Aspectos do Desenvolvimento Craniofacial e Anomalias Congênitas
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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1. Experimento de Transplante Neural: Galinha com Rosto de Codorna
Para fazer uma galinha ter características faciais de codorna, podemos retirar o tubo neural da codorna e colocar na mesma região na galinha. As células da crista neural irão migrar do dorso do tubo neural e formar os ossos da cabeça da codorna na galinha. As células da crista neural que migrarão para formar o primeiro arco faríngeo também formarão o bico da codorna em uma galinha.
2. Ação do Gene Shh na Linha Média e Malformações Craniofaciais
Na fase de placa neural, Shh é secretado pela placa pré-cordal subjacente e é essencial para a separação do campo ocular, inicialmente único, em dois primórdios ópticos individuais. Uma carência de Shh resulta na persistência de um campo ocular único e na formação tanto da holoprosencefalia quanto da ciclopia, em que o indivíduo apresenta apenas um olho e um nariz muito fino. O contrário disso, ou seja, excesso de Shh, resulta na formação de duas faces na mesma cabeça, com 2 narizes e 4 ou 2 olhos.
3. Formação dos Ossos do Neurocrânio: Calota e Base Craniana
O neurocrânio é formado pelos ossos da calota craniana e pelos ossos da base do crânio. A calota é formada por uma ossificação mesenquimal a partir das células da crista neural e do mesoderma. Já os ossos da base do crânio utilizam as cartilagens pré-cordal, hipofisária e paracordal, além da interação com os somitos occipitais para uma ossificação endocondral.
4. Craniossinostose em Camundongos: Soluções e Implicações Humanas
Em casos de fusão precoce das placas cranianas, como observado em camundongos onde a calota craniana se fechou impedindo o crescimento cerebral, uma solução potencial baseada na compreensão da calota craniana e dos genes humanos seria realizar um corte na região das suturas das placas do crânio. Este procedimento visa diminuir a pressão e permitir o crescimento homogêneo do cérebro.
5. Derivados dos Folhetos Embrionários: Mesoderma, Ectoderma e Endoderma
Os três folhetos embrionários dão origem a diversas estruturas no organismo:
- Mesoderma: Forma a camada interna da pele, músculos lisos e esqueléticos, sistema circulatório, sistema esquelético (ossos e cartilagem), sistema excretor e reprodutor.
- Ectoderma: Origina a epiderme e anexos cutâneos (pelos e glândulas mucosas), todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal), e o epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.
- Endoderma: Desenvolve o epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo (com exceção da cavidade oral e anal), o sistema respiratório (pulmão), o fígado e o pâncreas.
6. Hipotelorismo e Anomalias Dentárias: Uma Correlação no Desenvolvimento
Defeitos no desenvolvimento embrionário que ocorrem entre o 35º e o 38º dias intrauterinos podem envolver estruturas da linha média da cabeça, resultando em alterações das cavidades orbitais, como o hipotelorismo (diminuição da distância entre os olhos). Pessoas com hipotelorismo frequentemente possuem uma maxila menor, o que pode impedir o encaixe de todos os incisivos, levando à ausência de dois deles. Também pode ocorrer a fusão de brotos dentários, resultando em um dente fusionado, ou o surgimento de dentes supranumerários devido ao desenvolvimento extra de algum broto dentário.
7. Amelogênese Imperfeita: Causas, Vitamina A e Fatores Ambientais
A Amelogênese Imperfeita ou Dentinogênese Imperfeita refere-se ao desenvolvimento defeituoso do esmalte ou da dentina, caracterizado por diferenciação celular anômala. Os defeitos de esmalte também podem ser causados pela deficiência de vitamina A ou doenças como o sarampo. Além disso, o esmalte pode ser descolorado após a exposição a antibióticos, como as tetraciclinas, ou a fatores ambientais como o flúor.
8. Crescimento Pós-Natal da Face: Seios Paranasais e ATM
O crescimento da face após o nascimento é influenciado por diversos fatores. Os seios paranasais (frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais), inicialmente pequenos, crescem com o tempo, permitindo a expansão da face. A região da Articulação Temporomandibular (ATM) sofre a ação de fatores de crescimento (hormônios), promovendo o crescimento das cartilagens, da maxila e dos dentes.
9. Cartilagem de Meckel: Impacto no Palato, Língua e Fenda Palatina
Várias mutações em seres humanos têm sido associadas à fenda labial e palatina sindrômica, incluindo mutações em certos fatores de transcrição. Mutações no gene TBX22 são as causas mais comuns de fenda palatina. Estas afetam o desenvolvimento da cartilagem de Meckel dentro do primeiro arco faríngeo, impactando o crescimento e podendo levar à redução da mandíbula. Além disso, a fenda palatina pode ser uma consequência de displasias mandibulares. Quando o primeiro arco faríngeo não se desenvolve apropriadamente, a língua não se rebaixa, sofrendo alterações em sua estrutura, e obstruindo fisicamente a elevação da prateleira palatina. Essa elevação é realizada pela proeminência mandibular, composta por cartilagem de Meckel. Essa é a relação entre as estruturas e o hipodesenvolvimento da cartilagem citada.
10. Formação da Fístula Auricular: Anomalias do Primeiro Sulco Faríngeo
O 1º sulco faríngeo torna-se o meato auditivo externo. A primeira bolsa expande-se para contribuir para uma cavidade chamada recesso tubotimpânico, que se diferencia para se tornar a cavidade timpânica da orelha média e a tuba auditiva. Os três sulcos faríngeos restantes são normalmente obliterados durante o desenvolvimento. Durante a 4ª e a 5ª semana, o segundo arco faríngeo rapidamente se expande, crescendo sobre estes sulcos e se funde caudalmente com a eminência cardíaca, confinando os sulcos em um seio cervical lateral transitório revestido por ectoderma. Este espaço normalmente desaparece rapidamente e completamente. Raramente, a duplicação do primeiro sulco faríngeo resulta na formação de um seio do primeiro sulco ou fístula auricular cervical revestida por ectoderma, localizado nos tecidos anteriores ao meato acústico externo. Um seio do primeiro sulco totalmente fechado pode tornar-se aparente como um inchaço próximo à região anterior do pavilhão auricular ou orelha externa. Alternativamente, ele pode drenar para o exterior através da fístula auricular cervical, que normalmente se abre no canal auditivo externo.