Anatomia e Fisiologia dos Nervos Cranianos

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Caso 1: Fraqueza na Hemiface Direita

Sintomas

Fraqueza na hemiface direita, impossibilidade de bochechar e de beber líquidos sem extravasamento, incapacidade de fechar a rima palpebral e de enrugar a testa, irritação ocular, lacrimejamento, diminuição da gustação dos alimentos e aumento da acuidade auditiva.

Diagnóstico

Os nervos cranianos acometidos foram: nervo facial (VII), nervo vestíbulo-coclear (VIII) e o nervo glossofaríngeo (IX).

A lesão do nervo facial (VII) resulta na paralisia dos músculos da expressão facial na metade lesada. Esses músculos tornam-se flácidos, e o músculo bucinador, que atua na mastigação, perde o tônus, causando vazamento de saliva. A musculatura do lado oposto causa desvio da comissura labial para o lado normal. A paralisia do músculo orbicular do olho impede o fechamento da pálpebra, predispondo o olho a lesões e infecções. O paciente não consegue soprar, assoviar ou enrugar a testa do lado afetado.

A lesão do nervo vestíbulo-coclear (VIII) causa alteração da audição por comprometimento da parte coclear do nervo.

A lesão do nervo glossofaríngeo (IX) causa a perda da gustação, pois ele é responsável pela sensibilidade geral do terço posterior da língua.

Tipo de Paralisia

O tipo de paralisia citada caracteriza lesão do neurônio motor inferior facial e pode ser denominada paralisia facial periférica. As paralisias periféricas são hemolaterais, ou seja, ocorrem no mesmo lado da lesão.

Caso 2: Dor Facial Intensa

Sintomas

Dor de extrema intensidade no terço inferior da hemiface direita que desapareceu cerca de 30 minutos depois. Já ocorrera várias vezes e sempre no mesmo local da face, sendo geralmente desencadeada ao lavar o rosto com água fria pela manhã. Não apresentava dormência ou parestesias na região afetada e nem dificuldade para movimentar a mandíbula lateralmente.

Diagnóstico

O provável sítio da lesão é a raiz sensitiva do nervo trigêmeo (V). Este nervo é misto e possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos nervos sensitivos, situados no gânglio trigeminal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam os três ramos do trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça. As fibras aferentes somáticas gerais conduzem impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) da face, fronte, conjuntiva ocular, cavidade bucal, nariz, seios paranasais, dentes e 2/3 anteriores da língua.

Anatomia do Nervo Trigêmeo (V Par Craniano)

Divisões e Territórios de Inervação

O nervo trigêmeo é um nervo misto com uma raiz sensitiva e uma motora.

  • Nervo Oftálmico: Responsável pela sensibilidade da fronte, olho e parte superior do nariz.
  • Nervo Maxilar: Responsável pela sensibilidade da parte média da face, incluindo a bochecha, lábio superior e dentes superiores.
  • Nervo Mandibular: Responsável pela sensibilidade da parte inferior da face, incluindo o queixo, lábio inferior, dentes inferiores e parte da língua. Também controla os músculos da mastigação.

Vias Sensitivas Trigeminais

As vias sensitivas trigeminais conduzem informações de tato, dor, temperatura e propriocepção da face para o cérebro.

Via Motora Trigeminal

A via motora trigeminal controla os músculos da mastigação.

Inervação da Língua

Controle Motor

O nervo hipoglosso (XII) é responsável pelo controle motor da língua.

Sensibilidade Geral

O nervo trigêmeo (V), através do nervo lingual (ramo do nervo mandibular), confere sensibilidade geral (tato, dor, temperatura e pressão) aos 2/3 anteriores da língua. O nervo glossofaríngeo (IX) confere sensibilidade geral ao terço posterior da língua.

Sensibilidade Gustativa

O nervo facial (VII), através do nervo corda do tímpano, confere sensibilidade gustativa aos 2/3 anteriores da língua. O nervo glossofaríngeo (IX) confere sensibilidade gustativa ao terço posterior da língua.

Produção, Circulação e Absorção do Líquor

Produção

O líquor (líquido cefalorraquidiano) é produzido principalmente nos plexos coroides dos ventrículos cerebrais. Uma pequena porção também é produzida pelo epêndima das paredes ventriculares e pelos vasos da leptomeninge.

Circulação

O líquor circula dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo através dos forames interventriculares. Em seguida, passa para o quarto ventrículo através do aqueduto cerebral. Do quarto ventrículo, o líquor flui para o espaço subaracnoideo através das aberturas medianas e laterais. A circulação do líquor é lenta e se faz de baixo para cima, impulsionada pela produção contínua e pela pulsação das artérias intracranianas.

Absorção

O líquor é reabsorvido principalmente pelas granulações aracnoideas que se projetam para o interior dos seios venosos durais, especialmente o seio sagital superior. Uma pequena parte do líquor também é reabsorvida ao longo das raízes dos nervos espinhais e cranianos.

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