Análise Funcional: Caso de Depressão

Classificado em Psicologia e Sociologia

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Análise Funcional do Comportamento Depressivo

Estímulos (E)

  • Contexto Laboral: Situações de grande exigência, prazos curtos, reuniões com o chefe, críticas depreciativas de colegas.
  • Contexto Familiar: Quando o marido traz mais trabalho para casa e dedica seu tempo a ele, fazendo com que a paciente se sinta ignorada.

Organismo (O)

  • Variáveis Genéticas: Predisposição genética para a depressão.
  • Variáveis Fisiológicas: Nada a assinalar.
  • História de Aprendizagens Passadas: Relação conflituosa entre os pais. Desaprovação dos pais ao início do namoro, levando a uma fase de grande conflito.

Respostas (R)

  • Respostas Fisiológicas: Falta de energia, diminuição da libido, angústia.
  • Respostas Motoras: Perda de prazer em atividades antes apreciadas, isolamento, indecisão.
  • Respostas Cognitivas: Dependência da medicação, baixa autoestima, crença de que só funciona com medicação.

Consequências (C)

  • Reforço Positivo:
    • Atenção e cuidado do marido quando deprime ou está em baixo.
    • Proteção e menor exigência do chefe durante as crises no trabalho.
  • Reforço Negativo: Alívio dos sintomas com a medicação, levando ao aumento da dose por iniciativa própria em períodos de crise.

Microanálise Funcional

A paciente desenvolveu um conjunto de respostas depressivas para lidar com situações relacionais potencialmente conflituosas e exigentes. Essas respostas são mantidas por reforço positivo, pois resultam em menor exigência, mais benevolência, proteção e cuidado por parte dos outros.

  • A paciente aprendeu a desenvolver respostas depressivas para situações de conflitualidade e/ou exigência.
  • Estas respostas são mantidas por reforço positivo (mais atenção, cuidado, diminuição da conflitualidade e exigência).

Macroanálise

A partir da análise da história de vida, observa-se que a paciente foi exposta à conflitualidade dos pais, aprendendo que as relações podem ser fonte de conflito. A mãe também apresentava depressão, sugerindo uma aprendizagem por modelagem de que respostas depressivas são uma forma de lidar com a conflitualidade e obter bem-estar a médio/longo prazo.

Na adolescência, a relação com o namorado gerou conflito com os pais. A dificuldade em lidar com o conflito e a crítica levou ao desenvolvimento de comportamentos depressivos. A entrada no mercado de trabalho reforçou a experiência de que as relações são conflituosas, causando mal-estar e insatisfação.

No contexto laboral, colegas e superiores tornaram-se mais tolerantes, menos críticos e menos exigentes diante dos comportamentos depressivos da paciente. O marido também se mostra mais atencioso e cuidadoso nessas fases.

A microanálise é complementada pelos dados da história de vida. Um possível esquema de macroanálise hipotetiza que a aprendizagem por modelagem de que as relações são conflituosas e que a forma de lidar com elas é manifestando fragilidade e comportamentos depressivos foi reforçada na adolescência e posteriormente no trabalho.

A obtenção de maior atenção e cuidado dos outros (contexto laboral e familiar) mantém o problema por reforço positivo. A medicação proporciona alívio, reforçando a ideia de dependência e incapacidade de funcionar sem ela, mantendo o problema por reforço negativo.

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