A Arte do Renascimento: Escultura e Pintura

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A Escultura do Renascimento

A escultura do Renascimento é entendida como um processo de recuperação da escultura da Antiguidade Clássica. Os escultores encontraram nos vestígios e descobertas daquela época a inspiração perfeita para os seus trabalhos, inspirando-se também na natureza. Neste contexto, deve-se destacar a exceção dos grandes artistas flamengos do norte da Europa, que, além de superarem o estilo figurativo do Gótico, promoveram um Renascimento distinto do italiano, especialmente na pintura.[1] A Antiguidade renasceu com o abandono do período medieval, que, segundo Giorgio Vasari, "tinha sido o seu próprio mundo de godos"[2]. O reconhecimento dos clássicos em todas as suas variações foi um fenómeno quase que exclusivamente desenvolvido em Itália. A arte renascentista foi capaz de interpretar a natureza e traduzi-la livremente e com grande mestria em muitas obras-primas.

Características da Escultura Renascentista

  • Modelos e Inspiração: O modelo baseava-se nas obras da Antiguidade Clássica e na mitologia, com uma nova visão do pensamento humanista e da função da escultura na arte.
  • Naturalismo e Anatomia: Tal como na escultura grega, procurou-se a representação naturalista do corpo humano nu, com uma anatomia perfeita, graças ao estudo minucioso do corpo humano.
  • Temas: Em Itália, os temas seculares coexistiram com os religiosos. No entanto, em outros países como Espanha e Alemanha, o tema religioso foi predominante.[4]
  • Beleza e Técnica: O corpo humano representava a beleza absoluta, cuja correspondência matemática entre as partes estava bem definida. O contrapposto foi utilizado de forma consistente, de Donatello a Miguel Ângelo.
  • Expressão e Autonomia: Neste período, a escultura liberta-se da estrutura arquitetónica. Os relevos foram feitos com as regras da perspetiva e mostravam personagens com expressões dramáticas, levando à sensação de terribilità (sentimentos grandiosos expostos), como no rosto do David de Miguel Ângelo.[5]
  • Mecenato: Os mecenas, representados pela Igreja e pela nobreza, desempenharam um papel fundamental. O patrocínio aumentava o seu prestígio social e político, abrangendo todos os temas: religiosos, mitológicos, retratos e cenas da vida quotidiana.
  • Gliptologia: Com o Renascimento, reapareceu a gliptologia greco-romana.

A Pintura do Renascimento

A pintura do Renascimento abrange o período da história da arte europeia entre a arte medieval e a arte barroca. A pintura deste período está relacionada com o "renascimento" da Antiguidade Clássica, o impacto do humanismo sobre os artistas e os seus mecenas, as novas sensibilidades e técnicas artísticas e, em geral, a transição entre o período medieval e o início da Idade Moderna.

Características da Pintura Renascentista

  • Composição e Estilo: Busca pela unidade na composição, uso da perspetiva, anatomia precisa, morbidez muscular e beleza física exterior. A tendência era imitar a natureza com facilidade, inspirando-se nas obras clássicas da escultura.
  • Universalidade dos Temas: Abordagem de temas mitológicos, que eram pouco explorados na época anterior, além de imagens e histórias singulares. Embora os temas religiosos continuassem presentes, muitas vezes perdiam o sentido místico do período anterior (especialmente nas representações da Virgem ou Madonna). Cada artista procurava o seu próprio estilo, onde o retrato e a representação da paisagem ganharam grande importância.
  • Técnicas e Procedimentos: Abandono definitivo dos fundos dourados e a adoção quase exclusiva da pintura a óleo sobre tela, exceto nas decorações murais, onde se usava a têmpera e o afresco.

A história moderna da pintura começa com a contribuição dos mestres do Renascimento. Florença e Roma, nos séculos XV e XVI, foram o berço de um movimento que estabeleceu, através da perspetiva, proporção, anatomia e do uso do óleo, uma pintura realista ou um verismo sem precedentes. O Renascimento surgiu em Itália e espalhou-se gradualmente pela Europa. Surgiram inúmeros centros ou escolas de pintura, especialmente em Itália, que se influenciaram mutuamente, apesar das suas diferenças estilísticas.

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