Aristóteles: Vida, Obra e Pensamento Filosófico

Aristóteles: Contexto Histórico

Atenas sofreu um profundo desenvolvimento após a Guerra. Assumiu a hegemonia grega até o ano 431 a.C., quando começou a Guerra do Peloponeso, que seria vencida por Esparta, uma cultura militar conhecida. No final desta guerra, estabeleceu-se uma tirania em Atenas, que depois retornaria à democracia, mas com um caráter notoriamente corrupto. Aristóteles estudou na Academia de Atenas, com Platão, e mais tarde o rei Filipe II da Macedônia o encarregou da educação de seu filho Alexandre, o Grande.

O Conhecimento em Aristóteles

Para Aristóteles, assim como para Platão, a grandeza do homem reside em sua alma, em suas capacidades racionais. Corpo e alma formam uma unidade substancial e agem em conjunto.

Abstração e Conhecimento Racional

Abstração é o processo pelo qual a razão transcende o sensível para definir ideias e o conhecimento racional. O processo de abstração envolve:

1. Observação das coisas pelos sentidos.
2. Lembrança das coisas.
3. Formação de uma imagem que se torna uma ideia.

O conhecimento científico é uma consequência da extensão do processo de abstração (4. Conhecer as causas). Para Aristóteles, o princípio fundamental é o da não-contradição, do qual derivam os demais princípios. Estes são formados por meio de processos de indução.

Tipos de Atividade Humana

Distingue três tipos de atividade humana:

• Atividade teórica (conhecimento filosófico e empírico).
• Atividade prática (lógica, ética e política).
• Atividade poiética (poesia, música, ginástica).

Metafísica Aristotélica

A Metafísica, para Aristóteles, é a ciência que busca investigar as ideias e princípios que se aplicam a todos os tipos de entidades, uma ciência universal. Essa ciência não existia e, portanto, ele a chama de "ciência procurada" ou "filosofia primeira".

Ontologia

Ontologia significa o estudo ou o conhecimento dos princípios constitutivos do ser, ou seja, de tudo o que existe. A ontologia metafísica significa a mesma coisa, mas acrescenta a nuance de que tais princípios só são perceptíveis pelo intelecto, não pelos sentidos.

Substância

Substância é o que faz cada coisa ser o que ela é. É algo que deve estar presente em um ser para que ele permaneça como tal. A substância é o ser primeiro e fundamental. Em qualquer substância podem ser distinguidas outras maneiras de ser ou princípios, chamados de "categorias", que dela derivam: quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, ação e paixão. Não há substância sem categorias e categorias sem substância.

Acidentes

Acidentes são tudo o que pode ou não ser sem afetar a essência. O ato e a potência são os princípios do ser que explicam como as substâncias podem adquirir toda a perfeição que lhes falta. O ato expressa a perfeição de um ser em um determinado tempo, e a potência significa o que ele pode vir a ser. Não há substância sem causas: eficiente, material, formal e final.

Natureza

Natureza: síntese de todos os princípios, o que um ser é em si e suas especificidades.

Essência

Essência: o que um ser tem em comum com outros de sua espécie e não pode deixar de ser aquilo que é.

Substância Individual

A substância é para os seres individuais. A substância é sempre um ser individual concreto. Não é um conceito abstrato; a substância expressa os aspectos estruturais do ser: a articulação estática.

Ética Aristotélica

Ética é uma reflexão sobre os fins que os seres humanos devem buscar. É ético o que contribui para a consecução desses objetivos; é antiético o que deles se afasta. A moral, por sua vez, refere-se ao cumprimento ou não de uma regra ou lei: é moral fazer o que a regra comanda, e imoral não respeitá-la. Os seres humanos buscam atingir o maior grau de felicidade, ou seja, a perfeição da racionalidade. Aristóteles chamou de "Virtude" a essa perfeição da racionalidade. Há quatro virtudes dianoéticas ou racionais: ciência, arte, sabedoria e prudência.