Arte, Revolução e Decadência: José Carlos Mariátegui
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Arte, Revolução e Decadência: José Carlos Mariátegui
1) Qual é o problema central do texto?
O autor manifesta a necessidade de acabar com a ideia equivocada que engana alguns jovens artistas. É preciso provar que nem tudo que é novo é revolucionário na arte, nem tudo que é revolucionário é realmente novo. Não podemos aceitar como arte nova algo que nos traz apenas uma nova técnica. Isso seria recair em um dos muitos espelhos da corrente. Não se pode reduzir a arte a um problema técnico. A nova técnica deve corresponder também a um novo espírito. Caso contrário, a única coisa que muda é a fachada, a aparência.
2) De acordo com Mariátegui, quais são as duas almas que coexistem no mundo da arte contemporânea?
A decadência e a revolução. Somente a presença da segunda (revolução) dá a um poema ou a uma obra de arte um novo valor.
3) Quais as características que distinguem a arte da revolução e a da decadência?
A consciência do artista é a arena de uma luta agonizante entre os dois espíritos. A compreensão dessa luta, às vezes, está além do próprio artista. Mas, finalmente, um dos dois espíritos prevalece. O outro fica preso na areia.
A decadência da civilização capitalista se reflete na fragmentação, na ruptura de sua arte. A arte, nesta crise, perdeu todas as características essenciais para a sua unidade. Cada um dos seus princípios, cada um dos seus elementos reivindicou a sua independência. "Secessão" é o termo mais característico. As escolas se multiplicam ao infinito, mas porque operam forças centrífugas.
4) O que mais se questiona sobre a vanguarda?
Sugere-se que, nesta crise, estão pouco desenvolvidos os elementos da arte do futuro. Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo, etc., além de refletirem uma crise, anunciam uma reconstrução. Cada movimento isoladamente não traz uma fórmula, mas todos coincidem fornecendo um elemento, um valor, um princípio para o seu desenvolvimento.
5) Qual é a sua opinião sobre a posição do espanhol Ortega y Gasset?
Acredito que Ortega y Gasset é responsável, no mundo hispânico, por parte desse mal-entendido da nova arte. Seus olhos não distinguem escolas ou tendências; não distingue, pelo menos na arte moderna, os elementos de revolução dos elementos de decadência. O autor de "A Desumanização da Arte" não nos dá uma definição de arte nova. Mas toma como características de uma revolução as que normalmente correspondem a um declínio. Isso o leva a sustentar, entre outras coisas, que "a nova inspiração é sempre, infalivelmente, cósmica". Seu quadro sintomático, geralmente, é justo, mas o diagnóstico é incompleto e equivocado.
6) Qual era a intenção de Mariátegui em 1926 ao escrever este ensaio sobre a arte de seu tempo?
A finalidade era orientar os novos artistas, que, segundo seus critérios, estavam seguindo uma ideia errada da arte da época. Argumentava que era necessário estabelecer algumas definições, retificando o apressado julgamento de que nem tudo que é novo é revolucionário na arte, nem tudo que é revolucionário é realmente novo. E deixar claro aos artistas que apenas a presença da revolução dá a um poema ou a uma pintura o valor de arte nova.