Análise da Crise de 1929 e o Surgimento do Totalitarismo

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1. Compreender a crise gerada pelo Crash da bolsa de Wall Street como resultado de desequilíbrios gerados pela lógica de concorrência do sistema capitalista e por situações de crise que afetavam alguns setores da economia norte-americana, bem como à excessiva especulação e recurso ao crédito. No século XX, durante os anos 30, o capitalismo liberal conheceu a sua maior e trágica crise. Iniciou-se em 1929, nos EUA, e propagou-se a todos os países que tinham laços econômicos e financeiros. Virou-se então a grande depressão. ↓ Em 1928, os norte-americanos acreditavam que o seu país atravessava uma fase de prosperidade. Orgulhavam-se dos seus progressos tecnológicos, dos magníficos produtos saídos das suas fábricas, da azáfama das suas cidades. O candidato republicano à presidência considerava a pobreza e o desemprego como males em vias de extinção. ↓ No entanto, essa era de prosperidade revelar-se-ia precária: indústrias (extração do carvão, a construção ferroviária, os têxteis tradicionais e os estaleiros navais) não tinham ainda recuperado os níveis anteriores à crise de 1920-21; desemprego crônico; agricultura (produções excedentárias originam preços baixos e queda de lucros). ↓ A política de facilitação de créditos processada pelos bancos é que permitia a contínua compra de automóveis, entre outros. Crendo na solidez da economia, ávidos de riqueza fácil, muitos investiam na bolsa, onde a especulação crescia. De 1927 a 1929, o índice dos valores industriais cotados ultrapassou largamente o da produção industrial e é precisamente na Bolsa de NY em Wall Street que se manifestam os primeiros sinais da crise de 29. 2. Compreender os efeitos econômicos e sociais negativos gerados pelo Crash de Outubro de 1929 na economia norte-americana e nos países mais dependentes dessa economia. Desde 1921 que as ordens de venda das ações acumulam-se na Bolsa. As descidas de preço e dos lucros industriais alarmavam os acionistas. O pânico instalou-se em 24 de Outubro, “quinta-feira negra”, quando 13 milhões de títulos foram postos no mercado e não tiveram comprador. A 29 de Outubro, 16 milhões de ações conheceram o mesmo destino. A catástrofe ficou conhecida como o Crash de Wall Street. Nos meses que se seguiram, milhares de acionistas conheceram a ruína (ruína dos bancos). Com esta falta de créditos, a economia paralisou. ↓ Com efeito, descapitalizadas pela retirada dos acionistas e pelas restrições do crédito: as empresas faliram; o desemprego aumentou (12 milhões em 1932); a produção industrial contraiu-se e os preços baixaram; os preços dos gêneros agrícolas afundaram-se; fábricas fechadas; cortes drásticos nos salários; famílias inteiras viviam na miséria; às portas da cidade cresciam bairros de latas. ↓ A grande depressão não afetou apenas os Estados Unidos. Propagou-se também para as economias deles dependentes: países fornecedores de matérias-primas (como a Austrália, o Brasil, a Índia); todos aqueles cuja reconstituição se baseava nos créditos americanos, como por exemplo, a Áustria e a Alemanha, onde a retirada dos capitais americanos originou uma situação econômica e social absolutamente insustentável. ↓ No mundo capitalista liberal, em que os Estados Unidos tinham uma grande hegemonia, os anos 30 foram tempos de profunda miséria e angústia. A conjuntura deflacionista caracterizada pela diminuição do investimento e da produção, pela queda da procura e dos preços, parecia que nunca iria ter solução. Num ciclo vicioso, a diminuição do consumo trazia a queda dos preços e da produção, as falências, o desemprego, e novamente, a diminuição do consumo. ↓ As autoridades políticas não conseguiram entender a gravidade da situação e acabaram por acentuar a deflação com medidas desastrosas. Os Estados Unidos, numa tentativa de proteger a sua economia, começaram por aumentar de 26% para 50% as taxas sobre as importações. Criaram, deste modo, dificuldades acrescidas aos países que ficaram sem condições para adquirir a produção americana. A este fato pode-se juntar o declínio do comércio mundial que entretanto se verificou. ↓ Por outro lado, aumentaram-se os impostos, buscando receitas novas para o orçamento e, restringiu-se ainda mais o crédito para que desaparecessem as empresas não rentáveis. Na Alemanha, os funcionários públicos sofreram cortes significativos nos salários. A verdade é que, se se pretendia o saneamento financeiro evitando despesas e aumentando as receitas, originavam-se, em consequência, obstáculos ao investimento e à elevação do poder de compra da população. E, sem procura, não poderia haver um relançamento na economia. Instalou-se a descrença no capitalismo liberal, apenas restava aos países em crise uma maior intervenção na regulação das atividades econômicas. 3. Analisar o processo de implantação das ditaduras fascista e nazista nos anos 20 e 30. Com o passar dos anos 20, um novo sistema de exercício de poder confrontou o demo-liberalismo. Movimentos ideológicos e políticos subordinaram o indivíduo a um Estado onipotente, totalitário e esmagador. A Rússia soviética: totalitarismo (sistema político, no qual o poder se concentra numa só pessoa ou no partido único, cabendo ao Estado o controle da vida social e individual) adquiriu uma feição revolucionária visto que nasceu da aplicação do marxismo-leninismo e atingiu o seu auge com o estalinismo. Na Itália e Alemanha: o estado totalitário foi produto do fascismo e do nazismo que adquiriu uma feição mais conservadora. 4. Conquista do poder fascista e nazista. Itália - com o fim da I Guerra Mundial: “vitória mutilada”; reivindicação territorial (Dalmácia e a cidade de Fiume); instabilidade política dos governos dos partidos dominantes (socialistas e populares); desmobilização dos combatentes; desvalorização da moeda; desemprego; inflação; greves; ocupações de fábricas e terra; pauperização das classes médias. ↓ 1919 - Criação dos Fasci di Combattimento (milícia de combate - camisas negras), liderados por Benito Mussolini. Em 1921, houve a formação do partido nacional fascista (apoio de grandes proprietários e industriais). Em Outubro de 1922, realizou-se a marcha sobre Roma de Mussolini. ↓ Em Dezembro de 1925, o Duce tinha poder absoluto, leis “fascistíssimas”: proibição dos partidos não fascistas, dos sindicatos e da greve; censura; nomeação dos dirigentes dos municípios; prisões e perseguições aos opositores; tribunais especiais; polícia política (OVRA); leis sobre as corporações; início da “batalha de trigo”. ↓ Em 1926 foi instituída a pena da morte, a carta do trabalhador e juventudes fascistas. ↓ Na Alemanha, com o fim da I Guerra Mundial (derrota alemã): foi instituído o tratado de Versalhes (perda de territórios, desmilitarização da Alemanha, pesadas indemnizações); república parlamentar de Weimar (forte instabilidade política); tentativas de revolução comunista; desvalorização de moeda; inflação; greves; pauperização das classes médias. ↓ 1919 - Hitler adere a um pequeno partido de direita que, em 1921, toma o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. 5. Caracterizar a ideologia fascista, distinguindo particularidades e influências mútuas. O fascismo/nazismo rejeita as conquistas das revoluções liberais e burguesas: os valores da liberdade e igualdade, a democracia partidária (e o sufrágio), o parlamentarismo, os direitos individuais, menospreza e exercício do poder legislativo por assembleias, rejeita a teoria liberal da divisão dos poderes. Defende, pelo contrário, que acima do indivíduo está o interesse da coletividade a quem se deve submeter; o fascismo/nazismo combate o socialismo, o comunismo e o sindicalismo; rejeita a luta de classes porque divide a nação e enfraquece o Estado. O fascismo italiano concebeu um modelo de organização socioeconômica (o corporativismo) destinado a conciliar os interesses dos corpos profissionais (corporações) de trabalhadores, patrões e serviços; o fascismo/nazismo nega o princípio da igualdade: neste pressuposto as diferenças de classe, de sexo, de raça ou outras são evidenciadas devendo submeter-se aos interesses superiores. ↓ Totalitarismo e negação dos direitos individuais relativamente ao fascismo/nazismo: defende um estado totalitário que tudo controla no plano político, econômico e social, cultural, intelectual, etc; suprime as liberdades individuais e coletivas: liberdade de expressão, de associação, de manifestação ou ação; defende um estado autoritário e militarista; utiliza a força, a violência e a repressão para atingir os seus objetivos. ↓ Afirmação e exaltação da mística do Estado, da nação e do chefe: o fascismo/nazismo defende o primado do Estado sobre o indivíduo, que lhe deve estar totalmente subordinado (acima do indivíduo está o interesse da coletividade, a grandeza da nação e a supremacia do Estado); defende um nacionalismo fervoroso, exaltador das glórias pátrias. Princípio totalmente incompatível com o princípio socialista do internacionalismo operário (o proletariado não lutava pela pátria, mas pelo derrube do capitalismo mundial). ↓ Afirmação da superioridade das elites e da pureza racial: o fascismo/nazismo defende a supremacia das elites. 6. Explicitar o processo de enquadramento das massas levado a cabo pelos totalitarismos fascistas. O fascismo não aceita a igualdade no Homem. Parte do princípio de que os homens não são iguais, a desigualdade é útil e fecunda e o governo só aos melhores, às elites, deve competir. ↓ Os chefes foram promovidos à categoria de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e guiavam os seus destinos. Deviam ser seguidos sem qualquer hesitação, prestando-lhes um verdadeiro culto que raiava a idolatria. Mas as elites não incluíam apenas os chefes. ↓ Delas faziam parte a raça dominante (para Hitler era a raça ariana), os soldados e as forças militarizadas e os filiados no partido. As mulheres nazistas, cidadãs inferiores, estavam destinadas à vida no lar e à subordinação ao marido; os seus ideais resumiam-se às crianças, cozinha e igreja. Numa sociedade profundamente hierarquizada e rígida, as elites mereciam respeito pelas massas. Cabia-lhes veicular a ideologia dominante, assegurar o cumprimento escrito da ordem, manter a Nação submissa. ↓ As ideias fascistas eram inculcadas primeiramente nos jovens, já que as crianças, mais do que às famílias, pertenciam ao Estado. ↓ Na Itália, a partir dos 4 anos, as crianças ingressavam nos “Filhos da Loba” e usavam já uniforme; dos 8 aos 14 anos faziam parte dos “Balillas”, aos 14 eram vanguardistas e aos 18 entravam nas Juventudes Fascistas. ↓ Na Alemanha, os jovens eram fanatizados pelas organizações de juventude a partir dos 8 anos, quem não enviasse os seus filhos para as Juventudes Hitlerianas eram considerados opositores ao regime. Tal como nas organizações italianas, os jovens alemães aprendem o culto do Estado e do chefe, o amor pelo desporto e pela guerra, o desprezo pelos valores morais. ↓ A educação fascista era completada pela escola, através de professores profundamente subservientes ao regime, ao qual prestavam juramento, e de manuais escolares impregnados dos princípios totalitários fascistas. ↓ A arregimentação de italianos e alemães prosseguia na idade adulta, deles se esperando a total adesão e a identificação com o fascismo. Contava-se com diversas organizações de enquadramento das massas: Partido único; Frente do Trabalho Nacional-Socialista e as corporações italianas, que forneciam aos trabalhadores condições favoráveis na obtenção de emprego; Associações para ocupar os tempos livres dos trabalhadores com atividades recreativas e culturais que não os afastassem da ideologia fascista. ↓ O Estado fascista investiu bastante no controle das mentes e das vontades. A propaganda, com modernas técnicas audiovisuais, promoveu o culto do chefe e publicitou as realizações do regime e submeteu a cultura a critérios nacionalistas e até racistas. Na Itália, o Ministério da Imprensa e da Propaganda controlou as publicações, a rádio e, mais tarde, o cinema. Na Alemanha, o Ministério da Cultura e da Propaganda exerceu uma verdadeira ditadura intelectual. Suprimiu jornais, organizou autos de fé onde se queimavam as obras dos autores proibidos (Voltaire, Freud, Marx), perseguiu os intelectuais judeus, obrigou os criadores a prestarem juramento a Hitler e a difundirem os ideais nazis. Fez da rádio e do cinema armas indiscutíveis para o totalitarismo nazi. Estavam instalados por todo o lado aparelhos radiofônicos, através dos quais, e com o apoio de altifalantes nas ruas, escolas e fábricas, toda a Alemanha escutava o seu adorado chefe. 7. Mostrar que os totalitarismos estalinista e nazi desrespeitam os direitos humanos. A repressão policial (exercida pelas milícias armadas e polícia política): garantia o controle da sociedade e a sobrevivência do totalitarismo. ↓ Tanto o nazismo como o fascismo rejeitavam qualquer tipo de legado nacionalista e humanista da cultura ocidental. Defendem o culto da força, celebram a ação, o instinto, a “natureza selvagem” do homem. Antipacifistas, entendem ser na guerra que homens e povos desenvolvem as suas qualidades, mostram a sua coragem e a sua superioridade. ↓ A violência acompanhou a prática fascista desde sempre. Na Itália, incendiavam e pilhavam os sindicatos e as organizações políticas de esquerda, cujos dirigentes abatiam ou, na melhor das hipóteses, espancavam. ↓ Em 1923, esquadristas foram reconhecidos oficialmente como milícias armadas do Partido Nacional-Fascista. Receberam a designação de Milícia Voluntária para a Segurança Nacional, cabendo-lhes vigiar, denunciar e reprimir qualquer ato conspiratório. Idênticas funções competiam à polícia política - Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo (OVRA). O mesmo aparato repressivo e atentatório dos mais elementares direitos humanos à liberdade e à segurança teve lugar na Alemanha. O partido Nacional-Socialista criou as Secções de Assalto (antigos combatentes, desempregados, classes populares) e as Secções de Segurança (membros das classes mais elevadas), milícias temidas pela brutalidade das suas ações, em que espancamentos e a tortura eram bastante frequentes. ↓ As milícias e a polícia política (Gestapo) exerceram um controle apertado sobre a população e a opinião pública. A todos envolviam numa atmosfera de suspeita e denúncia generalizadas. Incentivavam a vigilância mútua, indo ao ponto de mentalizar as crianças para apresentarem queixa dos pais que contrariassem as disposições nazis. 8. A autarquia como modelo econômico. Em ambos os regimes fascistas referidos se adotou uma política econômica intervencionista e nacionalista que ficou conhecida por autarquia, isto é, a auto-suficiência econômica, patrocinada pelo heroísmo do povo e o seu empenho pela causa nacional. ↓ Na Itália, a planificação econômica foi facilitada pela atividade das corporações, pois assegurava-lhe a aquisição eficaz das matérias-primas, os volumes exatos da produção e o tabelamento dos preços e dos salários. Além disso, de modo a garantir independência das importações estrangeiras, fomentou-se ainda a produção nacional, com sucessivas campanhas de produtos de primeira necessidade, como a “batalha do trigo”, e promoveram-se reconstruções dos vários ramos industriais. Controlava-se ainda a subida dos direitos alfandegários, por forma a entravar as relações comerciais com outros países, e investia-se na exploração dos territórios coloniais, nomeadamente nas fontes de energia, minérios e borracha artificial. ↓ Na Alemanha, foi levada a cabo uma política de grandes trabalhos em arroteamento, na construção de autoestradas, linhas férreas, pontes e outras obras públicas, no qual gerava mais emprego. Por outro lado, como não podia deixar de ser, o Estado alemão teve uma posição intervencionista em relação à economia, dirigindo-a no sentido da reconstituição do modelo industrial e do desenvolvimento dos setores do armamento, da siderurgia, da química, da eletricidade, da mecânica e da aeronáutica. ESTALINISMO 1928 - Estaline era o chefe da União Soviética, empenhou-se em: construir uma sociedade socialista; transformar a Rússia numa potência mundial. Conseguiu através de: coletivização dos campos; planificação econômica (planos quinquenais); totalitarismo repressivo ao estado. 9. Princípios político-ideológicos do estalinismo: reafirmação dos objetivos da Revolução de Outubro de 1917, fazendo a apologia da «vitória do leninismo sobre a social-democracia»; construção de uma sociedade socialista, com «supressão de todos e de cada um dos grupos exploradores» OU construção de uma sociedade «sem classes» OU destruição do mundo capitalista; reafirmação da «ditadura do proletariado» OU afirmação da supremacia do proletariado sobre os demais grupos sociais; apropriação e destruição do poder econômico da burguesia OU nacionalização e coletivização dos bens de produção; destruição do Estado burguês OU destruição da democracia liberal OU imposição do poder político dos sovietes OU reafirmação da democracia proletária; reafirmação do princípio do internacionalismo proletário OU da Revolução de Outubro (uma revolução internacional e mundial). 10. Identificar as práticas políticas do estalinismo. (Estado onipotente e totalitário.): - russificação de todas as regiões e submissão a Moscovo; - cidadãos privados das liberdades fundamentais – sociedade enquadrada em organizações que a vigiavam (jovens e trabalhadores); - centralismo democrático - Partido Comunista monopolizava o poder político e os órgãos do Estado, controle do aparelho partidário, burocratizado e disciplinado; - campanhas de depuração / purgas; - trabalhos forçados; - repressão policial, purgas e processos políticos; - deportações para campos de trabalhos forçados e execuções; - culto da personalidade (Estaline, “pai dos povos”). 11. Caracterizar o modelo econômico estalinista Destruição do capitalismo nos campos: do abandono da Nova Política Econômica (NEP) à coletivização. - abandono da NEP devido à contradição entre os seus efeitos sociais e os princípios ideológicos do marxismo, com o desenvolvimento de uma classe de agricultores abastados (Kulaks); - reafirmação do projeto de destruição da «propriedade burguesa» com a liderança de Estaline, empenhado na construção do «mundo socialista» sobre o «mundo capitalista»; - aceleração do ritmo de modernização da agricultura para aumento da produção de alimentos (fornecendo alimentos para os operários) e, também, libertaria mão de obra para as indústrias; - confisco de terras e de gado aos proprietários rurais (kulaks), execução (ou deportação para a Sibéria) de milhões de proprietários rurais (kulaks); - formação de quintas coletivas ou cooperativas de produção (kolkozes), com terras e equipamentos retirados aos camponeses, e de quintas do Estado (sovkozes), com trabalho assalariado. 12. Planificação econômica: prioridades e resultados: - organização da produção, pelo Estado, de acordo com as necessidades de desenvolvimento da URSS; - lançamento de planos quinquenais OU estabelecimento de metas para a economia para evitar o desemprego OU para evitar desequilíbrios na produção OU para garantir o crescimento econômico; - modernização da economia com a realização de investimentos maciços OU com o recurso a técnicos estrangeiros OU com a aposta na formação de mão de obra especializada e adoção de medidas coercivas (1º plano quinquenal – 1928/1932); - recurso a intensa propaganda na exaltação dos objetivos do socialismo OU na exaltação das metas dos planos OU na exaltação do modelo do trabalhador revolucionário e heroico (os operários-modelo); - prioridade atribuída à indústria pesada e às infraestruturas no 1º plano (1928-1932) OU obtenção de resultados positivos no desenvolvimento da economia (crescimento do PSB* na URSS de 13,2%, entre 1928 e 1932); - desenvolvimento dos setores da indústria ligeira e dos bens de consumo no 2º plano (1933-1937) OU obtenção de resultados positivos no desenvolvimento da economia (crescimento do PSB na URSS de 16,1%, entre 1933 e 1937); - incremento das indústrias hidroelétrica e química no 3º plano (1938-1942), interrompido devido à Segunda Guerra Mundial; - recuperação da destruição causada pela Segunda Guerra Mundial, dando prioridade à indústria pesada, às infraestruturas e à produção energética nos 4º e 5º planos (1945-1950 e 1951-1955); - afirmação da URSS como grande potência econômica: crescimento do produto social bruto com taxas elevadas; - secundarização do objetivo da melhoria das condições de vida da população, com fraco desenvolvimento das indústrias de bens de consumo; - tendência de desaceleração a partir dos anos de 1950, reveladora de debilidades da política econômica. A RESISTÊNCIA DAS DEMOCRACIAS LIBERAIS. O intervencionismo do estado. Depressão dos anos 30 - fragilidade do capitalismo liberal. ↓ John Keynes chamou a atenção para a necessidade de maior intervencionismo do Estado. Este, defendia: investimentos públicos (luta contra o entesouramento e ajuda às empresas); regulação do mercado do Estado; apoios e incentivos às empresas (relançamento de produção de bens); políticas financeiras antideflacionistas (vantagens de uma inflação controlada); medidas de caráter social (resolução de desemprego crônico e relançamento da procura). ↓ O Estado teve um papel ativo enquanto organizador e regulador das leis do mercado: New Deal - EUA; governos europeus de frente popular. 13. (Princípios econômicos de Keynes) NEW DEAL do presidente Roosevelt 1ª fase (1933-34) Metas: relançamento da economia e luta contra o desemprego e a miséria. ↓ Medidas: MEDIDAS FINANCEIRAS RIGOROSAS (encerramento temporário de instituições bancárias, sujeitas a inspeções dos funcionários federais, estabelecimento de sanções contra os especuladores e requisição de ouro, desvinculação do dólar do padrão-ouro e a sua desvalorização - 41%); PLANO DE OBRAS PÚBLICAS - construção de estradas, vias férreas, aeroportos, barragens hidroelétricas, habitações e escolas (combater o desemprego); criação de campos de trabalho para os desempregados mais jovens (rearborização e luta contra a erosão dos solos); APOIOS À AGRICULTURA - concessão de empréstimos bonificados aos agricultores e de indemnizações que os comprassem para redução de áreas cultivadas; PROTEÇÃO À INDÚSTRIA - fixação de preços mínimos e máximos de venda e de quotas de produção, evitando a concorrência desleal e garantia aos trabalhadores do salário mínimo e liberdade sindical. ↓ 2ª fase (1935-38) medidas sociais: LEI DE WAGNER (1935): reforma por velhice ou invalidez; instituição do fundo de desemprego; auxílio aos pobres. FAIR LABOR STANDARD ACT (1938): estabelecimento do salário mínimo; redução da jornada de trabalho semanal (44h). ↓ O estado-providência era um estado intervencionista que promove a segurança social de modo a garantir a felicidade, o bem-estar e o aumento do poder de compra dos cidadãos. (viabilizar o crescimento econômico). OS GOVERNOS DA FRENTE POPULAR E A MOBILIZAÇÃO DOS CIDADÃOS. Com o intervencionismo do Estado, as democracias liberais resistiram à crise econômica e recuperaram credibilidade política. ↓ Na França, apesar da grande depressão não a ter atingido com grande intensidade, a crise nunca mais acabava (o desemprego cada vez era maior), por causa das medidas deflacionistas que atingiam principalmente; agricultores, classe média e operários. ↓ Os governos enfrentavam críticas da esquerda, que pediam soluções inspiradas em Keynes e no New Deal e a constatação de direita. ↓ Ligas nacionalistas de pendor fascista (ex-combatentes, oficiais do exército, grandes capitalistas) desejam a implantação do autoritarismo. ↓ Iniciou-se uma mobilização dos cidadãos. Forma-se uma coligação de esquerda (Frente Popular), constituída por: comunistas, socialistas e radicais no qual triunfou nas eleições de 1936. Tinha como principal objetivo: deter o avanço do fascismo na França. ↓ Os governos da Frente Popular forneceram impulso à legislação social (Léon Blum), na sequência de um grande movimento grevista. Com isto, surgem os acordos de Matignon: assinatura, em cada empresa, de contratos coletivos de trabalho entre empregados e assalariados; aceitação da liberdade sindical; previsão de aumentos salariais; horário de trabalho reduzido (40h); concessão a todos os trabalhadores do direito a 15 dias de férias pagas (por ano). ↓ Medidas tomadas pela Frente Popular: dignificam a classe trabalhadora; combatem a crise; aumentam o poder de compra; criam mais emprego; escolaridade obrigatória até aos 14 anos; criação de albergues da juventude; incremento de desportos em massa, do cinema, do teatro; controle exercido pelo Estado no Banco de França; nacionalização das fábricas de armamento; regularização da produção e dos preços dos cereais. ↓ Na Espanha, a Frente Popular triunfa em 1936 e é apoiada por: socialistas; comunistas; anarquistas; sindicatos operários. Esta união de esquerda faz frente às forças conservadoras decretando: separação entre a igreja e o estado; direito à greve; direito à ocupação das terras não cultivadas; aumento dos salários. Na reação: Frente Nacional (monárquicos, conservadores e falangistas) começa a guerra civil. DA DITADURA AO ESTADO NOVO. A 28 de Maio de 1926 deu-se o golpe de estado promovido pelos militares que pôs fim à 1ª república portuguesa. ↓ Em 1932-33, instala-se a ditadura militar com os propósitos de: “regenerar a pátria” e recuperar a instabilidade política, no qual se veio a revelar um fracasso. As razões para esse fracasso foram: desentendimentos entre militares, sucessiva mudança de chefes de executivo (comandante Mendes Cabeçada, generais Gomes de Costa e Óscar Carmona); impreparação técnica dos chefes da ditadura (agravamento do déficit orçamental); esmorecimento da adesão entusiástica dos primeiros tempos. ↓ A 1928, António de Oliveira Salazar ocupa a pasta das Finanças, com a condição de gerir as despesas de todos os ministérios (o país apresentou saldo positivo no orçamento. “milagre”). ↓ Em 1930, foram lançadas bases orgânicas da União Nacional (partido único) e promulgou-se o ato colonial (que estabelecia as regras de organização e assim das colônias). ↓ Em 1932, Salazar encontra-se na chefia do governo devido aos seus feitos. Queria instaurar uma nova ordem política, para isso criou estruturas institucionais necessárias. ↓ Em 1933, deu-se a publicação do estatuto do trabalho e a constituição de 1933, submetida a plebiscito nacional. ↓ Salazar era contra o liberalismo, democracia e o parlamentarismo. No entanto, proclamava um Estado autoritário, corporativo, conservador e nacionalista. Os seus apoiantes eram: hierarquia religiosa e devotos católicos; grandes proprietários agrários e alta burguesia ligada ao comércio colonial e externo; média e pequena burguesias; monárquicos; simpatizantes fascistas e militares. ↓ O Estado Novo foi inspirado no fascismo italiano.

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