Análise da Crítica de Espanha na Poesia de Machado

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A Crítica de Espanha na Poesia de Machado

O tema principal deste poema de Machado é uma crítica a Espanha da época, principalmente destacando os adjetivos negativos atribuídos tanto aos personagens quanto a Castela. Os personagens são vistos como "homens maus, capazes de vício insano e crime brutal, que (...) esconde uma alma feia". Castela é definida como "terra da águia, um pedaço do planeta onde a sombra do andarilho se projeta". Machado retrata uma Espanha e uma Castela negativas e sem esperança, e que é o homem, seu habitante, quem mata o vizinho e a vegetação, quem se destrói sistematicamente e, ao destruir a paisagem, revela apenas um vazio desolado que reflete sua alma patética.

A Destruição da Paisagem e do Homem Castelhano

Desde as primeiras linhas, o poema expõe a natureza destrutiva do camponês castelhano, que incendeia pinhais, onde há atos de matança, que trava uma guerra violenta e avassaladora, e que já havia despendido e cortado as árvores, em operações devastadoras e implacáveis. Assim, o homem incendeia, despoja, arranca e explora os pinheiros, carvalhos e florestas de carvalhos das montanhas, evidenciando o efeito do homem sobre a natureza: a paisagem humana de Machado.

Cainismo e a Geração de 98

Este poema destaca-se pelos muitos adjetivos negativos que descrevem os homens do campo, bem como Castela. É evidente a questão do cainismo, ou seja, a ideia de que o homem é mau por natureza, que está entre as questões recorrentes dos autores da Geração de 98 e na análise da intra-história, com os personagens reais dos campos como parte da verdadeira história da Espanha. Por esta razão, o poema é um exemplo claro das teorias noventayochistas sobre o homem espanhol.

Os Personagens da Intra-História

Os personagens que aparecem neste poema são os personagens da intra-história, nomeados por Unamuno, os protagonistas, segundo a Geração de 98, da história de Espanha. Assim, Machado inclui neste poema "o homem destas terras", "o homem mau do campo e da aldeia", "o filho de uma raça" e "seus filhos pobres". Machado concentra-se em descrever os personagens, um reflexo fiel da terra em que vivem.

Recursos Estilísticos e Simbolismo

Os versos utilizados por Machado neste poema são alexandrinos (de catorze sílabas), distribuídos em quadras com rima ABAB.

No sentido literário, símiles podem ser encontrados em "despojos de guerra" ou "em qual arco da curva". São exibidos muitos dos símbolos típicos da poesia de Machado. Por exemplo, em "pelos rios sagrados para o mar largo" aparece o símbolo da água, considerada o fluxo para a vida, e o mar, que é a morte neste tópico literário presente em toda a literatura espanhola. Na "linha de caminhantes" está a ideia de viagem como a jornada através do tempo e das diferentes circunstâncias que preenchem a vida. Por outro lado, no "declínio no período da tarde", pode-se ver o símbolo de Machado para a tarde como o fim da vida. Também aparecem personificações como "uma alma feia, um escravo dos sete pecados mortais" ou "ferido e entristecido suas fortunas e infortúnios". Também aparece a antítese em "salvar suas presas e o salário que atinge o vizinho".

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