Apicultura: Guia Completo

Classificado em Biologia

Escrito em em português com um tamanho de 10,87 KB.

Pólen Apícola

Coleta: Estames de flores.

Utilização: Fonte de proteínas, lipídeos, minerais e vitaminas para a colônia. Usado na alimentação das crias e nutrição de abelhas jovens.

Produção:

  • Conhecimento da flora polinífera.
  • Localização dos apiários de produção.
  • Manejo de colmeias para produção (colmeias com 4-6 quadros de crias e rainha nova).

Alimentação: Durante o fluxo de pólen, as abelhas devem receber 2-3 kg de xarope por semana. Na entressafra, a produção deve ser cessada.

A uniformidade no tamanho das operárias reflete em maior eficiência do coletor. A utilização de favos com menos de 1 ano promove esta uniformidade.

Tipos de coletores:

  • Frontal.
  • Tropical africanizado.
  • Interno intermediário.

Beneficiamento do Pólen Apícola:

  • Congelamento por um período mínimo de 48 horas e descongelamento gradativo para evitar choque térmico.
  • Desidratação.
  • Limpeza.
  • Embalagem.
  • Armazenamento em ambiente seco, com temperatura amena e ao abrigo de luz.

Importância da Apis Mellifera na Polinização

Seleção (como agentes polinizadores):

Fatores verificados no planejamento da polinização:

  • População das colmeias.
  • Número de colmeias necessárias.
  • Distância que serão transportadas.
  • Esquema de distribuição das colmeias na cultura.
  • Tempo que as colmeias ficarão na cultura.

Indução à coleta:

  • Cruzamento e seleção.
  • Alimentação com xarope.
  • Feromônios.
  • Aumentar a necessidade de pólen.

Própolis

Coletada de resinas vegetais de cascas, flores e folhas. Utilizada na colmeia para:

  • Vedar frestas e a entrada da colmeia.
  • Manter unidas as partes da colmeia.
  • Utilizada nos alvéolos.
  • Recobrir eventuais invasores mortos no interior da colmeia.

Quantidade de própolis coletada depende de:

  • Luminosidade (sombra é melhor).
  • Altitude.
  • Sazonalidade (verão).
  • Alimento (colmeias com estoque de mel ou alimentadas artificialmente).

Técnicas de produção de própolis:

  • Raspagem de quadros da colmeia.
  • Uso da tela plástica.

Rainhas

Vantagens de rainhas novas e selecionadas:

  • Capacidade de postura.
  • Postura de operárias.
  • Diminuir postura de zangões.
  • Troca de abelhas por outras de melhor qualidade.

Vantagens da seleção:

  • Alta produção de mel.
  • Boa postura.
  • Quietude nos favos.
  • Pouca agressividade.
  • Resistência a doenças.

Época mais apropriada:

  • Florada abundante e contínua, ou alimentação artificial.
  • Presença de zangões.
  • Temperatura acima de 10°C.
  • Abelhas nutrizes nas colmeias recrias.

Tipos de criação:

  • Natural (aproveitamento das realeiras puxadas voluntariamente pelas operárias).
  • Método da transferência de larvas.

Cera

Origem: Secretada por quatro pares de glândulas cerígenas localizadas do quarto ao sétimo segmento abdominal das operárias.

O arranjo hexagonal favorece:

  • Presença de maior número de células por área.
  • Melhor aproveitamento do material utilizado.
  • Melhor uso do espaço e maior capacidade de armazenamento por área.

Utilização da cera pela colônia:

  • Construção dos favos.
  • Operculação das crias e do mel.
  • Produção de realeiras.
  • Produção de própolis.

Fatores que induzem à produção de cera:

  • Estado da florada.
  • Número de abelhas jovens na colmeia (12-18 dias).
  • Distribuição de espaços livres da colônia.
  • Temperatura no grupo de abelhas de 33 a 34°C.

Obtenção da cera: Obtida através de favos retirados durante a coleta de colônias em abrigos naturais, opérculos, favos velhos, favos indesejáveis, raspa de favos, favos quebrados durante a centrifugação ou da produção comercial (especializada).

Extração da cera:

  • Fervura e derretedor solar e a vapor.
  • Extração por fervura: Simples, com desvantagem de perda considerável da cera que permanece incorporada às impurezas.
  • Derretedor ou extrator solar: Barato, cômodo e econômico. É mais eficiente para favos novos ou opérculos. Produz cera de boa qualidade.
  • Derretedor a vapor: Este processo é recomendado para pequenas quantidades.

Laminação da cera:

  • Lisa: Laminação com tábua. Com o uso de cilindro liso, que gira dentro da cera derretida, produzindo bobinas de cera lisa.
  • Alveolada: Obtida por prensa manual e por cilindro alveolador elétrico ou manual.

Vantagens do uso da cera alveolada:

  • Limitação do nascimento de zangões.
  • Diminui o tempo e o gasto de mel na construção da base do favo.
  • Os favos ficam mais resistentes para transporte e centrifugação.

Geleia Real

Mistura das secreções das glândulas hipofaringeanas e mandibulares, localizadas na cabeça das operárias com idade de 4 a 14 dias.

Produção:

  1. Seleção da Colmeia Doadora de Larvas (Colmeia do apiário com grande quantidade de cria jovem, presença de rainha jovem).
  2. Preparo das realeiras e quadro porta-realeiras.
  3. Preparo da colmeia recria (A colmeia recria receberá o quadro porta-realeiras contendo larvas, que serão alimentadas com bastante geleia real pelas operárias).

Doolittle: Metodologia desenvolvida para a produção comercial de geleia real e rainha. Consiste na transferência de larvas jovens para cúpulas de cera ou de plástico contendo uma gotícula de geleia real a 50%, no fundo da realeira. A transferência de larvas recém-eclodidas proporciona maior produção de geleia real. A transferência é feita com auxílio de estiletes, pincéis, ou aparelhos mais sofisticados, pegando-se a larva sem machucar. As larvas de até 2 dias são mais aceitas que as mais velhas. Após a transferência, os quadros porta-realeiras, contendo as larvas, são colocados nas colmeias recrias.

Fatores que influenciam na produção de Geleia Real:

  • Genéticos.
  • População de operárias nutrizes e disponibilidade de alimento.
  • Condições climáticas, que influenciam na aceitação das larvas.

Doenças das Abelhas

A) Doenças de larvas:

1. Cria Pútrida Europeia:

  • Sinônimos: “Cria salteada”, “tiro de espingarda”.
  • Sintomatologia: Morte de larvas novas.
  • Profilaxia: Não usar rainha de origem duvidosa, não usar mel de origem desconhecida, água limpa, desinfetar o material utilizado em colmeias suspeitas.
  • Tratamento: Retirar quadros com larvas mortas, prender a rainha numa gaiola por 5 a 10 dias e fornecer xarope com antibiótico.

2. Cria Pútrida Americana:

  • Sintomatologia: Morte de larvas operculadas; pequena perfuração no alvéolo; larva morta passando a viscosa.
  • Profilaxia: Desinfetar todo material; não usar rainha de origem desconhecida; cuidado na importação de rainhas.
  • Tratamento: Sulfatiazol sólido ou destruir a colmeia atacada com uso do fogo.

3. Cria ensacada:

  • Sintomatologia: Larvas afetadas com coloração amarelada e transparente na região cefálica; morrem na pupação, apresentando forma de saquinho.
  • Propagação e contágio: Não conhecida.
  • Tratamento: Substituir a rainha.

4. Cria giz:

  • Etiologia: Fungo Ascophaera apis.
  • Sintomatologia: Larvas mortas com aparência de pedaço de giz.

B) Doenças das abelhas adultas:

1. Varroatose:

  • Encontrado nas três castas, mas em maior número em zangões e nas larvas e adultos.
  • Sintomatologia: Abelhas deformadas com problemas nas asas e pernas e presença das fêmeas do ácaro (cor castanho-avermelhada) sobre as larvas e adultos.
  • Propagação: Abelha para larva.
  • Profilaxia: Cuidados: não adquirir colônias e rainhas de regiões com ácaros.
  • Apiário migratório: Não levar para regiões com ácaros.
  • Tratamento: Uso de acaricidas, eliminar os favos de zangões e uso de plantas medicinais.

Melhoramento Genético

Caracteres econômicos a serem selecionados:

  • Produção.
  • Resistência a moléstias e pragas.
  • Mansidão.

Método para avaliar a produção de mel: Numerar as colmeias do apiário e controlar a produção individual.

Seleção para resistência às doenças: Perfurar as larvas operculadas de operárias, com um alfinete entomológico, no centro do alvéolo. Examinar a cada 24 horas. A colônia que em 24 horas não tiver 80% desta cria removida, não tem boa aptidão para resistir às doenças.

Seleção para mansidão: Balançar uma bolinha de camurça preta na frente do alvado por 1 minuto. Anotar o tempo que as abelhas levam para dar a primeira ferroada, o número de ferrões deixados na bolinha, o tempo que levam para ficarem furiosas, a distância que perseguem o intruso, o tempo que levam para voltarem ao normal. São consideradas mansas quando: deixam menos de 30 ferrões na bolinha, perseguem menos de 30 metros, levam menos de 30 minutos para voltarem ao normal.

Métodos de controle de cruzamentos:

  • Acasalamento Natural sob controle: em estações de fecundação, clareiras, ilhas.
  • Inseminação Instrumental:
    • Rainhas: produzidas a partir de larvas de colmeias selecionadas; com peso superior a 180mg; idade em torno de 8 dias.
    • Zangões: produzidos em colmeias selecionadas, com idade em torno de 12 dias.

Entradas relacionadas: