Atrofia, Hiperplasia, Hipertrofia, Metaplasia e Degeneração: Definições e Características

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Atrofia Epitelial

É a diminuição do volume e da massa de um tecido ou órgão em consequência da diminuição do volume ou o número de suas células. ETI: senilidade, inatividade, denervação, desnutrição (inanição), compressão vascular e uso de órteses (imobilidade). MICRO: diminuição das papilas dérmicas, diminuição ou ausência das projeções epiteliais, diminuição da espessura do tecido epitelial e interface plana com o conjuntivo. MACRO: diminuição do tecido por falta de nutrientes.

Hiperplasia

É o aumento de um tecido ou órgão em consequência do aumento do número das suas células. Ocorre em tecidos com populações celulares que tenham capacidade mitótica, ou seja, células que tem capacidade de se dividir.

Hiperplasia Epitelial Típica

Ocorre em inflamações e nos processos reparativos cicatriciais. MICRO: aumento da espessura do tecido epitelial, aumento das papilas dérmicas, aumento das projeções epiteliais e descamação da queratina. MACRO: aumento do volume e massa de tecido e células. ETI: Agentes físicos e biológicos que causam inflamação. OCORRÊNCIA: Ocorre em inflamação e neoplasias benignas e malignas.

Hiperplasia Epitelial Atípica

MICRO: aumento da espessura do tecido epitelial, aumento das papilas dérmicas, aumento das projeções epiteliais e descamação da queratina. Proliferação em bloco, e o tecido epitelial invade o tecido conjuntivo. MACRO: aumento do volume e massa de tecido e células. ETI: agentes físicos e biológicos que causam inflamação. OCORRÊNCIA: neoplasias malignas.

Hipertrofia

É o aumento de um tecido ou órgão em consequência do aumento do volume de suas células. Ocorre em tecidos de células perenes, ou seja, células que recebem mais nutrição e não se dividem.

Hipertrofia Cardíaca

MICRO: Fibras musculares cardíacas em tamanhos diferentes (heterogêneas). As fibras maiores estão hipertrofiadas em relação às menores, estão coradas com eosina (rosa). Observa-se em meios às fibras, infiltrado inflamatório monoclueado. Nota-se a presença de células de defesa na miocardite. ETI: Aumento da atividade, miocardites, chagas, hipertensão. Quando parte do miocárdio é lesado e a outra parte faz o trabalho compensatório -> aumento do tamanho.

Hipertrofia da Tireóide

Outra forma de hipertrofia ocorre em glândulas quando há retenção do produto de secreção (T2, T4), nestes casos não ocorrerá aumento do volume celular, e sim o aumento do volume da unidade de secreção. Ex: Glândula exócrina (salivar) pode ocorrer obstrução do ducto excretor = aumento. MICRO: folículos e ácinos aumentados por retenção do hormônio, com coloide no seu interior, aumento da síntese intracelular em células permanentes. MACRO: bócio, que é aumento da glândula.

Metaplasia

É a transformação de um tecido em outro, de mesma origem embrionária, isso significa que um tecido epitelial não pode se transformar em um tecido conjuntivo, porém, um tecido conjuntivo fibroso pode se transformar em um tecido conjuntivo ósseo. O tecido epitelial simples pode tornar-se estratificado e um epitélio não queratinizado tornar-se queratinizado.

Metaplasia Óssea

Ocorre em processos degenerativos ou neoplásicos. ETI: traumas constantes, inflamação crônica, agentes físicos. MICRO: Fragmento de tecido conjuntivo fibroso e ao centro tecido mineralizado (ósseo) em coloração eosinofílica que tem afinidade por eosina.

Degeneração

As degenerações de acordo com Virchow são alterações regressivas das células manifestadas por modificações da estrutura citoplasmática e nuclear e por diminuição da função celular. Estão associadas com o envelhecimento e com as alterações nutricionais. Uma célula em processo degenerativo evolui para a morte caso tenha sido ultrapassado o ponto de não retorno, ou seja, se as alterações provocadas forem irreversíveis.

Degeneração Córnea

Alteração celular própria dos epitélios (pele, mucosa), caracterizada por regressão da função celular, morte e descamação da célula em queratina. Ocorre em tecidos epiteliais já queratinizados ou não queratinizados. Em epitélios não queratinizados ocorre uma metaplasia em epitélio queratinizado. Se o tecido já for queratinizado (pele), há um aumento na formação de queratina. Ortoqueratose e Paraqueratose. ORTOQUERATOSE: quando não há presença de núcleos. PARAQUERATOSE: as células descamam-se rapidamente, permanecendo núcleos na camada córnea. MICRO: Lâminas de queratina, coloração acidofílica (afinidade por eosina) descamando sobre o epitélio. Com núcleos quando há paraqueratose, e queratina pura, sem núcleos, quando é ortoqueratose. MACRO: Lesão esbranquiçada (leucoplasia).

Degeneração Gordurosa

Alteração celular pelo acúmulo dos lipídeos em células que a metabolizam, como o hepatócito. Acontece por falta de proteínas, na ausência de metabolismo celular. ETI: Agentes biológicos (vírus), agentes químicos. Ocorrência: Hepatites e cirroses, nas neoplasias. Patogenia: ausência de proteínas para o metabolismo de gorduras no hepatócito leva ao acúmulo intracelular, ou seja, a diminuição do metabolismo protéico impede o metabolismo da gordura, o que resulta em acúmulo.

Degeneração Hidrópica

Alteração celular caracterizada pela entrada de água na célula. Eti: Anoxia, hipóxia, vírus, neoplasias, radicais livres, agentes químicos e físicos, compressões, obstrução vascular. Patogenia: Inversão da bomba de Na+ K+. MICRO: Imagem negativa da água e núcleo picnótico no interior do vacúolo. MACRO: Leucoplasia como consequência da descamação celular.

Degeneração Hialina

Alteração celular caracterizada pelo depósito excessivo de matriz extracelular (protocolágeno) nos tecidos intersticiais, em periferias de tumores benignos e malignos, paredes de vasos, cicatrizes e em casos de atrofias remodelação de órgãos. Eti: Deficiência nutricional, obstruções vasculares, tumores, envelhecimento celular. MICRO: Tecido rico em matriz extracelular, homogêneo, acidofílico (eosina rosa), baixa celularidade (notada pelo pequeno número de núcleos corados por hematoxilina roxo). A substância protéica depositada predomina em áreas de baixo metabolismo. Coincide a área de degeneração hialina com áreas de atrofia celular. MACRO: maior consistência pelo depósito.

Pigmento Antracótico - Pulmão

O prefixo antrax significa carvão e o sulfixo cótico significa poeira. O pigmento exógeno ou externo resultante da combustão incompleta de materiais orgânicos ou entre materiais inorgânicos (carvão mineral), é responsável por uma das principais pneumoconioses que são doenças pulmonares causadas por impregnação de poeira. A poeira inalada deposita-se nos alvéolos pulmonares, desencadeando uma inflamação. Comum entre trabalhadores das minas de carvão, fomos à lenha ou mineral, fumantes, moradores próximos à túneis ou viadutos. ETI: Poeira de carvão. Patogenia: Depósito da poeira nos alvéolos desencadeia uma resposta inflamatória. Consequências: Predisposição ao desenvolvimento de outras doenças pulmonares como Tb, pneumonia, asma, alergia, etc. MICRO: Grumos de material exógeno de cor preta sobre o tecido pulmonar. MACRO: Tecido fica preto. Sinais e sintomas: enfisema pulmonar, tosse, dispnéia.

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