Amadeo I e a Monarquia Democrática na Espanha

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Contexto Histórico e Econômico

Após a Revolução de Setembro de 1868, a Espanha buscava reorientar sua política econômica para proteger os interesses da burguesia nacional e investidores estrangeiros. O Ministro das Finanças, Laureano Figuerola, suprimiu e restabeleceu a contribuição do consumo em 1870. A peseta foi estabelecida como unidade monetária. A dívida pública era alta, chegando a 22.109 milhões de reais, e a crise ferroviária exigia subsídios públicos, endereçada pela Lei de Mineração de 1871.

Constituição de 1869 e o Regime Democrático-Liberal

A Constituição de 1869 consolidou um regime democrático-liberal, mas frustrou algumas aspirações de outros grupos políticos, especialmente as de caráter popular. A forma monárquica de governo desagradou os republicanos. Durante o período regencial (1869-1870), motins urbanos protestaram contra o consumo e os preços, enquanto o movimento operário se radicalizava, buscando melhores salários e condições de trabalho.

Ascensão do Internacionalismo e Busca por um Monarca

A frustração dos republicanos com a insurreição de 1869 levou-os a uma postura mais radical e internacionalista. Ideias anarquistas e socialistas, ligadas à Primeira Internacional, ganharam espaço, organizando o proletariado e o campesinato. Prim buscou um monarca estrangeiro para o trono espanhol. A recusa da dinastia portuguesa e a oposição francesa ao pretendente alemão limitaram as opções. A candidatura de Amadeo de Saboia, com uma concepção democrática da monarquia, foi imposta.

Reinado de Amadeo I e Seus Desafios

Amadeo I foi coroado rei em 1870, após a morte de Prim. Sua nomeação teve pouco apoio, recebendo 191 de 311 votos. Progressistas e unionistas o apoiaram, enquanto a aristocracia, o clero e Isabel II se opuseram. A nova dinastia enfrentou resistência de militares e progressistas, gerando conflitos, incluindo a guerra carlista em Cuba. Amadeo I buscou consolidar um regime democrático com sufrágio universal e liberdades políticas, mas enfrentou dificuldades econômicas e teve que recorrer a mais dívida.

Oposição e Fim do Reinado

Amadeo I enfrentou oposição dos moderados, que buscavam a restauração dos Bourbon. Canovás del Castillo uniu unionistas e progressistas, defendendo a monarquia Bourbon como símbolo de estabilidade. Os carlistas se reorganizaram e a chegada de Amadeo I motivou uma nova insurreição armada em 1872. Republicanos e grupos populares também se opuseram a Amadeo I. Em 1872, houve uma insurreição federalista e o início da Guerra dos Dez Anos em Cuba, com apoio popular devido à promessa do fim da escravidão. A crise final de Amadeo I resultou da desintegração da coalizão governamental. Em 1873, sem apoio, Amadeo I renunciou e deixou a Espanha, criando a impressão de um país ingovernável e contrário à monarquia democrática.

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