Alienação, Materialismo Histórico e a Teoria de Marx

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Alienação e Tipos: Para Marx, as contradições de uma sociedade aparecem quando há uma situação de alienação, ou seja, quando os membros da sociedade perdem o que lhes pertence e gastam por conta de outrem. Marx começa afirmando que o homem é um ser natural com necessidades de sobrevivência e capacidade de conseguir o que precisa. Em segundo lugar, o ser humano se distingue por sua atividade produtiva, a práxis. Em suma, a essência do ser humano não é predefinida, mas se desenvolve ao longo da história. Em terceiro lugar, o ser humano é um ser social. Para Marx, o homem se faz em sociedade e produz nesta sociedade. Marx conclui que não se pode falar de seres humanos à margem da sociedade, ou seja, os elementos ou a ideologia econômica, social, política de uma sociedade determinam o que cada indivíduo é.

Entendendo o que é o homem, podemos entender a alienação e seus tipos. A alienação é o processo pelo qual o sujeito se define em um objeto e o coloca fora de si, despojando-se de algo que lhe pertencia. A alienação é um processo de 'posse' que resulta na perda de algo próprio. Em todo processo de alienação, há três momentos: exteriorização, alienação e auto-alienação. Para Marx, o homem é essencialmente um produtor. Sob o capitalismo, o trabalhador exterioriza sua força de trabalho em um produto, que pertence ao capitalista. Como o empresário enriquece, o produto se torna uma oposição ao trabalhador e serve como uma ferramenta para explorar o mercado consumidor. O produto não é vendido por seu valor de uso, mas por seu valor de troca, que é maior que o custo de produção. Essa diferença é chamada de mais-valia, com a qual o capitalista reduz o salário do trabalhador e o explora para aumentar sua riqueza. A conclusão é a mercantilização das relações de trabalho e produção. A alienação econômica é a base para outras formas de alienação:

  • Social: Ocorre quando a sociedade está dividida em classes (grupos dentro da sociedade com diferentes condições econômicas, ou seja, papéis diferentes na atividade produtiva). No capitalismo, há dois grupos: a burguesia, que detém o capital e a empresa, e o proletariado, que realiza a atividade produtiva e não tem riqueza.
  • Política: Ocorre quando o poder não é exercido em prol da liberdade dos governados. Para Marx, isso acontece com a democracia burguesa, que expressa a liberdade de todos os cidadãos para formar a sociedade civil, e as leis são o resultado da livre escolha de todos. Para Marx, isso é falso, pois apenas representantes do poder da burguesia criam leis em relação aos interesses da burguesia, ou seja, não há liberdade para os trabalhadores.
  • Ideológica: É uma consequência das demais. É constituída por uma alienação que ocorre na produção intelectual de uma sociedade, quando esses produtos intelectuais ocultam a situação de opressão.


O Materialismo Histórico é a filosofia da história de Marx e do marxismo, ou seja, a explicação de Marx da história como uma sucessão de meios de produção necessários (o ser humano está mudando ao longo do tempo) que seguem uma racionalidade dialética. O marxismo desenvolve os princípios da dialética de Hegel, e isso é chamado de materialismo dialético (uma explicação dialética das mudanças a partir da realidade da matéria, seguindo três leis):

  • Lei da unidade e da oposição dos opostos: a cada afirmação segue-se uma negação.
  • Lei da passagem da quantidade à qualidade.
  • Lei da negação da negação.

Processo de assimilar elementos históricos: Modo de Produção primitivo, escravo, feudal, capitalista, socialista e comunista.

Como Marx explica o modo de produção? Um modo de produção descreve a sociedade em termos de sua forma de produção, e há dois tipos:

  • Infraestrutura: É a base material da sociedade.
  • Superestrutura: São os elementos não produtivos da sociedade.

A causa de qualquer mudança na sociedade está na infraestrutura, e a superestrutura é apenas um reflexo e consequência da infraestrutura. Distinguem-se dois componentes:

  • As forças produtivas: os elementos envolvidos na produção de subsistência e de riqueza.
  • As relações sociais de produção.

Superestrutura: Tem dois componentes:

  • O Estado e a lei: a superestrutura política em que as relações de poder são produzidas e a lei que as regula. O Estado e a lei sempre respondem aos interesses da classe dominante.
  • Ideologias: A superestrutura ideológica, para Marx, é sempre um reflexo dos outros componentes do modo de produção e justifica e favorece a classe dominante.

Marx começa a estudar como se alternará entre a produção socialista e capitalista, como esta dará lugar ao comunismo. O capitalismo baseia-se na produção da riqueza e na concentração desta em poucas mãos, defendendo a propriedade privada e o mercado livre. Para Marx, o enriquecimento de uns poucos estará atrelado ao progressivo empobrecimento da maioria do proletariado, ao ponto onde não há nada a perder para a revolução. A revolução será uma consequência necessária, que dará lugar ao socialismo. Sob o socialismo, a propriedade privada desaparecerá e surge a ditadura dos trabalhadores, ou seja, toda a economia será centralizada e gerida como propriedade coletiva. Após eliminar todos os vestígios de propriedade privada e do capitalismo, dará lugar ao comunismo, onde não há Estado, e a produção será coletiva, no sentido de que cada um trabalha de acordo com seus interesses e habilidades. O comunismo será o momento em que toda a humanidade terá alcançado a liberdade.

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