Arte, Arquitetura e Educação: Um Estudo da Grécia Antiga

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Análise e Caracterização de Obras e Conceitos

A Obra Inovadora de Helena Almeida

A obra de Helena Almeida apresenta uma linguagem estética inovadora. A artista utiliza o seu próprio corpo como suporte (autorrepresentação fotográfica), e é sobre esta base que ela acrescenta outras técnicas. A fotografia representa um momento passado. Outras representações de tempo são dadas pelo uso de várias técnicas aplicadas sobre a fotografia, como:

  • Pintura
  • Colagens
  • Desenhos

Para além da visão, a artista apela a outros sentidos, como o tato ou a audição (chegando mesmo a utilizar recursos de vídeo e de som).

A Educação do Cidadão Ateniense

Fases da Educação

  • Até aos 7 anos: Rapazes e raparigas eram educados pelas mães em casa, no Gineceu.
  • Dos 7 aos 12 anos: As raparigas permaneciam em casa, sendo orientadas para a vida doméstica e para um futuro casamento combinado. Os rapazes frequentavam a Escola, aprendendo a ler, escrever, contar, música, canto, ginástica e a recitar poesias de Homero.
  • Dos 12 aos 14 anos: Aprofundavam a preparação física no ginásio e desenvolviam conhecimentos em gramática, retórica e música.
  • Dos 15 aos 18 anos: Frequentavam a Academia e o Liceu para se prepararem física e intelectualmente.
  • Dos 18 aos 20 anos: Cumpriam serviço militar.
  • A partir dos 20 anos: Tornavam-se cidadãos com plenos direitos, podendo exercer cargos políticos.

Filosofia e a Criação do Racionalismo

A filosofia é o estudo que faz uso do pensamento, ou seja, “vê” as coisas pelo lado racional. Visto que os Gregos eram um povo ligado à filosofia e à perfeição, estavam intrinsecamente ligados ao racionalismo, construindo os edifícios com base na perfeição e no sentido lógico das coisas.

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O Papel do Estado e a Vida Cívica

O Estado não interferia muito na educação formal, mas recomendava que os cidadãos aprendessem a ler, a escrever, a nadar e que praticassem exercícios físicos. A educação do cidadão completava-se no exercício da vida cívica, através da participação nas assembleias, do exercício de magistraturas ou de discussões na Ágora.

No século V a.C., surgiram os Sofistas, professores viajantes que andavam de cidade em cidade, realizando conferências e dando aulas.

Influências na Arte Grega

  • Oriental
  • Egípcia
  • Fenícia
  • Asiática
  • Cretense
  • Assíria

Períodos da Arte Grega

Período Arcaico (Séc. VII ao Séc. V a.C.)

Arquitetura e Escultura

A arquitetura foi caracterizada pela procura do inteligível, da ordem, do monumental, da sobriedade e da naturalidade, bem como pelo funcionalismo, racionalismo e idealismo. Na escultura, começou-se a esculpir em mármore. Foi um período de aperfeiçoamento de técnicas e alteração de materiais, com proximidade à escultura egípcia, cretense e assíria. Caracterizou-se pela frontalidade, simetria, tentativa de naturalismo e mobilidade (Policleto).

Cerâmica

Houve duas fases:

  1. Fase Arcaica Orientalizante: Caracterizada pelas influências decorativas orientais, pelo regresso ao figurativo e pela inclusão de grifos, esfinges e górgonas. Aparecimento das figuras a vermelho e das figuras estilizadas.
  2. Fase Arcaica Recente: Caracterizada pelas figuras a negro, pelas silhuetas estilizadas (rosto de perfil, olho de frente, tronco de frente, ancas a três quartos), técnica de incisão, preocupação anatómica e a “técnica das figuras a vermelho”.

Período Clássico (2ª metade do Séc. V ao Séc. IV a.C.)

Arquitetura e Escultura

A arquitetura atinge a plenitude, o equilíbrio, o realismo e o idealismo. Na escultura, passou-se a usar o bronze. Atinge-se o auge da beleza e da perfeição. Adotou-se um novo cânone (Lísipo):

  • Naturalismo e serenidade
  • Realismo e idealismo
  • Proporção (9 cabeças = 1 corpo)
  • Força, perfeição anatómica e robustez

Surge o nu feminino.

Cerâmica

Aparecimento de figuras vermelhas sobre o fundo negro, tridimensionalidade, aplicação de sombras e criação do claro-escuro. Os corpos adquirem movimento, naturalidade e realismo.

Período Helenístico (Séc. III ao Séc. I a.C.)

Arquitetura e Escultura

Na arquitetura, houve uma mistura de culturas, o gosto pelo concreto e individual, e o declínio da cultura grega. Na escultura, houve influências assírias, egípcias e orientais. Aparecimento do realismo expressivo e abandono da serenidade.

Cerâmica

A cerâmica perde o prestígio e a qualidade artística.

Arquitetura Religiosa Grega

Plantas e Estrutura de um Templo Grego

Na sua estrutura planimétrica final, o templo era formado por três espaços principais:

  • Cella ou Naos: Onde se encontrava a estátua da divindade.
  • Pronaos: Espaço que antecedia a Cella, uma espécie de pórtico.
  • Opistódomos: Espaço do lado posterior da Cella, que funcionava como câmara do tesouro, local onde se guardavam as oferendas aos deuses e os bens preciosos da cidade.

Esta estrutura tripartida era rodeada por um Peristilo, um corredor coberto e circundante, aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas.



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As Ordens Arquitetónicas

Ordem Dórica

Era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Sendo a mais antiga das ordens arquitetónicas gregas, a ordem Dórica, pela sua simplicidade e severidade, transmite uma ideia de solidez e imponência.

Ordem Jónica

Representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais (volutas) unidas por duas curvas. A ordem Dórica traduz a forma do homem e a ordem Jónica traduz a forma da mulher.

Ordem Coríntia

O capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel Jónico, de modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.

Arquitetura e Religião: Fazer culto aos deuses era uma obrigação.

A Função do Relevo

O relevo possui duas funções essenciais:

  1. Contar uma “história” mágica ou a vitória de um deus, narrando e comemorando o ato que justifica a edificação do templo.
  2. Preencher e decorar o espaço arquitetónico.

Esses relevos eram inicialmente feitos em terracota, pintados com cores vibrantes; mais tarde, foram executados em mármore.

Importância da Cerâmica Grega

A cerâmica grega é crucial, pois permite-nos datar o período em que foi feita (ao visualizarmos os desenhos) e também compreender o quotidiano e o dia a dia do povo grego.

Exemplos de Templos Clássicos

Erecteion

  • Período: Clássico (421/405 a.C.)
  • Dedicado a: Poseidon, Atena e Erecteu
  • Arquiteto: Mnesícles
  • Escultor: Fídias
  • Características: Planta irregular. Cânone da Ordem Jónica.
  • Pórtico Norte: Colunas estreitas em base individual; fuste com caneluras; capitel com volutas unidas por linhas curvas; arquitrave com 3 faixas; friso contínuo decorado.
  • Pórtico Sul: Colunas em forma de Cariátides (figuras femininas); friso sem entablamento.

Parténon

  • Período: Clássico (447 e 432 a.C.)
  • Encomendado por: Péricles
  • Dedicado à deusa: Atena Parthénos
  • Arquitetos: Ictínio, coadjuvado por Calícrates
  • Escultor: Fídias
  • Material: Mármore branco
  • Ordem: Dórica
  • Estrutura: 17 colunas nos lados; 8 colunas nas partes frontais (períptero). Colunas grossas, sem base, com fuste com caneluras em aresta e capitel simples e geométrico. Base de 3 degraus.
  • Cella: Encontrava-se a estátua de Atena.
  • Friso: Metópas, alternadas com tríglifos.
  • Tímpano e Metópas: Relevos da autoria de Fídias (destruição de Troia, luta de deuses e Gigantes, nascimento de Atena, etc.).



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