Análise da Demanda Efetiva e Modelos Pós-Keynesianos

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Princípio da Demanda Efetiva

  1. Definir o preço de oferta e demanda agregada, de acordo com o princípio da demanda efetiva.

    O preço da oferta agregada é a expectativa dos resultados a serem obtidos e o valor acessível para os empregadores concederem tal ocupação. É também considerado como o custo do trabalho estimado associado a cada nível de emprego.

    O preço da demanda agregada é a quantidade do produto que os empresários esperam obter com o uso de N homens. $D = f(N)$ é a função de demanda agregada.

  2. De acordo com o princípio da demanda efetiva, o que determina os níveis de produção global e de emprego?

    Os níveis de produção e do emprego global são determinados pela intersecção das duas funções (oferta e demanda agregada) em relação ao nível de emprego N. O ponto de intersecção é chamado de Demanda Efetiva.

  3. E se, para algum valor de N, o valor a ser recebido for superior ao preço total da oferta?

    Haverá um estímulo para os empregadores aumentarem os níveis de ocupação (além de N), mesmo que seja necessário aumentar seus custos para competir pelos fatores de produção.

  4. O que determina o nível de renda?

    O nível de renda é o excedente da produção resultante da soma dos custos do fator L e dos custos de utilização. O nível de renda é determinado principalmente pelo nível de ocupação.

  5. Em equilíbrio, o que determina o volume de emprego?

    Em equilíbrio, o volume de emprego depende de três fatores: o produto global, a propensão a consumir e o volume de investimento.

  6. O que determina a quantidade de trabalho N que os empresários decidem contratar?

    A soma do que o empregador espera vender à comunidade: o consumo das famílias e o que esperam de um novo investimento.

  7. Se a propensão a consumir não aumentar, o que seria necessário para aumentar a ocupação e reduzir a diferença entre Z (Oferta Agregada) e D (Demanda Agregada)?

    Deve haver um nível de investimento suficiente para absorver o excedente da produção total que a comunidade não deseja consumir (poupança) no nível de emprego atual. Se o investimento for insuficiente, o nível de ocupação deve ser reduzido para alcançar o equilíbrio.

  8. Dada a Propensão Marginal a Consumir (PMC) da comunidade, o que determina o nível de equilíbrio da ocupação e como ele dependerá do montante de investimento?

    O nível de emprego de equilíbrio depende do montante do investimento, e o montante do investimento, por sua vez, dependerá da eficiência marginal do capital.

Pós-Keynesianos

  1. Como surgiu o pensamento pós-keynesiano e quais são as semelhanças entre as correntes?

    O pensamento pós-keynesiano surge na década de 50, especialmente nos EUA e no Reino Unido, e é dividido em três correntes:

    • Americanos: P. Davidson, baseia seu trabalho na Teoria Geral.
    • Italiana: Posinetti, depende principalmente de Marx e Keynes.
    • Resto de contribuições: A maioria de língua inglesa e Kalecki.

    Destaques e Semelhanças:

    • Os pós-keynesianos tentam remover as impurezas que outros adicionaram à teoria de Keynes.
    • Procuram concluir a teoria geral, especificamente a demanda agregada.
    • Não concordam com os postulados neoclássicos, pois acreditam que nem o mercado nem a economia tendem a atingir o equilíbrio por si mesmos.
    • Consideram que a incerteza é importante no processo econômico, principalmente para a função de investimento.
    • As instituições são importantes porque afetam os agentes econômicos.
    • O fator tempo é importante.
    • Consideram que o mercado perfeitamente competitivo não existe, mas sim um comportamento monopolista, o que afeta os preços. Assim, a inflação não é um problema de demanda, mas de custo (custo do dinheiro).

Modelo de Harrod

  1. Quais são os pressupostos do modelo de Harrod, quais são as variáveis de interesse e qual é o propósito do seu modelo?

    Pressupostos do Modelo de Harrod:

    1. A poupança agregada (ex ante) é uma proporção constante da renda nacional.
    2. A força de trabalho cresce a uma taxa constante.
    3. Há apenas uma combinação de capital e trabalho na função de produção; não há progresso técnico que altere essas relações, mesmo na amortização do capital.

    O objetivo do modelo de Harrod é desenvolver a teoria dinâmica da demanda efetiva de Keynes, pois ele acreditava que Keynes estava limitado a uma análise de equilíbrio estático. O modelo também tenta determinar a fração da renda que a população deve poupar para manter o pleno emprego e as consequências caso isso não ocorra.

    Variáveis de Interesse:

    • A força de trabalho, que cresce de acordo com o crescimento populacional.
    • A produção per capita, que depende da terra.
    • O capital, que depende da poupança.
  2. Explique a taxa de crescimento natural, garantida e efetiva.

    • Taxa Natural ($G_n$): É considerada a taxa máxima que pode ser obtida com o pleno emprego da força de trabalho e uma técnica determinada. É também a proporção de renda fixa que deve ser poupada pela população.
    • Taxa Garantida ($G_w$): Indica o crescimento da renda que seria possível com uma taxa de poupança e uma dada relação capital-produto. É a taxa que faz com que os empresários fiquem satisfeitos com seus investimentos (equilíbrio ex-ante = ex-post).
    • Taxa Efetiva ($G_a$): É a taxa que ocorre a qualquer momento (taxa real), podendo indicar subemprego. É o crescimento da renda que fez a poupança coincidir com o investimento (crescimento ex-post).
  3. E se a taxa de crescimento efetiva (real) for inferior à taxa garantida ($G_a < G_w$)?

    Haverá um acúmulo indesejado de estoques, o que fará com que os produtores queiram reduzir a produção futura.

Modelo de Joan Robinson

  1. Para Joan Robinson, quais são os determinantes do equilíbrio?

    Os determinantes do equilíbrio são:

    • As condições técnicas;
    • Condições de poupança;
    • As políticas de investimento;
    • Condições de concorrência;
    • As negociações salariais;
    • Condições financeiras;
    • A acumulação de capital;
    • O estado de expectativas decorrentes das experiências passadas.

    Esses determinantes afetam o fluxo de produção, custos e taxas de qualquer tipo de produto, a taxa de retorno sobre o capital e os salários reais por unidade de trabalho.

  2. O que dizer sobre a política de investimento?

    • Mencionou que as decisões de investimento de capital são regidas por companhias de produção.
    • Os benefícios devem compensar os custos de juros com uma margem considerável, devido ao risco maior.
    • A esperteza dos empresários, ou seja, uma função que relaciona a taxa desejada do estoque de capital ao nível dos benefícios esperados (custos e preços).
  3. O que dizer sobre as condições de poupança?

    Dependem de dois tipos de renda: empresas e famílias.

    • Empresas: Os empregadores poupam para reter parte do seu lucro bruto, considerando a depreciação de suas reservas, a fim de manter intacto o capital existente.
    • Fatores da Poupança Líquida das Empresas: A poupança líquida das empresas dependerá de três fatores: a forma de calcular a depreciação, a estrutura da dívida (juros) e a política de dividendos.
    • Famílias: A poupança das famílias, sejam rentistas puros (acionistas) ou trabalhadores, que poupam para deixar um imóvel ou legado.
  4. Qual o papel do financiamento?

    dois aspectos importantes do financiamento:

    • A estrutura da relação entre a distribuição do desejo de acumular e a distribuição do poder de empréstimo, que se preocupa principalmente com a organização das instituições financeiras e a tramitação dos rentistas (risco).
    • A taxa de juros.
  5. A partir dos conceitos de taxa de lucro e acumulação, explique o modelo de J. Robinson, considerando os pontos de equilíbrio e desequilíbrio.

    A curva A representa a taxa de retorno sobre o investimento esperado em função da taxa de acumulação que ela gera. A curva I representa a taxa de acumulação em função da taxa de lucro induzida.

    • Desequilíbrio (Acúmulo Alto): Quando as empresas se encontram em uma situação em que a taxa efetiva de lucro é maior do que a taxa justificada pela acumulação, isso gera uma taxa de acumulação menor no futuro imediato, pois o nível atual é considerado muito elevado e não parece rentável investir nele.
    • Desequilíbrio (Acúmulo Baixo): Quando a taxa de acumulação atual é menor do que a taxa justificada pela taxa de lucro (posição entre S e D), as empresas planejam aumentar a taxa de acumulação.
    • Estagnação: Quando a taxa de acumulação está em um nível muito baixo para gerar lucros (um ponto abaixo de S), a economia terá caído abaixo da velocidade de estagnação e pode levar à ruína.
    • Ponto D (Equilíbrio): O ponto D representa uma taxa de acumulação que está gerando a expectativa de lucro necessária para a manutenção, sendo descrita como a taxa desejada de acumulação. O fato de que a taxa de acumulação desejada e a real coincidam em uma situação de curto prazo não garante que a situação continue.

As Idades de Crescimento de Joan Robinson

Idade de Ouro (Golden Age)

Localização próxima ao pleno emprego, onde a manutenção de uma taxa desejada de acumulação é igual à taxa possível (determinada pela taxa de crescimento populacional e produção per capita). Se o progresso técnico aumentar a produção per capita, os salários reais crescerão ao mesmo ritmo. A taxa de retorno sobre o capital permanece constante.

Idade de Ouro Capenga (Golden Age Pick)

Pode haver uma taxa fixa de acumulação de capital abaixo do pleno emprego. A composição da riqueza das plantas é adequada para a taxa desejada de acumulação, mas não há estoque suficiente para empregar toda a força de trabalho. A claudicação (subemprego) pode ter vários graus de gravidade. Quando a produção está crescendo menos rapidamente que a produção per capita, o nível de emprego na indústria organizada está a diminuir ao longo do tempo. Quando a produção está aumentando mais rapidamente que a produção per capita, o emprego está aumentando.

Idade de Execução (Age of Stagnation)

Uma das razões para o aumento do desemprego é a redução da norma de vida para todos os trabalhadores. A taxa alcançada continua a ser a taxa mais baixa possível.

Idade de Ouro Restrita (Restricted Golden Age)

Usando o progresso técnico induzido, é possível manter uma taxa de crescimento tão elevada quanto desejado, com grande interesse por parte das empresas. A restrição pode ter duas formas diferentes:

  • Quando as empresas querem ter mais trabalho do que o existente, uma luta que pode produzir um aumento das taxas de salário nominal, refletindo o aumento nos preços e na demanda por crédito para financiar a produção.
  • Quando permitem sentir a escassez de trabalho, as empresas estão sob a influência do sentimento de fraternidade, abstendo-se de aumentar os salários por meio de uma tomada de poder e dos trabalhadores uns dos outros.

Idade de Platina Galopante (Galloping Platinum Age)

A velocidade é animada e há uma grande quantidade de trabalhadores não qualificados empregados, mas a taxa de crescimento desejada não pode ser alcançada devido à falta de planta básica para a produção de plantas. Se o progresso técnico não for suficientemente rápido, a taxa de salário real irá diminuir.

Idade de Platina Rastejante (Crawling Platinum Age)

A razão básica para a planta é muito alta para a taxa de crescimento fisicamente possível. As condições iniciais não permitem o crescimento sustentado, e a taxa de acúmulo de velocidades aumenta ou diminui de acordo.

Idade de Ouro Bastarda (Bastard Golden Age)

A pressão inflacionária, causando freios financeiros, pode surgir quando não há falta de trabalho, se a taxa de salário real se recusar a cair além de um certo nível. Quanto maior a taxa de acumulação, menor a taxa de salário real.

Idade de Platina Bastarda (Bastard Platinum Age)

Quando o progresso técnico está em execução, diminui gradualmente a quantidade de trabalho necessária para produzir o salário mínimo real aceitável para uma determinada equipe de homens.

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