Atitudes e Representações Sociais
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Atitudes e Representações Sociais
Atitudes
Atitude: conceito que corresponde à predisposição ou tendência para responder de forma favorável ou desfavorável a um objeto, pessoa, instituição ou acontecimento. As atitudes facilitam a coerência da ação da pessoa num contexto de elevada variabilidade. As atitudes refletem um juízo avaliativo com três características:
- Direção – orientação favorável ou desfavorável;
- Intensidade – posicionamento num contínuo, onde é possível encontrar duas pessoas que se posicionem na mesma direção, favorável ou desfavorável, mas com intensidade favorável e muito favorável ou desfavorável e muito desfavorável;
- Acessibilidade – probabilidade de ser ativada automaticamente na memória quando o sujeito é confrontado com o objeto da atitude.
As abordagens tradicionais têm vindo a considerar as atitudes como contendo várias dimensões e estando organizadas de forma relativamente duradoura. Assim, no modelo tripartido, a atitude é uma disposição que resulta da organização de três componentes:
- Componente afetiva – emoções, sentimentos subjetivos ou respostas fisiológicas que acompanham uma atitude (gostar ou não gostar de legumes);
- Componente cognitiva – pensamentos, crenças e valores através dos quais a atitude é expressa (o que sei ou julgo saber sobre legumes);
- Componente comportamental – processo mental e físico que prepara o indivíduo para agir de determinada maneira (as minhas intenções relativamente a comer legumes).
A complexidade da realidade social conduz o sujeito social a encruzilhadas ocorrendo dissonâncias cognitivas (existência de uma tensão provocada por dois elementos não concordantes).
Representações Sociais
Representações sociais: construção social de um saber vulgar elaborado por valores e crenças partilhados por um grupo social em relação a diferentes objetos.
As representações sociais são uma base de conhecimentos socialmente elaborados, ou seja, um sistema partilhado entre diferentes sujeitos no qual a informação sobre um mesmo objeto social é organizada. Estas referem-se a um objeto, resultam de processos de simbolização e de interpretação e adquirem a forma de modelos.
Na base das representações sociais estão dois processos: objetivação e ancoragem.
A objetivação é um processo por meio do qual são organizados os conhecimentos relativos ao objeto da representação e que permite aos indivíduos tornarem concreto o que é, na sua essência, abstrato. Contempla uma fase de seleção, onde os elementos são agrupados em função de critérios culturais e normativos que facilitam a sua apropriação por parte dos indivíduos. Segue-se uma fase de esquematização, no contexto da qual se forma um esquema figurativo estruturante dos elementos selecionados. Por fim, ocorre uma fase de naturalização onde ocorre um processo de transformação dos elementos simbólicos em categorias sociais de linguagem e de compreensão.
A ancoragem é o processo através do qual ocorre a integração de novos elementos de conhecimento em sistemas de pensamento mais familiares.