Anatomia do Sistema Nervoso Central: Medula Espinhal e Encéfalo

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Sistema Nervoso Central: Medula Espinhal e Encéfalo

SNC Medula Espinhal: É a parte do SNC situada dentro do canal vertebral, desde o forame magno até o segundo ou terceiro segmento sacral. Continua-se do encéfalo, a partir da medula, estendendo-se até o 2° ou 3° segmento sacral, onde ela afila rapidamente formando o cone medular. Do cone medular, ela continua-se por um breve espaço num único nervo (fino) que se dirige à região caudal, sendo chamado de filamento terminal.

Final da medula espinhal: 6ª - 7ª VÉRTEBRA LOMBAR – CÃO; METADE ROSTRAL DA 2ª VÉRTBRA SACRAL – RUMINANTES; METADE CAUDAL DA 2ª VÉRTBRA SACRAL – EQUINO; 2ª - 3ª VÉRTBRA SACRAL – SUÍNO.

Os segmentos que originam os nervos para os membros torácicos e pélvicos apresentam uma dilatação:

  • Intumescência cervical: inicia em C5 e termina em T2.
  • Intumescência lombar: (L4 e L5), sendo menor que a cervical.

Rombencéfalo

Medula Oblonga (Bulbo)

Face ventral – Mielencéfalo, origem superficial dos nervos cranianos do V ao XII. Origem do IV (troclear) – único que é dorsal.

Características da MO e ponte: Núcleos dos nervos cranianos – continuação dos 4 componentes funcionais AS/AV/EV/ES – substância cinzenta da ME, Núcleo olivar e pontino – mecanismo regulador do feed-back MOTOR, Formação reticular – centro integrador das atividades aferentes e eferentes. Controle MOTOR.

Ponte

Metencéfalo, faces laterais ventrais originam-se os nervos trigêmeos (V), faz a ligação entre os dois hemisférios cerebelares laterais.

Cerebelo

Metencéfalo, situa-se na fossa caudal do crânio, separado dos hemisférios cerebrais pela fissura transversa que contém a tenda do cerebelo e no centro a protuberância occipital interna. Divide-se em: 1 vérmis (lobo médio) e 2 hemisférios cerebelares laterais. Está em conexão com o tronco encefálico por 3 pedúnculos:

  • Caudal (corpos restiformes) – MO (aferente)
  • Médio (braço da ponte) – ponte (aferente)
  • Rostral (braço conjuntivo) – mesencéfalo (eferente e 1 aferente)

Funções do cerebelo: Coordenação de atividades posturais e locomotivas (movimentos voluntários). Controle do equilíbrio.

Mesencéfalo

  • Colículos rostrais: função visual (felino/goleiro).
  • Colículos caudais: função auditiva (estouro/freiada).
  • Pedúnculos cerebrais: conecta o tronco encefálico com o telencéfalo.
  • Tegmento: grande parte constituído pela formação reticular – núcleos (III, IV, V) – localizada no tronco encefálico. O tronco encefálico situa-se entre a medula espinhal e o diencéfalo.
  • Substância negra – controle dos movimentos VOLUNTÁRIOS.

Diencéfalo

Pineal: é uma glândula de secreção interna. Regulação sazonal da atividade ovariana em resposta às alterações na duração do dia (luminosidade).

Habênula: é o centro terminal da olfação.

Tálamo: é a principal formação do diencéfalo, função: centro de retransmissão e integração do tronco encefálico. Chegada dos impulsos aferentes. Ex: dor, temperatura, tato e pressão, acústicos e visuais, exceto o olfato.

Hipotálamo (infundíbulo, túber cinéreo, neurohipófise e corpo mamilar): função: controle dos ritmos biológicos. Ex: fome, equilíbrio hídrico, T°, cardiovascular, atividade sexual, sono.

Corpo Mamilar: responsável pela memória (recebe informações vinda do hipocampo e envia para o tálamo).

Hipófise (corpo pituitário): fixa-se ao túber cinéreo através do infundíbulo, situado entre o quiasma óptico e o corpo mamilar. É envolta em uma grossa cápsula fibrosa derivada da dura-máter, a qual se adere a sela túrcica (fossa hipofisiária). É dividida em duas porções:

  • Adenohipófise: lóbulo ou porção glandular, forma a parte externa da hipófise. É uma glândula de secreção interna que produz os hormônios hipofisários. Hormônios de crescimento (somatotróficos) STH, gonadotróficos (folículo estimulante) FSH, luteinizante – LH.
  • Neurohipófise: lóbulo central ou porção nervosa. Ocitocina (m. liso do útero e úbre), vasopressina (vasoconstrição e reabsorção pelos rins).

Quiasma e tratos ópticos:

  • Quiasma óptico: está formado pela convergência dos nervos ópticos e o cruzamento da maior parte de suas fibras nervosas de um antímero para outro.
  • Trato óptico: encurva-se a partir do quiasma óptico.

Telencéfalo

Hemisférios cerebrais: formam a maior parte do cérebro. Fissura longitudinal – foice do cérebro.

Neopálio ou isocórtex: também chamado de pálio, córtex ou manto. Apresenta giros ou circunvoluções e cisuras. Este tipo de formação permite o aumento da superfície. Quanto mais evoluída for à espécie, maior o número de giros e mais profundas serão as cisuras.

Plexo corióide: produz liq. cefalorraquidiano.

  • Animais girencefálicos são aqueles que apresentam neopálio com sulcos e giros. Ex: todos os animais mamíferos domésticos.
  • Animais lisencefálicos são aqueles em que o neopálio, ainda pouco desenvolvido, é liso, não apresenta giros. Peixes, anfíbios.

Páleo-pálio: é a porção olfatória do encéfalo e compreende: bulbo olfatório, estrias olfatórias, trato olfatório e lobo piriforme.

  1. Bulbo olfatório
  2. Estrias olfatórias
  3. Trato olfatório
  4. Lobo piriforme
  • Macrosmáticos: animais que têm grande capacidade olfatória. Quanto maior for o bulbo olfatório e sua rinocele, melhor será sua função olfativa. Ex: todos os animais mamíferos domésticos.
  • Microsmáticos: animais que têm baixa capacidade olfatória. Ex: homem, símios e aves.
  • Anosmáticos: animais que não sentem odores, pois nem apresentam bulbo olfatório. Ex: os golfinhos (delphinedes).

Fórnix: une os hipocampos. O fórnix projeta-se indo até a amígdala, no interior do lobo piriforme.

Corpo caloso: põem em conexão os hemisférios cerebrais na metade central de sua extensão longitudinal. Composto de: tronco, joelho, rostro e esplênio.

Septo pelúcido

  • IV VENTRÍCULO: é a cavidade do rombencéfalo.
  • III VENTRÍCULO: é a cavidade do diencéfalo.
  • VENTRÍCULOS LATERAIS: é a cavidade do telencéfalo.
  • AQUEDUTO MESENCEFÁLICO: é a cavidade do mesencéfalo.

Meninges

Existem três meninges, denominadas da mais externa para a mais interna:

  1. Dura-máter
  2. Aracnóide
  3. Pia-máter

Dura-máter

Membrana espessa e resistente constituída de tecido conjuntivo fibroso. Apresenta ao natural, cor branca azulada (madrepérola) dividida em dura-máter cerebral e espinhal.

  • Dura-máter cerebral: é formada por uma dupla lâmina de tecido conjuntivo fibroso. A lâmina interna da dura-máter projeta-se no interior das fissuras longitudinal e transversa do cérebro formando, na primeira, a foice do cérebro e, na segunda, a tenda (tentório) do cerebelo.
  • Espaço epidural: é um espaço existente entre o periósteo e a dura-máter - anestesia epidural, 1°- 2° Ca.
  • Dura-máter espinhal: forma uma cápsula tubular em torno da medula espinhal.
  • Espaço subdural: é um espaço existente entre a dura-máter e a aracnóide apresentando líquido suficiente para lubrificação de suas paredes.

Aracnóide

Membrana muito delicada e transparente, situada entre a dura-máter e a pia-máter.

  • Aracnóide cerebral
  • Aracnóide espinhal
  • Granulações aracnóideas: a aracnóide cerebral forma pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, principalmente no seio longitudinal. Nestas granulações o líquor é eliminado para a corrente sanguínea. Obliteração – hidrocefalia.
  • Espaço subaracnóideo: é um espaço existente entre a aracnóide e a pia máter. Ligamento denticulado – sustenta a medula.

Pia-máter

Membrana muito delicada que se adere a toda superfície do encéfalo e medula, emitindo projeções para o interior de suas massas.

  • Pia-máter cerebral
  • Pia-máter espinhal

Forma o plexo corióideo do III ventrículo, dos ventrículos laterais e do IV ventrículo. Os plexos carióideos têm a função de produzir o líquido cefalorraquidiano. CISTERNA CEREBELOMEDULAR – punção do líquor – protege o encéfalo, transporta nutrientes, elimina produtos de degradação e atua como meio para difusão de substâncias neuroendócrinas e neurotransmissoras.

Áreas Corticais

Estas definem funções de discernimento, e tanto maior este será, quanto mais desenvolvido for o animal.

  1. Lobo frontal (discernimento)
  2. Giro pré-central (córtex motor)
  3. Giro pós-central (córtex somestésico)
  4. Lobo occipital (córtex visual)
  5. Lobo temporal (córtex auditivo)
  6. Áreas da linguagem falada e escrita (animais têm equivalente)

Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Sistema Nervoso Autônomo

Parassimpático: Fibra pré-ganglionar LONGA, Fibra pós-ganglionar CURTA e Mediador químico: acetilcolina (colinérgica)

Crânio:

  • n. oculomotor
  • n. facial
  • n. glossofaríngeo
  • n. vago
  • T. vagal D – plx hepático e gástrico
  • T. vagal V – plx celíaco, mesentérico, renal e gonadal

Sacral:

  • n. sacrais – plx sacral
  • cólon descendente, reto, bexiga, útero, vagina, gl. acessórias, tecido erétil.

É o responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de calma. Contrai a pupila, estimula a salivação, reduz os batimentos cardíacos, contrai os brônquios, estimula a atividade do estômago e do pâncreas, estimula a vesícula biliar, contrai a bexiga e promove a ereção.

Simpático: Fibra pré-ganglionar CURTA, Fibra pós-ganglionar LONGA, Mediador químico: noradrenalina (adrenérgica)

  • Gang. cervical cranial: estruturas da cabeça e pescoço – olhos, glândulas salivares, sudoríparas e mucosa e vasos sanguíneos.
  • Gang. cervical médio: tórax – coração, pulmões e brônquios.
  • Gang. cervicotorácico: tórax.
  • Gânglio celíaco e mesentérico cranial: estômago, glândulas, ID, IG...
  • Gang. mesentérico caudal: IG, gônadas, reprodutor.
  • Gang. pélvico e hipogástrico: reto e urogenitais.

Estimula ações que permitem ao organismo responder a situações de estresse, como a reação de lutar, fugir ou uma discussão. Dilata a pupila, inibe a salivação, relaxa os brônquios, acelera o batimento cardíaco, inibe a atividade do estômago e do pâncreas, estimula a liberação da glicose pelo fígado, estimula a produção de noradrenalina e adrenalina, relaxa a bexiga e promove a ejaculação.

Sistema Nervoso Autônomo

O sistema nervoso somático é o que faz o controle consciente para gerar ações motoras voluntárias resultantes da contração de um músculo esquelético. O sistema nervoso visceral ou da vida vegetativa, faz o controle automático do corpo frente a modificações do meio. Relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais. Importante para a integração da atividade das vísceras no sentido da manutenção constante do meio interno.

  • Sistema Nervoso Somático
    • Aferente - receptores periféricos
    • Eferente - músculos esqueléticos
  • Sistema Nervoso Visceral
    • Aferente - receptores viscerais
    • Eferente - m. liso, m. cardíaco, glândulas

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