Álvaro de Campos e Ricardo Reis: Poética e Filosofia

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Álvaro de Campos

  1. Traços da sua poética
  2. Poeta modernista
  3. Poeta sensacionista (odes)
  4. Cantor das cidades e do cosmopolitanismo (“Ode Triunfal”)
  5. Cantor da vida marítima em todas as suas dimensões (“Ode Marítima”)
  6. Cultor das sensações sem limite
  7. Poeta do verso torrencial e livre
  8. Poeta em que o tema do cansaço se torna fulcral
  9. Poeta da condição humana partilhada entre o nada da realidade e o tudo dos sonhos (“Tabacaria”)
  10. Observador do quotidiano da cidade através do seu desencanto
  11. Poeta da angústia existencial e da autoironia
  12. 1ª Fase de Álvaro de Campos – Decadentismo (“Opiário”, somente)
  13. Abulia, tédio de viver
  14. Procura de sensações novas
  15. Busca de evasão
  16. 2ª Fase de Álvaro de Campos
  17. Futurismo
  18. Elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal)
  19. Rutura com o subjetivismo da lírica tradicional
  20. Atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida
  21. Sensacionismo
  22. Vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro)
  23. Sadismo e masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente,/ tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...”, Ode Triunfal)
  24. Cantor lúcido do mundo moderno
  25. 3ª Fase de Álvaro de Campos – Pessimismo
  26. Dissolução do “eu”
  27. A dor de pensar
  28. Conflito entre a realidade e o poeta
  29. Cansaço, tédio, abulia
  30. Angústia existencial
  31. Solidão
  32. Nostalgia da infância irremediavelmente perdida (“Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”, Aniversário)
  33. Traços estilísticos
  34. Verso livre, em geral, muito longo
  35. Assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), aliterações (por vezes ousadas)
  36. Grafismos expressivos
  37. Mistura de níveis de língua
  38. Enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação emotiva
  39. Desvios sintáticos
  40. Estrangeirismos, neologismos
  41. Subordinação de fonemas
  42. Construções nominais, infinitivas e gerundivas
  43. Metáforas ousadas, oximoros, personificações, hipérboles
  44. Estética não aristotélica na fase futurista


Ricardo Reis – O Poeta da Razão

A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.

A conceção dos deuses como um ideal humano

As referências aos deuses da Antiguidade (neo-paganismo) greco-latina são uma forma de referir a primazia do corpo, das formas, da natureza, dos aspetos exteriores, da realidade, sem cuidar da subjetividade ou da interioridade - ensinamentos de Caeiro, o mestre de todos os heterónimos

A recusa de envolvimento nas coisas do mundo e dos homens

  • Epicurismo
  • Busca da felicidade relativa
  • Moderação nos prazeres
  • Fuga à dor
  • Ataraxia (tranquilidade capaz de evitar a perturbação)
  • Estoicismo
  • Aceitação das leis do destino (“... a vida/ passa e não fica, nada deixa e nunca regressa.”)
  • Indiferença face às paixões e à dor
  • Abdicação de lutar
  • Autodisciplina
  • Horacianismo
  • Carpe diem: vive o momento
  • Aurea mediocritas: a felicidade possível no sossego do campo (proximidade de Caeiro)
  • Paganismo
  • Crença nos deuses
  • Crença na civilização da Grécia
  • Sente-se um “estrangeiro” fora da sua pátria, a Grécia
  • Culto do Belo, como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida
  • Intelectualização das emoções
  • Medo da morte
  • Quase ausência de erotismo, em contraste com o seu mestre Horácio
  • Neoclassicismo
  • Poesia construída com base em ideias elevada
  • Odes (forma métrica por excelência)


Características Estilísticas

  • Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita
  • Estrofes regulares de verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo
  • Verso branco
  • Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração
  • Predomínio da subordinação
  • Uso frequente do hipérbato
  • Uso frequente do gerúndio e do imperativo
  • Uso de latinismos (astro, ínfero, insciente...)
  • Metáforas, eufemismos, comparações, imagens
  • Estilo construído com muito rigor e muito denso

Conjunções Coordenativas

Locuções Coordenativas

Copulativas

E, nem, também

Não só…mas também/como também, Tanto…como, nem...nem

Adversativas

Mas, porém, todavia, contudo

Apesar disso , no entanto, ainda assim, não obstante, de outra sorte

Disjuntivas

Ou

Ou…ou, já…já, ora…ora, quer…quer, seja…seja, seja…ou

Conclusivas

Logo, pois, portanto, assim

Por conseguinte, por consequência, por isso

Explicativas

pois


Orações coordenadas Oração subordinada adverbial

Conjunções subordinativas

Completivas

Que, se, …

Conjunções subordinativas adverbiais

Locuções subordinativas adverbiais

Temporais

Quando, enquanto, apenas, mal, que (= desde que)

Até que, à medida que, antes que, logo que, sempre que, assim que, desde que, …

Finais

Que (= para que)

Para que, a fim de que, …

Causais

Porque, pois, porquanto, como, que (= porque)

Pois que, já que, visto que, por isso que, por isso mesmo que, …

Comparativas

Como, conforme, consoante, segundo, que

Assim como, bem como, que nem, mais…do que, tão…como, tal qual, …

Consecutivas

Que (antecedido de tal, tanto, de tal maneira, de tal modo, tão)

De maneira que, de sorte que, de modo que, …

Concessivas

Embora, conquanto, que

Apesar de que, ainda que, posto que, se bem que, mesmo que, por mais que, …

Condicionais

Se, caso (= se)

A menos que, contanto que, desde que, no caso de que, salvo se, excepto se, sem que, …

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