Aterosclerose: Doença Vascular e Reparação Tecidual

Aterosclerose

O que é Aterosclerose?

Doença inflamatória, crônica e progressiva, caracterizada por ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Ateromas são placas, compostas principalmente por lipídeos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. O volume dos ateromas aumenta progressivamente, podendo ocasionar obstrução total.

Classificação da Aterosclerose

• Tipo I: Lesão Inicial, aumento no número de macrófagos e surgimento de macrófagos cheios de gordura.
• Tipo II: Composta por macrófagos, células musculares lisas e pequenos grãos de gordura extracelular.
• Tipo III: Lesão intermediária. Acúmulo lipídico intra e extracelular.
• Tipo IV: Pré-ateroma. Acúmulo lipídico intracelular.
• Tipo V: Ateroma. Vaso parcialmente obstruído.
• Tipo VI: Lesão avançada, caracterizada por ateroma e complicações.

Patogenia da Aterosclerose

A aterosclerose é produzida pelos seguintes eventos patogênicos:

• Lesão endotelial, que causa (entre outras coisas) aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos e trombose.
• Acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDL e suas formas oxidadas) na parede do vaso.
• Adesão de monócitos ao endotélio, seguida por migração para a íntima e transformação em macrófagos e células espumosas.
• Adesão plaquetária.
• Liberação de fatores das plaquetas, macrófagos e células da parede vascular ativados, induzindo o recrutamento de células musculares lisas, seja da média ou de precursores circulantes.
• Proliferação de células musculares lisas e produção de Matriz Extracelular (MEC).
• Acúmulo de lipídios extracelularmente e dentro das células (macrófagos e células musculares lisas).

Cicatrização: Reparação Tecidual

Cicatrização é o processo de reparação tecidual que substitui o tecido lesado por um tecido novo. A cicatriz é o tecido novo que se forma durante o processo de cura de uma ferida. O corpo a utiliza como um meio para fechar as lesões do organismo quando a regeneração perfeita dos tecidos não é possível. A regeneração envolve a regeneração de células especializadas, a formação de tecido de granulação e a reconstrução do tecido. Esses eventos não acontecem isoladamente, mas sim, sobrepondo-se e complementando-se.

Formas de Cicatrização

• Primeira intenção: Sem infecção, com bordas próximas para que ocorra a cicatrização. Não há perda de tecido. Presença mínima de edema. A formação do tecido de granulação não é visível.
• Segunda intenção: Pode haver ou não infecção. Não é possível aproximar as bordas da ferida, que deverão permanecer abertas para que ocorra a contração e epitelização.
• Terceira intenção: Presença de infecção. A ferida é mantida aberta e somente após o tratamento adequado deverá ser feita a aproximação das margens da ferida.

Como Ocorre a Cicatrização?

Inflamação

É a resposta imediata a uma lesão. A presença de mediadores químicos no local da inflamação é transitória, sendo os mais importantes:

• Histamina
• Serotonina
• Bradicinina
• Prostaglandinas

Os leucócitos chegam no momento da injúria tecidual e permanecem por um período que varia de 3 a 5 dias (Mandelbaum, 2003). Além da função de fagocitose, eles produzem fatores de crescimento que preparam a lesão para a fase proliferativa. Ocorre desde o momento da lesão até o 4º ou 5º dia. É caracterizada pelo aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia de células da circulação, liberação de citocinas e fatores de crescimento, e ativação das células de migração.

Os neutrófilos e os monócitos são as primeiras células a chegarem ao local da lesão. Uma vez que essas células são as mais abundantes no sangue, um número significativo delas é passivamente coletado pelo trombo provisório durante o rompimento dos vasos. Após esse extravasamento passivo, os neutrófilos migram para a superfície da ferida para formar uma barreira contra a invasão de microrganismos e promover o recrutamento ativo de mais neutrófilos a partir dos vasos próximos não lesados.