Análise Literária: Romantismo, Realismo e Naturalismo em Portugal
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Contexto Literário Português: Do Romantismo ao Naturalismo
Romantismo (1836-1881)
Caracterizado pela ênfase na fantasia, predomínio da emoção, subjetividade e escapismo (fuga da realidade). Idealização de personagens e forte sentimento nacionalista.
Realismo (1881-1893)
Marcado pela ênfase na realidade, predomínio da razão, objetividade e engajamento (transformação da realidade). Retrato fiel das personagens, com uma visão realista da mulher, sem idealizações, e busca pela universalidade.
Naturalismo
Influenciado pelo determinismo biológico e objetivismo científico. Aborda temas patológicos sociais, com observação e análise da realidade. O ser humano é descrito de forma animalesca e sensual. A linguagem é simples, com descrições e narrativas lentas, e grande preocupação com os detalhes.
A Questão Coimbrã
Representou uma revolução na área das letras contemporâneas do Romantismo, sendo uma corrente artística imposta nas obras literárias do século XIX. Protagonizada por estudantes de Coimbra, como Eça de Queirós e Antero de Quental, com Almeida Garrett a dar os primeiros passos.
Escolas Literárias e Suas Características
As características do Realismo e Naturalismo nesta obra incluem:
- Objetivismo: Visão do mundo como ele é.
- Descritivismo: Confere veracidade à obra.
- Ironia: Utilizada em relação ao comportamento humano.
- Observação e Análise: Foco nos fatos presentes.
- Contemporaneidade: Exatidão na localização do tempo e espaço.
Gerações Literárias do Romantismo
Primeira Geração (1825-1845)
Nacionalista, idealista e com forte teor imaginativo e subjetivo. Influenciada pelo Romantismo europeu. Destacam-se:
- Nacionalismo, idealismo e subjetividade.
- Platão como influência.
- Almeida Garrett (1799-1854): Saudosismo, lirismo-amor e indianismo.
- Primeiras obras de Canções do Exílio: Exaltação pátria e nostalgia do exílio.
- Poesia Americana: Valorização do índio.
Segunda Geração (1845-1865)
Marcada pelo "mal do século", pessimismo, obsessão pela morte, boemia e escapismo. Destacam-se:
- Pessimismo, obsessão pela morte, boemia e escapismo.
- Álvares de Azevedo (1834-1852): Contradições, mistério ternário e perverso, cansaço de viver, ironia e boemia.
- Lira dos Vinte Anos: Dividida em três partes, apresentando o poeta como virgem, sarcástico, macabro e satânico.
Terceira Geração (1865-1880)
Conhecida como Condoreira, com forte anseio pela liberdade, abolicionismo e transformações sociais. Destacam-se:
- Condoreirismo, anseio pela liberdade, abolicionismo e transformações sociais.
- Última grande vaga do Romantismo, com transição para o Realismo.
- O Navio Negreiro: Evoca o sofrimento dos negros.
Análise de Personagens em "O Príncipe de Tormes" (Exemplo de Obra Realista/Naturalista)
Jacinto de Tormes: Filho de fidalgos portugueses, criado em Paris. Inteligente e chamado de "Príncipe da Grã-Ventura". Vive cercado de artefatos da civilização e da ciência. O excesso de ócio e conforto gera tédio, afetando sua vitalidade e disposição intelectual. Ao conhecer as propriedades de sua família nas serras portuguesas, apaixona-se pelo campo e introduz inovações, descobrindo um Portugal "pobre" que ele ajuda. Casa-se com Joaninha e tem dois filhos.
José Fernandes de Noronha: Amigo de Jacinto, natural do Douro. Fidalgo rústico e "abestalhado". Idealiza Jacinto, colocando-o acima de seus próprios sentimentos e capacidades. Desilusões amorosas e preocupações sociais são minimizadas. Desempenha um papel crucial na evolução de Jacinto, tentando provar o engano das crenças civilizacionais de seu amigo, embora o admire exageradamente.
Outras Personagens:
- Grilo e Anatole: Criados de confiança de Jacinto.
- Melchiar: Caseiro dos Campos de Tormes, digno e simples.
- Tia Vicência: Senhora criada em Tormes, talentosa cozinheira.
- João Torrado: Velho morador misterioso da serra.
- Joaninha: Esposa de Jacinto, jovem, robusta e risonha. Mãe de Teresinha e Jacintinho.