Asma: Alterações Gasométricas e Opções Terapêuticas

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Asma (broncoespasmo, hipersecreção espessa e edema brônquico - Componentes bronquíticos).

Alterações Gasométricas na Asma

A alteração da pCO2 é obrigatória e está diminuída (pela utilização de musculatura acessória que ajuda a varrer o CO2, resultando em alcalinidade). A pO2 pode estar normal ou diminuída (agitação é indicativo de hipóxia).

Asma Aguda Severa

pCO2 normal ou levemente aumentada e pO2 baixa (indica piora e transição de asma para insuficiência respiratória). Deve ser tratado em unidade intermediária e, se indisponível, na UTI.

Franca Insuficiência Respiratória

Alteração invertida da pCO2 (alta) e pO2 (baixa) e presença de acidose mista (taquipneia leva ao aumento da perda de água, e o bicarbonato tampona substâncias ácidas, resultando em acidose).

B2-Agonistas no Tratamento da Asma

Ligam-se à proteína G (adenilil ciclase) que converte ATP em AMPc. Este se liga a enzimas e promove a expulsão do Ca++, relaxando o brônquio (broncodilatação).

  • O B2-agonista inalatório tem resposta mais rápida e duração menor.
  • O B2-agonista oral tem resposta mais lenta, duração maior e maiores efeitos colaterais.

Curta duração é o Salbutamol; de longa duração é o Salmeterol (indicado caso haja contato com desencadeante de crise e início de sintomas como tosse e espirros).

Anti-histamínicos H1 não devem ser utilizados, pois causam espessamento da secreção brônquica. Em caso de presença de espessamento, o paciente deve ser hidratado.

Adrenalina somente se a origem do broncoespasmo for anafilaxia ou em franca insuficiência respiratória (usar com monitoramento).

Manejo da Crise Asmática

Realizar 3 a 4 nebulizações com intervalo de 15 a 20 minutos.

A asma aguda evolui para asma aguda severa caso haja:

  • Dessensibilização: Uso exagerado (dose ou número de tomadas), levando à perda de receptores, ausência de ação das aminas biológicas e farmacológicas, e persistência dos efeitos colaterais. Recupera com glicocorticoide.
  • Acidose: Modificação temporária do receptor adrenérgico, fazendo com que este pare de responder. Recupera com oxigenioterapia e hidratação.

Portanto, em casos graves, internar, administrar Oxigênio, Hidratação e Glicocorticoide IV. Aguardar 1 hora e pode-se retornar o tratamento.

Não administrar bicarbonato (liga-se ao H+, forma CO2 e Água, e pela concentração de CO2 a reação retorna, formando mais ácido).

Glicocorticoides na Asma

Na via inalatória, o GC atinge os pulmões e tem ação por toda a via respiratória, sem ação sistêmica (o GC é metabolizado e inativado no pulmão).

Quando não utilizado corretamente pela via inalatória, resíduos de GC podem permanecer na mucosa oral, com consequente absorção. Após a inalação, lavar a boca imediatamente.

O ideal é lavar a boca com água bicarbonatada, uma vez que um efeito colateral muito comum é a candidíase oral.

Pode ocorrer adelgaçamento das cordas vocais (a criança fica rouca); nesse caso, deve-se parar a via inalatória.

Têm efeito anti-inflamatório e leve efeito broncodilatador, impedem a desgranulação de mastócitos e recuperam o receptor B2.

Antagonistas de Leucotrienos

AINES não podem ser utilizados, pois desviam para a via dos leucotrienos, e estes são mais potentes na ação broncoconstritora.

Nem todos os pacientes sustentam o efeito dos leucotrienos, e ele demora dias para iniciar o efeito.

Terapia Anti-IgE (Omalizumabe)

Recente, pouco utilizada e cara.

É usado o anticorpo monoclonal Omalizumabe, que ataca a IgE que está presa nos mastócitos.

É feita nos períodos intercrises e evita recaídas.

Xantinas no Tratamento da Asma

Pouco utilizadas em adultos.

São exemplos: cafeína, teofilina e aminofilina.

  • Teofilina (adulto)
  • Aminofilina (criança)

Utilizadas em crianças nas quais o componente inflamatório é mais importante e que respondem pouco aos broncodilatadores (BD), ao longo de 15 dias de tratamento, mesmo que já tenham sido feitas intervenções ambientais. Antes de usar GC, o médico pode tentar Aminofilina.

Sinais de intoxicação incluem: taquicardia, paciente inquieto, agitado e vômitos sem motivos aparentes. O próximo passo seria convulsões, podendo evoluir para óbito.

Anticolinérgicos na Asma

Brometo de ipratrópio pela via inalatória.

Bloqueiam o receptor M3, reduzindo a secreção pulmonar.

Indicado para pacientes com importante componente bronquítico, em que há muita secreção, e para outras situações clínicas onde ocorra hipersecreção.

Efeito sinérgico com os beta-2, potencializando a broncodilatação.

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