Assistência de Enfermagem na Síndrome de Asperger Infantil

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

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Objetivos do Estudo

Objetivo Geral

Propor uma assistência de enfermagem abrangente à criança com Síndrome de Asperger.

Objetivos Específicos

  • Descrever a assistência de enfermagem no tratamento de crianças com Síndrome de Asperger.
  • Analisar a literatura existente sobre a assistência de enfermagem na Síndrome de Asperger.

A Síndrome de Asperger é um transtorno caracterizado pelo atraso na fala, distúrbio social, dificuldade na comunicação não verbal, coordenação motora comprometida e interesses peculiares. A Síndrome de Asperger foi divulgada pela primeira vez no ano de 1920, por um neurologista russo. Ao diagnosticar as pessoas com essa síndrome, ele apontava como característica principal as dificuldades em suas relações sociais. Mas foi somente em 1944 que o pediatra austríaco Hans Asperger publicou um artigo intitulado “Psicopatia Autista Infantil” e definiu a síndrome.

No ano de 1981, uma psiquiatra norte-americana definiu a “Psicopatia Autista Infantil” como Síndrome de Asperger, em homenagem a Hans Asperger. No entanto, o reconhecimento como critério de diagnóstico foi apresentado somente em 1994. A criança com Síndrome de Asperger tenta interagir com as pessoas, entretanto, sente uma enorme dificuldade em manter essa interação social e emocional. Ela não consegue colocar-se no lugar do outro, bem como tem dificuldades de imaginar os sentimentos e pensamentos alheios, prejudicando, dessa maneira, as trocas sociais. Geralmente, essas crianças são consideradas antissociais, egoístas ou com comportamento impróprio. Segundo Williams e Wright (2008, p. 41):

A Consulta de Enfermagem

A consulta de enfermagem tem a finalidade de prestar assistência de forma global e individual, identificando as necessidades, diagnosticando, planejando, executando e avaliando a assistência que deve ser realizada pelo enfermeiro, contribuindo para a proteção, recuperação e reabilitação da saúde da criança (Nóbrega, 1997). A consulta de enfermagem também tem como objetivo coletar dados sobre o histórico de vida da criança, ouvir as queixas e dificuldades dos pais. O enfermeiro orienta os pais em como lidar com o comportamento dos seus filhos.

As atividades específicas do enfermeiro no atendimento a crianças com Síndrome de Asperger visam o desenvolvimento intensivo das habilidades da criança, incluindo habilidades comunicativas e verbais, utilizando jogos de adivinhações e linguagem verbal. É importante que o enfermeiro desenvolva uma relação de confiança com a criança para realizar a assistência adequada.

O indivíduo acometido pela Síndrome de Asperger pode apresentar movimentos repetitivos. Dessa forma, cabe à família, ao enfermeiro cuidador e a outros profissionais com os quais ele mantém contato, estimulá-lo para que esses movimentos estereotipados diminuam.

É essencial que o profissional de enfermagem avalie e observe o comportamento da criança com SA. A competência comunicativa é a capacidade que o falante tem de usar a língua de forma adequada às situações de comunicação em que se encontra. Assim, a capacidade de quem fala ou escreve deve selecionar as formas linguísticas apropriadas a cada situação: quando falar, sobre o que falar, com quem, onde e de que modo.

É importante que o profissional de enfermagem oriente sobre o desenvolvimento da linguagem para a criança com Síndrome de Asperger, abordando aspectos como:

  • Ensinar a reconhecer os sinais indicativos do momento de responder, interromper ou mudar de assunto;
  • Modelar comentários indicadores de empatia;
  • Sussurrar ao ouvido da criança o que ela devia dizer ao interlocutor;
  • Recorrer a atividades de oralidade e de dramatização.

Essa assistência, normalmente, acontece em Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi).

Os enfermeiros devem reconhecer que nem todas as crianças com Síndrome de Asperger são iguais, precisando, portanto, de avaliação e tratamento individuais. O indivíduo com Síndrome de Asperger necessita, portanto, principalmente de tratamentos que utilizem processos psicoterapêuticos individualizados. Requer intervenção em diferentes níveis, envolvendo necessariamente apoio psicológico e educacional, que devem ser prestados em colaboração estreita por diferentes profissionais (médicos pediatras, psiquiatras, psicólogos, professores regulares e especializados, enfermeiros). Os tratamentos são de grande valia para essas crianças e suas famílias, e observa-se que, quando tratadas e acompanhadas regularmente desde o início, é essencial para o seu desenvolvimento. Hoje, para o enfermeiro atuar no cuidado e na assistência de crianças com Síndrome de Asperger ou doenças da saúde mental, é necessário ter uma especialização na área, pois nenhuma universidade prepara o profissional para realizar cuidados com essas pessoas.

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