Arte Antiga, Moderna e Vanguarda: Análise Crítica

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Resumo: Análise da Imagem

  • Valor da obra vs. valor monetário
  • Revelação: experiência pessoal de contato com seres fora do mundo
  • Descrição vs. experimentação

Arte Antiga

  • O que importa é o tema, não a técnica de pintura
  • Vida dos santos usada como exemplo para transmitir a fé verdadeira
    • Exemplum > sermão
  • Pintura baseada em literatura, poesia e religião — mais vale o conhecimento (do que a visão)
  • Sempre tem uma moral
  • Conta uma narrativa por meio de objetos e seres
  • Imitação da natureza externa — pintura naturalista, imitativa (Peter Gay)

Arte Moderna

  • Não imita a natureza
  • O tema não tem importância
  • Não transmite nenhum conceito
  • Experiência sensível
  • Expressão da natureza interna — sentimento
  • A fotografia não é considerada arte "séria" porque é muito objetiva, e o que é valorizado é a subjetividade
  • A arte moderna não tem relação de utilidade. Ela é o que é. Não tem sentido de imitação, de simulacro. Busca que as pessoas se perguntem: “Isso é uma obra de arte? Por quê?”, tendo um caráter reflexivo.

Funcionalismo

Quando algo é projetado para desempenhar sua finalidade, já é belo. A arte moderna é funcional. O artista funcional é aquele que produz cadernos, cadeiras, etc.

Conhecimento Racional vs. Experiência Sensorial

  • Arte Antiga vs. Arte Moderna
  • Natureza Externa vs. Natureza Interna

Comparativo: Arte Antiga vs. Arte Moderna

  • Literatura vs. Sem literatura
  • Retrata o passado vs. Retrata o presente
  • Ensina algo vs. Sem preocupação moral
  • Exemplum vs. Critica a arte antiga
  • Moral vs. "Isso é arte?"
  • Por meio de uma história vs. Perspectiva questionadora
  • Arte naturalista / figurativa vs. Técnica nova
  • Natureza externa vs. Natureza interna

Pintura Invisível

(Não se vê, é além do visível, é do plano do intelecto)

Arte Antiga e Acadêmica

  • Arte Antiga — V a.C. a IV d.C. (pintura ensina religião)
  • Reaparecimento do modo acadêmico — XV d.C.
  • Arte Acadêmica — antiga, repetitiva, sem criatividade, sem interpretação
    • Afinidade com a literatura
    • Caráter ilustrativo
    • Sentido moral e educativo
    • Naturalismo (idealização)
    • Convencimento racional (opõe-se ao religioso)
    • Cultura de elite — molda o cidadão
    • Cópia da natureza
  • A arte pode substituir a natureza

O Modelo de Academia (Pós-1648)

  • 1648 — Atual modelo de academia (escola de artes)
    • Estado (vs. mecenas)
    • Nova academia = agência ideológica em função do Estado

Moderno

  • Novas técnicas
  • Progresso (indústria, ciência, tecnologia)
  • Questionamento das técnicas de pintura
  • Objetividade vs. Subjetividade
  • Impressionismo (Monet) — mal recebido
    • Nova técnica
    • Fala do mundo que vive
    • Reflete o presente
    • Pintura rápida
    • Sem precisão
    • Sem história / moral
    • Sem intenção política
  • Modernidade = evolução técnica ⇒ progresso
  • Concepção moderna de mundo — tempo progressista
  • Relação arte-natureza
  • Autonomia da arte
  • Identidade da obra
  • Arte como mercadoria no mercado capitalista, independente do artista e seu valor espiritual

Vanguarda (Avant-garde)

  • Não temem o novo
  • Combate a arte acadêmica (que está "atrás")
  • Inimigo = academia (+ Estado) — presa no antigo, no passado
  • Não democrática — classe dominante
  • 1863: Salão dos Recusados
  • 1874-86: 7 exposições conjuntas

O Estado patrocinava as academias (autoritárias e excludentes) e não era democrático.

Sociedade Democrática vs. Academia Autoritária

O Meio Artístico

  1. Artista
  2. Intermediário (marchands e galeristas)
  3. Público

Os intermediários criavam demanda e ensinavam o novo público a apreciar o moderno (papel de pedagogo).

  • A arte passa a ter um caráter especulativo (lucrar ao revender)

Cultura de Mercado (Robert Hughes)

A partir da década de 70, a obra deixa de ter valor histórico e passa a ter valor monetário — cultura de mercado (Robert Hughes).

Comparativo: Europa vs. EUA (Mercado de Arte)

  • Obra vs. Mercadoria
  • Valor histórico vs. Valor monetário
  • Agência de gosto vs. Casas de leilões (promovem a obra)

Mudança no Conceito de Arte

  • Mudança do conceito de arte (significado foi corrompido)
    • Ida da Mona Lisa para os EUA — fetiche, dinheiro, reprodução
    • "Maldição"

Obra vs. Técnica vs. Ícone de Consumo de Massa

(Histórico/Artístico) vs. (Mercado - $)

⇒ Cultura de Mercado

Walter Benjamin

Conceitos de Benjamin

  • Reprodutibilidade é a arte reproduzida através de técnicas modernas
  • Perda da Aura: não precisa ter o dom para reproduzir uma arte, basta ter a técnica; a mão não faz mais parte do processo de produção; a arte passa a ser reproduzida em série
  • Aura: é a energia que se forma em volta da pintura; caráter sagrado e único de uma obra de arte
  • Uma nova obra de arte nasce quando a técnica é diferente da obra antiga
  • Anos 30 — Realismo — crise econômica — agentes econômicos não têm mais liberdade, o Estado interfere (não democrático)

Comparativo: Arte Antiga vs. Nova Arte (Benjamin)

  • Aura vs. Sem Aura
  • Finalidade religiosa vs. Cinema / Fotografia / Música
  • Experiência única vs. Massa
  • Qualidade vs. Quantidade
  • Objeto/Valor de culto vs. Valor de exposição
  • Existência vs. Realidade exibível
  • Menos Democracia vs. Mais Democracia
  • Ritual vs. Práxis política

O cinema educa as massas com intenção política — para a revolução.

  • Imagens deixam de ser únicas e autênticas (perda da aura)
    • Colecionismo
    • Reprodutibilidade
  • Perde qualidade por:
    • Proletarização crescente
    • Importância da massa no processo político
  • Revolução = renovação eficaz das estruturas sociais
  • A obra de arte, em vez de se basear no ritual, agora se baseia na práxis política
  • Papel do artista: ligação entre o divino e o real; encurta a distância; traz para perto coisas que estão em outros planos

Adorno

Crítica de Adorno a Benjamin

  • Crítica ao conceito de técnica de Benjamin
  • Indústria Cultural: visa substituir a cultura de massa
  • Técnica — poder dos economicamente mais fortes sobre o restante da sociedade (precisa de dinheiro para ter técnica)
    • Intra-esteticamente
    • Como um desenvolvimento exterior às obras de arte
  • Técnica está a serviço do capital
  • Indústria Cultural vs. Cultura de Massa

(Gerada por indústria) vs. (Trabalha com a cultura, mas não se preocupa com ela)

(Exploração)

A Indústria Cultural substitui a Cultura de Massa (pois dá lucro).

  • Progresso Técnico se torna instrumento da IC para impedir a formação da consciência das massas — a IC impede a formação de indivíduos autônomos
  • Em vez de a técnica libertar o homem (Benjamin), escraviza-oanti-iluminismo
  • A técnica se identifica com o próprio domínio
    • Está a serviço do capital (e não do homem)

O capitalismo associou trabalho com diversão — diversão e lazer como prolongamento do trabalho.

  • O ócio é utilizado para mecanizar o homem
  • Apologia da sociedade: divertir-se significa estar de acordo
  • IC = indústria do divertimento (ócio, lazer)
    • Diversão: emburrece; através dela a indústria coloca valores, em que mercadorias são mais importantes
  • A sociedade para de pensar, por culpa da repetição
  • Quanto mais sólidas as posições da IC, menos se é questionado
  • Falta de revolta por não obter o prazer prometido — acostuma-se com o masoquismo — naturalização da dominação
  • Deixa de existir a real individualidade — pseudoliberdade — única escolha: de consumo

Promessa da realização vs. Realização

  • A IC te prepara para o prazer, mas nunca te dá (corte da cena de sexo) — promessa do prazer que nunca é concretizado
  • Prazer anda junto com a dor, e a IC oferece um prazer sem dor — falso prazer, ilusório
  • Ao negar a dor, perde-se o prazer verdadeiro
  • A indústria nunca expõe temas que possam levar o indivíduo a um questionamento — homem deseducado
  • Deixamos de sonhar com o prazer e sim com o desejo do prazer
  • O consumidor aceita ser passivo, um objeto da IC

Dominação natural e ideológica

Vítimas da ideologia = ocultam a contradição, em vez de acolhê-la.

  • Unidade dos opostos (mercado e autonomia) na arte e na condição do artista burguês
  • Monopólios dominam o capital social
  • Publicidade: evitar que novas empresas entrem no mercado
    • Deixa de preencher a função social
    • Principal instrumento de dominação
  • Cria-se o desejo de posse de coisas — escapatória (fadada ao fracasso)

Clement Greenberg

Vanguarda e Kitsch

  • Anos 30 = Realismo entre guerras
  • Comparação de 2 culturas:
    • Arte de Vanguarda
    • Não Vanguarda

Realismo — Vanguarda — Retomada do Realismo (entre guerras)

  • Naturalista — narrativa — moral — educa
    • Possui conteúdo
    • "O que está sendo dito?"
    • Valores ideológicos e educativos
  • Vanguarda — arte e técnica nova (enfrenta o desconhecido e confronta a arte acadêmica)
    • Importa a forma
    • Arte elitista (não popular)
    • Sem interesse moral e educativo
    • Caráter especulativo (revender a obra)
  • Tradição cultural:
    • Elite — Cubismo
    • Massa — Realista

Para Greenberg, cultura = cultura de vanguarda (moderna).

Alexandrinismo = arte acadêmica (sentido negativo — retrocesso).

  • Serve de domínio das massas
  • Totalitarismo invade o campo das artes
  • Cultura está retroagindo, que se repete (dominando as massas)
    • Arte "andando para trás"
  • Kitsch = ameaça da cultura — subcultura

Nos anos 30, há uma crise de capital, onde não se compra mais arte, muito menos vanguarda, por ser mais arriscada.

  • Há um uso do realismo a serviço do governo (propaganda nazista)

Oposição entre democracia e totalitarismo:

  • Elitista vs. Massa (domínio)
  • Vanguarda vs. Realismo

Cultura de Vanguarda

  • Cultura de Vanguarda
    • Desenvolvimento histórico
    • Vanguarda coincide com o desenvolvimento do pensamento revolucionário e científico
  • Impressionismo — fala do presente, não mais só do passado

Nova Pintura (Vanguarda):

  1. Deixa a literatura
  2. Deixa o passado
  3. Deixa a moral
  4. Deixa o naturalismo
  • Vanguarda — manter a cultura em movimento
    • Arte pela arte
    • Arte como forma de pesquisa
  • Boêmios — adotam um regime não burguês, sem responsabilidade, emprego, teto (Ex: Picasso).

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