Álvaro de Campos: Traços Poéticos e Fases

Classificado em Língua e literatura

Escrito em em português com um tamanho de 2,76 KB

Traços da Poética de Álvaro de Campos

  • Poeta modernista.
  • Poeta sensacionista (odes).
  • Cantor das cidades e do cosmopolitanismo (“Ode Triunfal”).
  • Cantor da vida marítima em todas as suas dimensões (“Ode Marítima”).
  • Cultor das sensações sem limite.
  • Poeta do verso torrencial e livre.
  • Poeta em que o tema do cansaço se torna fulcral.
  • Poeta da condição humana, partilhada entre o nada da realidade e o tudo dos sonhos (“Tabacaria”).
  • Observador do quotidiano da cidade através do seu desencanto.
  • Poeta da angústia existencial e da autoironia.

1ª Fase: Decadentismo (“Opiário”)

  • Exprime o tédio, o enfado, o cansaço, a náusea, o abatimento e a necessidade de novas sensações.
  • Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia.
  • Marcado pelo romantismo e simbolismo (rebuscamento, preciosismo, símbolos e imagens).
  • Abulia, tédio de viver.
  • Procura de sensações novas.
  • Busca de evasão.

“E afinal o que quero é fé, é calma / E não ter estas sensações confusas.”

“E eu vou buscar o ópio que consola.”

3ª Fase: Pessimismo

Perante a incapacidade das realizações, regressa o abatimento, que provoca “Um supremíssimo cansaço, / íssimo, íssimo, íssimo, / Cansaço…”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal e um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado (“Esta Velha Angústia”, “Apontamento”, “Lisbon Revisited”).

O drama de Álvaro de Campos concretiza-se num apelo dilacerante entre o amor do mundo e da humanidade. É uma espécie de frustração total, feita da incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento, mundo exterior e mundo interior. Revela, tal como Pessoa, a mesma inadaptação à existência, a demissão da personalidade íntegra, o ceticismo, a dor de pensar e a nostalgia da infância.

  • Caracterizada pelo sono, cansaço, desilusão, revolta, inadaptação, dispersão, angústia, desânimo e frustração.
  • Face à incapacidade das realizações, sente-se abatido, vazio, um marginal e um incompreendido.
  • Frustração total: incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento, bem como mundo exterior e interior.
  • Dissolução do “eu”.
  • A dor de pensar.
  • Conflito entre a realidade e o poeta.
  • Cansaço, tédio, abulia.
  • Angústia existencial.
  • Solidão.
  • Nostalgia da infância irremediavelmente perdida: “Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!” (Aniversário).

Entradas relacionadas: