O Beijo da Mulher Aranha: Resumo, Análise e Personagens

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Resumo da Obra: O Beijo da Mulher Aranha

O Beijo da Mulher Aranha narra a história de dois homens muito diferentes que, sofrendo a injustiça da mesma ordem repressiva, são confinados juntos. Um deles, Valentin Arregui Paz (futuro ideólogo revolucionário), está preso em uma cela por pertencer a um grupo de revolucionários contra o governo da época. Ele foi detido durante uma manifestação de guerrilheiros. O outro prisioneiro, Luis Alberto Molina (decorador de vitrines e homossexual), foi preso por corrupção de menores. No início do livro, é contada a história de Molina, o Gato. Molina costumava narrar filmes todas as noites, o que ajudava ele e Valentin a dormir. Os filmes narrados por Molina incluíam: Cat People, Leni e o Oficial Alemão, A Empregada e o Menino, O Menino que Correu para a América do Sul para o Carro, A Mulher Zumbi e O Repórter Estrela e Dramático. Molina foi colocado na mesma cela porque o diretor lhe ofereceu liberdade condicional em troca de informações sobre os planos do grupo revolucionário ao qual Valentin pertencia. A relação entre eles foi melhorando com o tempo. O diretor manda colocar uma droga na comida destinada a Valentin, mas Molina a ingere e fica doente. Dois dias depois, o mesmo aconteceu, mas desta vez foi Valentin quem foi afetado, e de forma mais grave. Quando Valentin adoeceu, Molina o ajudou na recuperação com cuidados e conselhos, primeiro, impedindo-o de comer a comida da prisão e ajudando-o a se higienizar, pois ele estava muito fraco e a água dos chuveiros era fria, o que poderia causar outra doença. Ambos contam histórias de seus amantes, que não podem vê-los na prisão por não terem permissão para receber visitas. Valentin era apaixonado por uma mulher chamada Marta, e Molina por um rapaz chamado Gabriel. Ambos os prisioneiros ganham confiança um no outro e fazem sexo duas vezes. Como Molina desenvolve uma grande afeição por Valentin, ele tenta ajudá-lo. Ele promete a Valentin que, ao ser libertado, falaria com o grupo revolucionário e transmitiria as instruções que Valentin queria que eles soubessem. Quando Molina é libertado (condicionalmente), ele é seguido pela patrulha da CISL por toda parte; todas as suas chamadas e os lugares que ele frequentava são interceptados. Um dia, Molina estava reunido com os guerrilheiros, mas estes logo se dispersam, e ele é interrogado pela polícia, pois a situação parecia suspeita. Os guerrilheiros, observando a situação, acreditam que Molina os delatou e o matam a tiros. Valentin também morre, brutalmente torturado, mas sem revelar seus companheiros. O livro termina com Valentin recebendo um sedativo e começando a sonhar com sua mãe, Marta.

A Origem do Título: O Beijo da Mulher Aranha

No capítulo 14, Valentin pede um beijo a Molina, mas este nega, dizendo que se beijasse a mulher, ela se transformaria em uma pantera e o mataria. Molina, porém, não gostava da ideia de matar pessoas. Então, ele se refere à Mulher-Aranha, pois ela envolve os homens com sua teia e os ama. É por isso que o livro é intitulado O Beijo da Mulher Aranha.

Personagens Principais

Luis Alberto Molina

Decorador de vitrines e homossexual. Ele tem 37 anos. Foi preso por corrupção de menores. É uma pessoa sentimental, sociável, conselheiro leal, gosta de descrever filmes, ajudar os outros antes de si mesmo e tem grande apreço por sua mãe. Ele se considera uma mulher e, portanto, age como tal. Ele tem amizade com outros homossexuais que, por não fazerem sexo, não se comportam como homens. Amou o rapaz Gabriel.

Valentin Arregui Paz

Revolucionário e ideólogo aspirante. Ele tem 26 anos. Foi preso em uma manifestação por pertencer a um movimento revolucionário. É uma pessoa que gosta de ler e estudar muito, oculta seus sentimentos, acredita fielmente em seus ideais, é conselheiro, de caráter difícil, entre outras características. É co-líder do movimento. Ama Marta. Sente apreço por Molina.

Gabriel

Recepcionista de um restaurante que Molina frequentava. Era um homem de princípios, foi jogador de futebol, disciplinado, fumava, era sério. Casou-se com uma moça que entrou na fábrica como mecânica (capataz ou chefe de seção), teve dois filhos, dos quais a menina morreu aos 6 anos. Ele perdeu o emprego na fábrica junto com alguns trabalhadores e não recebeu indenização. Ficou 10 anos desempregado até conseguir o trabalho no restaurante. Sua esposa ganhava mais do que ele, sendo secretária de um executivo da companhia por quase metade do salário dele.

Desfecho da Trama

O desfecho da trama começa quando o diretor recebe ordens do presidente para obter todas as informações que o movimento de Valentin esconde, usando Molina como fonte de dados. Vendo que não obtinha êxito, o diretor liberta Molina condicionalmente, armando uma cilada. Ele passa a segui-lo e a interceptar todas as chamadas que Molina faz de sua casa. Os guerrilheiros restantes começam a suspeitar dele. Molina havia planejado uma reunião com os guerrilheiros para transmitir as instruções que Valentin lhe dera. No entanto, quando ele estava prestes a se encontrar com os colegas do movimento de Valentin (que se atrasaram), agentes e oficiais o interrogaram no local. Os guerrilheiros que chegaram acreditaram que Molina estava delatando-os à polícia e, por isso, o mataram. Valentin também morre, torturado brutalmente para não trair seus companheiros e os planos de revolução contra o governo.

Conclusão e Reflexões

Este livro nos permite compreender como as pessoas se sentiam na época, lutando para defender sua ideologia e por justiça igualitária para todos. Isso ocorreu em um período de autocracia, onde os militares tomavam medidas drásticas, privando as pessoas da liberdade de ter qualquer tipo de ideologia, forçando-as a aceitar suas regras. Aqueles que formavam oposição deveriam ser eliminados. Também demonstra o valor das pessoas em se defender, mesmo sabendo que a morte as aguardava, na esperança de reverter a situação. Mostra companheirismo, lealdade, entre outros valores, entre os membros dos grupos revolucionários. Em um governo autocrático, fica claro que o sistema da época não era a favor dos cidadãos, muito menos para servir à sociedade ou tentar reverter a situação de afundamento que o país enfrentava. Pelo contrário, privava as pessoas de sua liberdade de escolher, de decidir, de ter acesso à educação, etc. É uma história triste, mas que reflete uma realidade muito difícil pela qual a Argentina passou.

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