O Apogeu das Províncias Unidas: Economia, Política e Comércio no Século XVII

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O Desenvolvimento Económico e Tecnológico das Províncias Unidas

Inovações Industriais e Pesca

  • Indústrias têxteis
  • Indústrias de instrumentos de precisão (relógios, telescópios, pesos, medidas)
  • Manufaturas de cartas e mapas náuticos
  • Metalurgia
  • Indústria de papel
  • Lapidação de diamantes
  • Porcelanas finas

Beneficiavam de uma mão de obra especializada e de qualidade.

A indústria das pescas era a mais avançada da Europa, com redes de arrasto e a fazerem a bordo a secagem e defumação do pescado. Permaneciam meses pescando bacalhau, arenque e baleia.

Construção Naval e Frota

Na construção naval, introduziram um novo barco, o fluyt, que eram grandes embarcações mais leves e rápidas do que as dos países rivais. A frota holandesa tornou-se na maior e melhor equipada do mundo, com mais navios do que Inglaterra, França, Espanha e Portugal juntos.

Fontes de Energia e Empreendedorismo

Este grande desenvolvimento agrícola, manufatureiro e comercial exigiu a modernização tecnológica. As Províncias Unidas utilizaram novas fontes de energia, como a turfa, abundante nos pântanos e utilizada como combustível por ser inflamável. O vento era rentabilizado pelos moinhos, usados para as mais diversas indústrias e tarefas.

Tornou-se numa das principais potências económicas e comerciais europeias. As Províncias Unidas souberam promover o empreendedorismo, a liberdade de tráfego, a livre iniciativa, o desenvolvimento manufatureiro e tecnológico, e o dinamismo da banca.

A Estrutura Política e o Papel da Burguesia

A burguesia assumiu um papel político preponderante.

Nas Províncias Unidas, cada cidade dispunha de um poder municipal independente e os seus delegados burgueses formavam os Estados Provinciais. A nível local e provincial, o poder era exercido por um grupo de ricas famílias burguesas, que partilhavam os vários poderes (legislativo, executivo e judicial).

No século XVII, as famílias burguesas constituíram uma oligarquia que governou as cidades e as províncias. O poder civil e militar dividia-se entre:

  • O pensionário (burguês), encarregue do poder civil da administração.
  • O stathouder (nobre), encarregue do poder militar e executivo.

As províncias enviavam os delegados a Haia para aí constituir os Estados Gerais. Estes eram compostos por deputados provinciais, sendo um órgão de composição restrita, cujas decisões tinham de ser ratificadas pelos Estados Provinciais.

O pensionário da Holanda assumia-se como Grande Pensionário (supremo magistrado executivo), eleito por 5 anos e que poderia ser reeleito. O cargo de stathouder era exercido com caráter hereditário pela Casa de Orange-Nassau, com membros descendentes de Guilherme, o Taciturno.

Amesterdão: Centro Económico e Financeiro Global

Comércio e Entreposto Comercial

Amesterdão foi o núcleo central da economia europeia e mundial da época. Controlava o comércio através da Liga Hanseática. Os comerciantes hanseáticos comercializavam rumo ao sul produtos da Rússia e Noruega (principalmente cereais, madeiras, peles, cera e gorduras) e, em troca, traziam vinho e sal de França, lãs de Inglaterra, azeite do Mediterrâneo e tecidos dos Flandres.

A partir do Mar Báltico, conquistaram o comércio mediterrâneo, dominando o litoral atlântico da Europa. Amesterdão impôs-se como entreposto comercial e era governada por burgueses. Por isso, criaram condições favoráveis ao comércio:

  • Liberdade mercantil
  • Abolição das entradas alfandegárias
  • Monopólio dos produtos coloniais de maior procura (especiarias, açúcar, tabaco e metais preciosos)
  • Modernização das práticas comerciais
  • Facilidade para o transporte de mercadorias

Amesterdão foi o centro controlador dos mercados e dos preços.

Inovações Financeiras: Sociedades por Ações e Banco de Amesterdão

Amesterdão foi a mais importante praça de capitais, rivalizando com Antuérpia.

Na criação das Sociedades por Ações, que foram formadas para criar grandes empreendimentos que exigiam grandes quantias de dinheiro, substituíram as tradicionais sociedades privadas de cariz familiar que prosperaram na Idade Média. As vantagens destas sociedades eram a divisão de encargos entre os seus membros e a dissipação da concorrência.

Estas sociedades atuaram na exploração do comércio colonial em regime de monopólio. A primeira sociedade foi a Companhia das Índias Orientais. Em 1621, foi criada a Companhia das Índias Ocidentais. As ações destas companhias eram cotadas na Bolsa de Amesterdão.

Ainda em 1621, foi criado o Banco de Transferências de Amesterdão com as seguintes funções:

  • Câmbios de moeda
  • Pagamentos
  • Concessão de empréstimos
  • Prática de investimentos

Devido ao seu lucro, tornou-se no banco central da Europa e controlava a circulação monetária internacional, retirava dos mercados as unidades desvalorizadas e fornecia metais às casas da moeda.

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