Afetividade Infantil: Características e Ansiedade
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Afetividade na Criança: Características do Desenvolvimento
- Acontecimentos afetam a criança imediatamente. Passa do riso às lágrimas com a mesma facilidade. As causas são biológicas, visto que seu sistema nervoso é muito fraco, e psicológicas, pois o egoísmo e o subjetivismo em desenvolvimento dificultam a atitude de compreensão. Além disso, sua inteligência é menos adequada que a do adulto para julgar situações, já que a criança está sempre descobrindo coisas novas.
 - Os estados de humor são mais violentos em suas manifestações externas. É difícil de dominar, devido à falta de controle cortical, da razão e da vontade.
 - O prazer e a dor passam rapidamente. Sua memória é apagada quase que instantaneamente por causa da excitação.
 - Os estados afetivos são menos ricos, menos sutis e menos profundos. A criança é afetada por eventos que podem ser muito negativos, afetando desastrosamente o desenvolvimento de sua personalidade. Enquanto os adultos aprofundam seus estados emocionais, estes são mais complexos.
 - A vida emocional da criança domina a razão e a vontade. O afeto permeia todas as suas ações e pensamentos, visto que o surgimento do pensamento lógico ocorre por volta dos 7 anos (Piaget).
 - As emoções infantis dominam toda a cena psíquica, não deixando espaço para outros elementos.
 
Primeiras Mudanças Afetivas na Criança
Principais mudanças:
- Maior localização das reações emocionais, suas causas e estabilização. Elas se tornam cada vez mais determinadas por situações identificáveis, orientadas para um objeto ou pessoa.
 - Por meio da imitação, a expressão dessas emoções é codificada no jogo de mímica.
 - As emoções dissociam-se da imediatidade, e a criança é capaz de se lembrar ou prever recompensas e frustrações. É essencial não se deixar enganar por falsas promessas ou declarações.
 - A criança pode compensar suas dores e desejos em um campo simbólico e sentir emoções relacionadas.
 - Todas as funções podem ser usadas para expressar emoção (ex: a criança ri, faz xixi por medo ou perde o controle dos esfíncteres).
 
A Ansiedade na Criança
- Resulta do desamparo da criança diante das exigências do mundo exterior. Supõe o medo de perder a atenção e o cuidado, pois suas necessidades dependem, especialmente, da mãe.
 - O fato de que a criança depende da avaliação que o adulto lhe dá para a sua própria autoavaliação. A criança pode sentir angústia ao perder o afeto dos adultos, pois, perdendo o carinho, perde sua própria avaliação.
 - Está relacionada à natureza do pensamento infantil. O egocentrismo a faz pensar que, quando sente muito medo, os outros também sentem.
 - O limite impreciso entre o 'eu' e o 'não-eu' faz a criança sentir ansiedade sobre o perigo de diluir sua identidade recém-adquirida (a partir dos 3 meses).
 
À medida que a criança supera o subjetivismo, seus terrores do escuro, dos animais, etc., começam a diminuir gradualmente.