Análise Comparativa, Burocracia e Desigualdade na Educação
Classificado em Língua e literatura
Escrito em em português com um tamanho de 4,21 KB
Comparação entre as Características das Escolas Progressivas e Proescolas (Parsons)
Parsons distingue dois tipos de escolas:
- Escolas Progressivas: Estas escolas não são escolhidas pelos estudantes; são atribuídas com base no status social. Baseiam-se numa educação livre, focada no trabalho e nas áreas de interesse, através do conhecimento integrado. Enfatizam o trabalho em equipe, a cooperação e a avaliação contínua. Preparam os estudantes para o acesso à universidade e são associadas a um status social elevado, conduzindo a profissões com alto nível de formação.
- Proescolas: Estas escolas podem ser enquadradas como escolas clássicas, com horários segmentados por disciplinas. A relação professor/aluno é mais competitiva e a avaliação centra-se em exames finais.
O sistema educativo espanhol pode ser considerado um híbrido entre os dois modelos. Ainda mantém características das proescolas, como a segmentação por disciplinas e a avaliação por exames finais. A avaliação contínua existe, mas uma parte significativa da nota final ainda depende de um único teste. O modelo de escola progressiva pode ser encontrado em algumas escolas de elite, onde a nota final é uma formalidade e o foco está na criação de vínculos entre os estudantes e na preparação para a universidade. No entanto, este modelo é menos comum no sistema educativo espanhol.
Os primeiros anos da escolaridade e do Ensino Fundamental em Espanha aproximam-se mais do modelo progressivo, com maior liberdade para os alunos aprenderem e trabalharem em grupo. O foco está na aprendizagem, e não na nota final. Na segunda parte da educação espanhola (ESO e Bachillerato), o modelo aproxima-se mais das proescolas, com horários segmentados por disciplinas e uma mecanização da aprendizagem, visando a obtenção de um diploma para acesso a estudos superiores.
Breve Explicação da Crítica de Weber à Burocracia no Sistema Educacional
Max Weber, um sociólogo da burguesia, critica a burocratização, em resposta a Marx. Para Weber, os problemas não residem na luta de classes, mas entre o indivíduo e o Estado. A burocracia, embora seja a forma de organização de sistemas complexos, quando em excesso, cria barreiras entre os indivíduos e as suas necessidades, indo contra as liberdades fundamentais.
Weber critica a expansão da burocratização na educação, especialmente nas universidades. Ele defende uma educação de "Cavalheiro Cultivado", baseada no desenvolvimento do intelecto, elitista e focada na excelência, para formar pensadores, e não burocratas. A burocracia, por outro lado, cria "profissionais sem coração", especialistas em suas áreas, mas ineptos em outras. Ele critica a "americanização" da universidade, referindo-se à especialização excessiva em detrimento de uma educação mais holística.
Weber propõe uma educação de elite, concebida a partir da racionalidade e da exigência (excelência), que não seja burocrática, formando indivíduos com pensamento crítico e conhecimento abrangente (o "cavalheiro cultivado").
A Desigualdade Social na Escola Segundo a Sociologia Crítica (Althusser)
A desigualdade social é reproduzida na escola. Althusser foi um dos primeiros a desenvolver a teoria da reprodução social, distinguindo dois tipos de aparelhos de controle estatal:
- Aparelho Coercitivo do Estado: Utiliza a força como meio de opressão (exército, ditaduras, falsas democracias). A imposição pela força gera revolta.
- Aparelhos Ideológicos do Estado: Instituições que, através da ideologia, convencem os cidadãos de que a ordem social é benéfica. Incluem a Igreja e a Escola. A Igreja usa a fé para transmitir mensagens que beneficiam o status quo. Na escola, os professores podem, inadvertidamente, perpetuar a desigualdade social, moldando as mentes dos alunos de acordo com o sistema estabelecido.
A escola, como parte da sociedade, reflete e perpetua as desigualdades sociais, mantendo o controle das classes mais baixas e evitando a revolução contra a aristocracia ou o Estado.