Análise da Obra 'O Senhor das Moscas' de Golding

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GOLDING, Willian Gerald. O Senhor das Moscas. Tradução de Geraldo Galvão Ferraz. Reino Unido; Faber and Faber, 1954. 248p.

A obra pela qual se resenha é a segunda publicada de autoria de Willian Gerald Golding, graduado em Literatura Inglesa em Oxford. Serviu à marinha britânica, daí tomou como referência as relações humanas em momentos de adversidade.

Sua obra O Senhor das Moscas, publicada em 1954 e mais tarde em 1983, foi vencedora do Prêmio Nobel. No início do lançamento, a obra não teve grande repercussão e sucesso; porém, a longo prazo, foi fundamental para a formação cultural em colégios e universidades.

Em se tratando de histórias em que a sociedade é elemento primordial, Golding propõe ao leitor uma discussão sobre a organização e os valores trabalhados em grupo. Na história, como plano de fundo, é retratado um grupo de meninos, ainda crianças, que após um acidente de avião, são submetidos a uma ilha sem qualquer tipo de ajuda adulta.

O livro se baseia na visão de Thomas Hobbes sobre a natureza humana e mostra como o comportamento civilizado é facilmente substituído por impulsos agressivos e egoístas quando colocada em cheque a segurança, o bem-estar e os desejos internos de cada ser humano.

O impasse é apresentado no início da história, em que essas crianças devem colocar em prática a organização para que possam sobreviver em busca de alimento e moradia. Pode-se entender que está no contexto histórico vivido pelo autor, pois a obra foi publicada no fim da Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra Fria, acontecimentos históricos em que foi vivenciada a luta pela democracia e a busca de voz e participação em todas as decisões.

Em destaque nos personagens, o leitor é apresentado a Ralph, o menino que mantinha a consciência entre o grupo; Porquinho, o companheiro de grande racionalidade; e Jack, que, diferente destes anteriores, utilizava-se de selvageria em suas atitudes na ilha. Os demais meninos obedeciam a ordens de Jack ou Ralph, que mais tarde retratariam um conflito por terem pensamentos distintos.

O livro mostra que leis, regras e outras formas de autoridade são necessárias para controlar o instinto humano para a violência. Quando falham ou são desprezadas - é o que a partir de certa altura acontece no livro com a usurpação do poder por Jack e seu grupo - o lado negro do ser humano emerge e passam a comportar-se como selvagens.

Ademais, trata-se de uma história incrível, uma referência àqueles que buscam leituras além da admiração, mas da reflexão, contribuindo para a formação jurídica e constitucionalista, apresentando de forma sucinta e rica em detalhes os preceitos básicos do surgimento de uma “lei maior”, explorando as diferentes situações retratadas diante dos questionamentos sugeridos por um autor genial como Golding.

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