Alterações Bucais em Idosos e Diabéticos

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Alterações Histológicas na Polpa na Terceira Idade

Os dentes de pacientes idosos geralmente apresentam polpas dentais escleróticas ou calcificadas. Esta diminuição do espaço pulpar com o avanço da idade ocorre devido à deposição de dentina secundária, sendo mais comum nos cornos pulpares e no assoalho da câmara pulpar de molares. A dentina das pessoas idosas apresenta também menor elasticidade quando comparada ao dente jovem.

Porém, essas mudanças não são necessariamente devido à idade e podem ser encontradas em dentes de pacientes jovens após episódios de acidentes, cáries e traumas iatrogênicos. A diminuição da câmara pulpar pode ser acelerada quando a polpa sofre agressões do meio, como traumas, tratamentos dentários e cárie. Irritações cumulativas podem reduzir a vascularização e o número de células contidas na polpa, com um aumento concomitante de fibrose.

A diminuição da câmara pulpar é um aspecto importante a ser considerado pelo odontogeriatra na realização de tratamentos endodônticos em seus pacientes. A cirurgia de acesso coronário apresentará maior dificuldade que em tratamentos endodônticos convencionais, e a realização do acesso com imprudência poderá resultar em perfurações de assoalho e consequente trepanação do dente em questão.

Diabetes e Saúde Bucal

A glicose que ingerimos na alimentação é a principal fonte de energia para as atividades metabólicas do organismo. Para entrar nas células, ela necessita do auxílio de um hormônio chamado insulina.

No diabético, esse hormônio, que é produzido pelo pâncreas, está em falta ou não funciona adequadamente, o que leva a um excesso de glicose no sangue.

Manifestações Bucais do Diabetes

  • Ardência Bucal: O ressecamento da mucosa favorece o crescimento de fungos como a candidíase.
  • Cicatrização Alterada: Alta incidência de gengivite e maior risco de periodontite.
  • Infecções: Alta incidência.

Diabetes Mellitus

Trata-se de uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. O mais comum dos diabetes mellitus é o senil, ou Tipo II, um distúrbio hereditário que atinge parte da população adulta, cuja ocorrência é influenciada pelos hábitos de cada pessoa. A outra forma da doença é o diabetes Tipo I.

Sintomas Clássicos

  • Polidipsia: Sede excessiva.
  • Poliúria: Urinar excessivamente.
  • Polifagia: Sensação excessiva de fome.

As alterações gustativas têm sido atribuídas à alteração nos receptores de glicose ou às manifestações neuropáticas do diabetes.

Tratamento Odontológico Associado

  • Raspagem inicial e uso de antibiótico (preferência: doxiciclina 100mg por 14 dias).
  • Controle de placa e instrução de higiene oral.
  • Monitoramento de glicemia e controle de placa.

Hipoglicemia

Sintomas

  • Confusão
  • Agitação
  • Ansiedade
  • Sudorese
  • Tremores
  • Tonturas
  • Perda da consciência

Tratamento

  • Se o paciente pode se alimentar pela boca: 3 a 4 colheres de açúcar.
  • Se não pode pela boca: Endovenoso (25 a 30 ml de dextrose D50) ou Intramuscular/subcutâneo (1 ml de glucagon).

Relação entre Diabetes e Odontologia

Segundo Bender (2003), as manifestações bucais das infecções ocorrem mais rapidamente e mais severamente no Tipo I do que no Tipo II. A idade e a duração da doença, além do grau de controle metabólico, podem influenciar esta situação.

Ainda segundo o autor, algumas queixas são mais comuns em pacientes diabéticos, como alterações no paladar e a chamada “boca seca” (xerostomia). As alterações gustativas têm sido atribuídas à alteração nos receptores de glicose ou às manifestações neuropáticas do diabetes. A xerostomia é decorrente do aumento das glândulas parótidas e da diminuição do fluxo salivar, ocasionando dificuldade de engolir alimentos secos.

Distúrbios Bucais Frequentes em Diabéticos

  • Xerostomia: Relatada por 10 a 30% dos diabéticos.
  • Hiposalivação: Pode causar lesões de cárie.
  • Síndrome de ardência bucal
  • Glossodinia
  • Distúrbios da gustação
  • Infecções: Como por Candida (o próprio nível elevado de glicose no sangue fornece substrato para a proliferação desses micro-organismos), ulcerações na mucosa bucal.
  • Perda precoce de dentes
  • Dificuldade de cicatrização: A glicose não penetra no interior dos neutrófilos e macrófagos para nutri-los, prejudicando suas funções.
  • Doença periodontal
  • Hálito cetônico: Ácidos graxos lançados na corrente sanguínea se misturam à glicose circulante, produzindo um hálito adocicado característico.
  • Líquen plano
  • Hipocalcificação do esmalte

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