Análise e Resumo do Ato III de Frei Luís de Sousa
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Ato III
Cena I
O afunilamento do espaço, de acordo com a peça, é um indício de sofrimento, tragédia e morte. O ambiente é de tristeza, com velas e um caixão.
Manuel encontra-se completamente diferente, está deprimido porque o seu casamento está a acabar e porque a sua filha se encontra em perigo. Manuel considera-se mais infeliz do que D. João de Portugal, sendo considerado o herói romântico, pois sente-se o culpado desta desgraça. Ele afirma que Madalena pecou, ao apaixonar-se por ele quando ainda estava com D. João de Portugal, e Maria ficará órfã por sua causa.
Manuel está dividido: se a sua filha morresse, ela não iria sofrer, mas ele não consegue desejar a morte à filha. Manuel considera Maria a sua vítima, pois ele decidiu casar com Madalena mesmo sabendo da possibilidade do regresso de D. João de Portugal e, consequentemente, ter uma filha ilegítima. Deste modo, Maria poderá ficar órfã e ser vítima de discriminação social.
Frei Jorge tenta acalmar Manuel. Frei Jorge contesta a opinião de Manuel, dizendo que não há maior desonra que a sofrida por D. João. Manuel não aceita os argumentos de Jorge e centra, de novo, o seu sofrimento e a sua angústia em Maria.
Manuel está preocupado com a saúde da filha, que está em risco de vida. Manuel implora a Deus que salve Maria em troca da sua vida. Manuel e D. Madalena decidem separar-se, indo cada um para um convento.
O Romeiro apenas tinha exigido falar com o seu velho aio, Telmo. D. Madalena não sabe que o Romeiro é D. João de Portugal, apenas tem conhecimento que este está vivo e o julga na Palestina.
Cena II
Jorge, Manuel e Telmo falam sobre o estado de saúde de Maria e comentam o facto de ela nunca mais ter falado na mãe. Jorge informa Telmo que virá ter com ele um frade que o levará ao encontro combinado pela manhã.
Cenas III e IV
Telmo sente-se um homem diferente, pois sempre desejou que D. João de Portugal regressasse, mas com o passar do tempo outros valores mais altos se levantaram. Sente agora que já não quer que ele volte por causa de Maria e do que isso pode implicar para ela. Telmo implora a Deus que não lhe leve Maria.
Cena V
Telmo não reconheceu de imediato D. João de Portugal, o que o deixa profundamente magoado. Telmo fica destroçado quando se dá conta que o Romeiro é D. João de Portugal e que ele, o fiel aio, não o reconhecera.
D. João mostra-se arrependido de ter voltado. D. João pergunta a Telmo se era verdade que Madalena o mandara procurar por toda a parte e Telmo responde que sim. Assim, D. João manda Telmo dizer que o Romeiro era um impostor. Telmo hesita em cumprir essa ordem e acaba por revelar a D. João de Portugal a existência de Maria.
D. João toma consciência da tragédia que, involuntariamente, provocou. D. João decide ir-se embora, pois sente que todos estão contra ele, tentando resolver a situação em que se encontra, para que a sua memória continue sem mancha.
Cena VI
D. Madalena chama por seu esposo, o que provoca em D. João uma tremenda felicidade, pois pensa que Madalena se está a dirigir a ele. Mas não, Madalena está a dirigir-se a Manuel.
Cena VII
Madalena pergunta a Telmo se era com Manuel que ele falava. Madalena tenta convencer Manuel de que eles tinham acreditado precipitadamente nas palavras de um desconhecido. Manuel responde-lhe que o amor que os uniu é impossível. Madalena fica completamente devastada.
Cena VIII
Manuel tira qualquer esperança a Madalena do recuo da sua decisão de tomarem o hábito.
Cena IX
Madalena aceita a decisão tomada por Manuel de irem cada um para um convento.
Cenas X, XI e XII
O dramatismo é intenso. Madalena e Manuel foram para o convento. Ao saber da resolução tomada por seus pais, Maria sente uma grande angústia, pois é incapaz de compreender como Deus pode roubar os pais a uma filha, separando assim uma família. Ela lamenta que, mesmo sendo criada num ambiente de tanto amor, seja filha de um pecado. Maria diz que se os pais vão morrer, ela os acompanhará.
Maria quer esconder-se antes que venha D. João e proclame diante de todos que ela é fruto de um crime e, num lance trágico, pede ao pai que minta.
D. João ainda tenta que Telmo diga a todos que o Romeiro era um impostor, mas já é tarde. Maria, ao ouvir a voz do Romeiro, morre de vergonha, nos braços da mãe. Manuel pede ao prior que rezem por aquele anjo que partiu.