (Ex: ASA 3E).

Exemplos de Classificação ASA

  • ASA 1: Saudável, não fumante, sem álcool ou com consumo seguro, não grávida.
  • ASA 2: Gestante, DM controlado, HAS controlada, tabagista, etilista social, obesidade moderada (IMC 30-40).
  • ASA 3: DM ou HAS descontrolados, DPOC, obesidade mórbida (IMC >40), hepatite ativa.
  • ASA 4: IAM ou AVC recente, choque séptico, insuficiência renal sem diálise.
  • ASA 5: Ruptura de aneurisma, trauma massivo, sangramento cerebral com efeito de massa.

Risco Anestésico-Cirúrgico

Avaliado com base no paciente, procedimento e anestesia.

Principais Riscos Perioperatórios

  • Náuseas e vômitos;
  • Insuficiência Renal Aguda (IRA);
  • Apneia;
  • TVP/TEP (Trombose Venosa Profunda/Tromboembolismo Pulmonar);
  • Complicações cardiovasculares e pulmonares (MAIS IMPORTANTES).

Complicações Pulmonares

  • Hipóxia (mais comum);
  • Broncoespasmo;
  • Atelectasia;
  • Pneumonia;
  • Exacerbação do DPOC;
  • Insuficiência respiratória.

Fatores de Risco para Complicação Pulmonar

  • ASA elevado;
  • Idade avançada;
  • Cirurgias grandes;
  • BUN > 7,5 mmol/L e albumina < 35 mg/dL (Importante para Prova).

Risco Cardiovascular: Escore de Lee (Importante para Prova)

  • Cirurgia de alto risco (vascular, abdominal, intratorácica);
  • História de doença cardíaca;
  • Insuficiência cardíaca;
  • AVC prévio;
  • Diabetes em uso de insulina;
  • Creatinina > 2 mg/dL.

Avaliação da Capacidade Funcional

  • Medida pelo MET (Equivalente Metabólico).
  • Basal: 1 MET = 3,5–4 mL/kg/min.
  • Atleta: consumo > 10 MET.

Paciente acamado: Dosagem de BNP.

Critérios de Fragilidade (Critérios de Fried)

  • Fadiga
  • Perda de peso involuntária
  • Marcha lenta
  • Fraqueza
  • Baixa atividade física

Nota: 3 ou mais critérios indicam que o paciente é frágil.


Jejum Pré-Operatório

  • Fórmulas lácteas: Jejum mínimo de 6 horas.

Questões de Revisão (Avaliação Pré-Anestésica)

3) Recém-nascido em aleitamento artificial para cirurgia:

Resposta: e) Jejum de 6 horas

4) Objetivo da avaliação pré-anestésica:

Resposta: d) Diminuir morbimortalidade


Gabarito Geral das Questões

  1. B
  2. D
  3. E
  4. D

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