O Banquete de Platão: Um Resumo dos 7 Discursos
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O Banquete de Platão: Um Resumo
Os Sete Discursos Sobre o Deus Eros
"O Banquete" é uma obra de Platão que aborda sete discursos sobre Eros, o deus do amor. Após festas regadas a bebidas em excesso, os participantes decidem transformar o encontro em um debate filosófico, elogiando o deus Eros, tema sugerido por Erixímaco. A ordem dos oradores foi: Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agatão, Sócrates e Alcibíades.
Fedro: Eros como Deus Primordial
Fedro, o primeiro orador, apresenta Eros como um dos deuses mais antigos, surgido após o Caos e a Terra. Por sua antiguidade, Eros é fonte de diversos bens, como o amor entre amantes. Segundo Fedro, de tudo que o ser humano pode possuir - laços de sangue, dignidade e riquezas - nada, como Eros, pode gerar a beleza. É Eros quem inspira os homens a grandes feitos. Só os que amam sabem morrer um pelo outro.
Pausânias: Eros Celeste vs. Eros Vulgar
Pausânias, o segundo a falar, critica o elogio de Fedro, argumentando que Eros não é único, existindo o Eros Celeste e o Eros Vulgar. Para ele, nenhuma ação é em si boa ou ruim. Uma ação só é boa se fundamentada na justiça. O mesmo se aplica ao amor. Atender ao Eros Vulgar é prender-se à cobiça, à iniquidade e aos caprichos da matéria. Para atender ao Eros Celeste, deve-se agir segundo os cânones da justiça e da beleza celeste.
Erixímaco: Eros na Natureza e no Corpo
Erixímaco, o terceiro orador, médico, complementa o discurso de Pausânias, afirmando que Eros não existe somente nas almas dos homens, mas em muitos outros seres: nos corpos dos animais, nas plantas, em toda a natureza. Para ele, a natureza orgânica comporta dois Eros: saúde e doença, e "o contrário procura o contrário". Um é o amor que reside no corpo são; o outro é o que habita no corpo enfermo. Tal qual a medicina, que procura a convivência entre os contrários, o amor deve procurar o equilíbrio entre as necessidades físicas e espirituais.
Aristófanes: O Mito dos Andróginos
Aristófanes, o quarto orador, inicia seu discurso enfatizando o desconhecimento dos homens sobre o poder de Eros. Para conhecer esse poder, ele diz que é preciso antes conhecer a história da natureza humana e descreve a teoria dos andróginos, o mito da nossa unidade primitiva e posterior divisão. Segundo Aristófanes, havia inicialmente três gêneros de seres humanos, que eram duplos em si mesmos: o masculino-masculino, o feminino-feminino e o masculino-feminino, chamado de Andrógino.
Agatão: A Natureza e as Virtudes de Eros
Agatão, o quinto orador, critica seus antecessores, pois acredita que eles enalteceram Eros sem explicar sua natureza. Ele afirma: "Para se louvar a quem quer que seja, o verdadeiro método é examiná-lo em si mesmo para depois enumerar os benefícios que dele promanam". Ao contrário de Fedro, Agatão diz que Eros é um deus jovem. Em seguida, enumera suas virtudes: a justiça, a temperança e a potência desse deus.
Sócrates: O Amor como Desejo e Busca
Sócrates, o sexto orador, considerado o mais importante, afirma que o amor é algo desejado, mas este objeto do amor só pode ser desejado quando nos falta, pois ninguém deseja aquilo que já possui. Segundo Platão, o que se ama é somente "aquilo" que não se tem. E se alguém ama a si mesmo, ama o que não é. O "objeto" do amor sempre está ausente, mas sempre é solicitado. A verdade é algo que está sempre além; quando pensamos tê-la atingido, ela nos escapa.
Alcibíades: Elogio a Sócrates
Alcibíades, o sétimo orador, faz um elogio a Sócrates mais do que discorre sobre o amor.