Análise do Fragmento de A Árvore do Conhecimento de Pio Baroja

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Análise do Fragmento de A Árvore do Conhecimento

Texto de comentário: O fragmento pertence à obra de Pio Baroja "A Árvore do Conhecimento". Este trabalho tem sido considerado por críticos literários como uma das suas melhores obras. Coleta, além de sua base autobiográfica, o pensamento e a visão de mundo do autor.

Localização do Fragmento

(...)

Estrutura Externa

Baroja, fiel ao seu estilo narrativo, apresenta uma narração em terceira pessoa, com poucas, mas precisas e descritivas pinceladas que fundamentam o conteúdo dos diálogos das personagens.

Estrutura Interna

Enfrentamos um texto de caráter fundamentalmente ideológico. Para isso, o autor utiliza a estrutura da dialética (diálogo) para contrastar os pontos de vista de Hurtado e seu tio Iturrioz (que alguns críticos identificam com o próprio Baroja). No pensamento do fragmento, podem-se distinguir duas partes distintas, tanto pela forma quanto pelo conteúdo:

Parte 1:

Narrativa, descritiva, usada como introdução para situar o diálogo, que é o que importa para Baroja.

Parte 2:

O diálogo, que constitui a espinha dorsal do texto e a abordagem ideológica subjacente.

Análise da Parte 1

Na hora de situar a ação, Baroja não se detém numa descrição narrativa lenta, mas sim, com um toque rápido, serve apenas ao propósito da narrativa: a apresentação do lugar sem floreios. (...) A descrição não poderia ser mais concisa: como um observador fiel da realidade, Baroja nomeia os objetos, as coisas sem adjetivos: o Guadarrama, o telhado da casa da montanha, a torre de Móstoles, a estrada da Extremadura e os moinhos de vento. Só com um pincel específico, impressionista e modernista, fala das manchas verdes dos cemitérios de San Isidro e San Justo. Mas, novamente, a enumeração é simples: as duas torres de Getafe, a ermida do Cerro de los Ángeles. Para dar um contributo ao diálogo, esta parte termina com um breve esboço narrativo (...)

Análise da Parte 2 (O Diálogo)

O diálogo também tem uma breve introdução: Destaca-se, em primeiro lugar, a saudação das personagens; em seguida, uma narração mínima para explicar o que fazem naquele momento (um rega as plantas e o outro discute as particularidades dos seus vizinhos) para servir como pretexto para a reflexão existencial. O diálogo serve para confrontar o pensamento de Baroja através de ambas as personagens. No entanto, existem abordagens que se opõem, mas que desenvolvem a ideia central do texto: a vida como luta, como uma caça cruel entre pessoas.

Hurtado fornece a tese de reflexão (a vida dos seus vizinhos) e Iturrioz opõe a antítese, incluindo todos os seres vivos na luta pela existência. Hurtado, no seu discurso (certamente dirigido ao seu tio), responde que é um conceito antropomórfico, ou seja, a transferência de características humanas para outros seres. No entanto, ele próprio compara os seus vizinhos com eles e nega algo tão humano como a luta pela vida.

Iturrioz clarifica no seu discurso vários conceitos finais:

  1. Luta equivale a conflito; há sempre um vencedor e um perdedor.
  2. Quando se pensa em Baroja, ele sempre disse que só os fortes sobrevivem aos fracos.
  3. Ele contrasta a sua natureza, a de um espectador (como o próprio Hurtado), que explica o ciclo de vida, com a do homem 'justo', que destrói os fracos com impunidade, acreditando que faz o bem.

Conclusão

Em conclusão, podemos dizer que o texto resume os principais aspectos da visão de mundo e da vida de Baroja. Estamos diante de uma declaração ideológica onde Baroja usa as suas personagens como pretexto e meio de exposição. Assim, o conteúdo (as ideias) é mais importante que a forma. As ideias de Baroja têm fontes reconhecíveis: a filosofia de Nietzsche, que foi um dos filósofos favoritos do romancista. Quanto à forma, deve-se observar a estrutura perfeita (introdução e desenvolvimento dialético) e a precisão na linguagem direta do autor, permitindo apenas uma mínima nota impressionista sobre a paisagem e o ambiente.

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