Análise Funcional do Comportamento e Avaliação Comportamental

Classificado em Psicologia e Sociologia

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Análise Funcional do Comportamento e Avaliação

A Análise Funcional do Comportamento (AFC) é central na avaliação da terapia comportamental.

É um método sistemático para investigar colaborativamente o cliente e o seu contexto, no sentido de desenvolver técnicas específicas para lidar com os problemas do cliente.

Na análise funcional, o terapeuta procura analisar os ABCs do comportamento:

  • A – Antecedentes do comportamento
  • B – Behavior (O comportamento resultante)
  • C – Consequências (consequências desse comportamento)

O terapeuta procura descobrir:

  • o que aconteceu mesmo antes do comportamento-problema;
  • como o comportamento específico se manifesta;
  • e quais os resultados ou consequências desses comportamentos para o cliente.

Para perceber como se manifesta o problema em termos comportamentais, deve recolher a seguinte informação:

  • Quando o comportamento ocorre;
  • Com que frequência aparece;
  • O que normalmente surge antes e depois do comportamento;
  • O que é que o cliente pensa e sente durante o comportamento;
  • O que é que o cliente já tentou para resolver o problema.

Numa segunda fase da avaliação, o terapeuta conduz uma análise funcional do problema do cliente, identifica pessoas ou variáveis contextuais que mantêm o comportamento-problema e foca-se no "como" e "quando", evitando o "porquê".

O terapeuta deve focar-se nas seguintes questões:

  • Como, Quando, Onde, O quê

Outro aspeto importante na análise funcional do comportamento é perceber como o comportamento se desenvolve e se mantém através de um sistema de recompensas ou reforços e punições.

A AFC é um método sistemático para obter dados e informação, para examinar o contexto e para o terapeuta identificar as relações que o ajudam a identificar as variáveis que influenciam o comportamento.

A premissa básica da AFC é que o comportamento serve um propósito e que está relacionado com o contexto em que ocorre.

  • Quando o terapeuta compreende o que influencia o comportamento do cliente, está em melhor posição para determinar como as variáveis podem ser alteradas para promover um comportamento positivo.

Modelo Terapêutico Comportamental: Avaliação Clínica

Características da Avaliação Comportamental

Existem 4 características centrais e distintivas da avaliação e conceptualização comportamental:

  • Acontecimentos Observáveis

    O acento tónico deve ser colocado naquilo que a pessoa faz em lugar daquilo que a pessoa é ou infere que é.

    O MC é particularmente crítico ao uso de etiquetas diagnósticas ou classificações personalísticas do tipo “hiperatividade”, “ansiedade”, “depressão”.

    Interessa saber aquilo que o cliente faz, como o faz e quando o faz.

    Para o clínico comportamental, há que:

    • identificar em primeiro lugar claramente o comportamento a ser observado;
    • depois defini-lo objetiva e operacionalmente;
    • e, finalmente, analisá-lo topograficamente quanto à forma, frequência, duração e intensidade.
  • Comportamento como Amostra

    O comportamento analisado não é visto como um sinal ou como uma expressão sintomática de uma organização interna específica – é visto como uma amostra do funcionamento do cliente.

    Na avaliação comportamental: o caráter ideográfico substitui a abstração nomotética da classificação diagnóstica.

  • Relações Funcionais

    O comportamento dos clientes varia em função dos estímulos externos que o rodeiam – sejam estímulos antecedentes, sejam estímulos consequentes.

    Assim, o terapeuta procura analisar os estímulos antecedentes e consequentes de modo a recolher informação sobre as relações funcionais entre o meio e o comportamento.

    Análise Topográfica vs. Análise Funcional
    • Análise Topográfica – procura uma descrição objetiva das características da resposta observada.
    • Análise Funcional – através do estudo da relação entre estímulos antecedentes, comportamentos e consequências (ABCs), visa clarificar o significado da relação entre os comportamentos e o seu meio (i.e., a sua funcionalidade).
  • Ligação entre Avaliação e Intervenção

    Ao esclarecer as RF (Relações Funcionais), o terapeuta identifica a terapia adequada e os efeitos da intervenção.

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