Amebíase: Prevalência, Impacto e Desafios Epidemiológicos

Resumo

Parasitos intestinais são agentes causadores de infecção frequentes, sendo responsáveis por significativos problemas de saúde pública em muitos países. Em áreas de clima tropical como África, Brasil, Índia e México, a amebíase é considerada endêmica. A Ásia é o continente com maior número de pessoas infectadas, apresentando 300 milhões de infectados e até 50 mil mortes anuais. No Brasil, a amebíase é a segunda causa de óbitos por doença parasitária, perdendo apenas para a malária. De acordo com consulta ao guia de doenças infecciosas e parasitárias do Ministério da Saúde, a amebíase não é doença de notificação compulsória e não há medidas específicas de vigilância epidemiológica para tal.

Palavras-chave

• Parasitoses
• intestinal diseases
• disentery
• amebic
• entamoeba
• ameboma
• abscesso hepático amebiano
• genética da amebíase
• diagnóstico amebíase

Introdução

Parasitos intestinais são agentes causadores de infecção frequentes, sendo responsáveis por significativos problemas de saúde pública em muitos países. A amebíase é uma infecção provocada pelo protozoário Entamoeba histolytica, que se apresenta em formas evolutivas como: cisto, metacisto e trofozoíto.

Em 1875, o pesquisador russo Fedor Losch encontrou amebas em um paciente disentérico, dando o nome de Amoeba coli. Alguns anos mais tarde, Councilman e Lafleur descreveram a espécie Amoeba dysenteriae, como responsável pela disenteria e abscessos hepáticos. Já em 1925, Emile Brumpt propôs a teoria dualista: haveria duas espécies do gênero Entamoeba com características morfológicas idênticas, sendo a E. histolytica patogênica e a E. dispar apenas comensal. Essa teoria dualista se perpetuou até os dias atuais, confirmando que este parasito pode atuar na forma comensal ou patogênica, provocando invasão de tecidos, dando-se assim as formas intestinais e extra-intestinais da doença.

Em áreas de clima tropical como África, Brasil, Índia e México, a amebíase é considerada endêmica. A Ásia é o continente com maior número de pessoas infectadas, apresentando 300 milhões de infectados e até 50 mil mortes anuais.

No Brasil, a amebíase é a segunda causa de óbitos por doença parasitária, perdendo apenas para a malária. Além disso, é mais prevalente nas regiões Norte e Nordeste, prevalecendo em população de baixo poder socioeconômico. Outro dado importante é que no país predominam as formas de colites não disentéricas e assintomáticas, com elevada prevalência de infecção por E. histolytica.

Em vários estados brasileiros tem sido demonstrada elevada prevalência de infecção por E. histolytica. Em Manaus, a infecção atinge 6,8% da população; em Fortaleza, 14,9% da população de baixa renda; e em Belém, 29,5% dos indivíduos residentes na região metropolitana. Já em Belo Horizonte e Salvador...