Antibióticos na Terapia Periodontal: Princípios e Aplicações

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ANTIBIÓTICOS NA TERAPIA PERIODONTAL – Cap. 42


Princípios: Antibióticos podem suprimir ou matar as bactérias. No entanto, antibióticos não removem cálculos e resíduos bacterianos. Eles foram concebidos para constituírem uma parte integrante da terapia periodontal tradicional.

A presença de grandes quantidades de bactérias sobre as superfícies dentárias induz a inflamação em tecidos moles adjacentes. A importância de remover a placa é incontestável. Nem todas as áreas com gengivite progridem para periodontite. A limpeza mecânica completa das superfícies radiculares também provou ser benéfica no caso das periodontites, de qualquer classe e em qualquer circunstância clínica. A habilidade do paciente para prevenir a reformação de depósitos bacterianos é crucial para a estabilidade em longo prazo. Sítios tratados podem ser recolonizados por patógenos que persistem em áreas não dentais. A terapia não mecânica pode ter êxito em muitos pacientes, mas nem todos os supostos patógenos são totalmente erradicados. A persistência/recolonização de certos sítios tratados deve ser considerada como uma causa de resultados de tratamentos insatisfatórios. Se a doença periodontal é causada por um número limitado de espécies bacterianas, então a contínua remoção não específica de placa não é a única possibilidade para prevenção e terapia. A eliminação específica de bactérias patogênicas torna-se uma alternativa válida, e tentativas antibióticas para recuperar e manter a saúde periodontal podem ter uma melhor taxa de eficiência. Com o tempo, muitas bactérias desenvolveram uma habilidade notável para resistir aos agentes antibióticos ou se defenderem deles, desenvolvendo resistência. O uso de antibióticos pode perturbar o equilíbrio ecológico do corpo, permitindo a proliferação de bactérias resistentes ou organismos não bacterianos.

Características específicas da infecção: Existem evidências da penetração bacteriana nos tecidos periodontais gravemente infectados, sobretudo em abscessos periodontais e em lesões ulcerativas necrosantes agudas. As bactérias da placa subgengival interagem com tecidos do hospedeiro mesmo sem penetração tecidual direta. Qualquer agente antimicrobiano usado na terapia periodontal necessita não só estar disponível a uma concentração suficientemente alta dentro dos tecidos periodontais, mas também no ambiente da bolsa periodontal. A resistência antibiótica sempre acontece primeiro em locais onde a penetração do agente é restrita, e onde concentrações terapêuticas são difíceis de alcançar. A microbiota subgengival acumula-se na superfície radicular para formar uma camada aderente de placa.

A instrumentação mecânica sempre deve preceder a terapia antimicrobiana. Devemos reduzir a quantidade de depósitos bacterianos, caso contrário, estes poderão inibir ou degradar quantitativamente o agente antimicrobiano. Devemos desorganizar mecanicamente os agregados bacterianos estruturados que podem protegê-lo do agente. Podemos especular que pode ser vantajoso só eliminar a bactéria-alvo e permitir o crescimento de microrganismos benéficos. Tais contemplações vêm sendo usadas como um argumento para difundir os antibióticos de baixo espectro na terapia periodontal.

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