Benedetto Croce: História e Filosofia
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Benedetto Croce foi um dos grandes historiadores italianos e, por sua vez, o mais influente. Foi uma das figuras de referência que introduziu uma forma diferente de fazer história, por uma prática e uma convicção de que iria sair do historicismo oficial. Este texto apresenta uma síntese de seu pensamento em relação à história e à filosofia.
Abordando o marxismo e o idealismo hegeliano, ele os criticou porque, de acordo com ele, a realidade é dada como um espírito que é continuamente determinado e realizado. O espírito se tornaria uma força que incentiva a realidade e que está continuamente se tornando história, auto-organizaria, derivado de um processo racional. Croce é influenciado por Hegel e Fichte; estes adotam o racional e a dialética. Nesse sentido, o conhecimento seria produzido através de processos de mediação entre o que é particular e universal, entre o que é concreto e o abstrato. A partir dessas premissas, ele criou seu próprio sistema, que ele chamou de filosofia do espírito. Croce foi um idealista, negando outra realidade além dos conceitos puros, que se relacionam com a filosofia clássica de Platão e que de outra forma seriam as categorias de Kant. Outra ideia fundamental é que, se tudo, para Croce, pudesse realmente se encaixar em uma ideia, toda a realidade poderia ser reduzida a conceitos lógicos. É por isso que muito de seu trabalho é, como diz o texto, sobre a lógica, ou a chamada dialética.
Uma das obras essenciais de Croce seria a Teoria e História da Historiografia, na qual argumentou que a história deve ser construída sobre temas atuais. Introduziu a ideia de que existem tantas histórias quantos pontos de vista; esta seria um ataque direto ao historicismo e ao objetivismo. Outra ideia essencial para o presente é que o principal da história é a contemporaneidade de onde se faz a história.
Croce foi um homem interessado em muitas coisas, tinha muitos interesses em diferentes campos teóricos, e foi especialmente destacado pelo autor Gramsci.
Seus pontos de vista filosóficos tinham muito a ver com a história. Croce daria grande importância à liberdade individual. Além disso, embora a economia ficasse em segundo plano, tinha um forte senso de realidade e dos anseios que regulam a vida humana. Ele criticava a forma como materialistas históricos (e, de certa forma, Hegel) percebiam a ideia de Estado, como essa visão de que o Estado não tinha nenhum valor filosófico ou moral, concebido como um agregado de indivíduos organizados em torno de regras de política.
Em geral, as teorias de Croce foram historicistas, introduzindo a ideia clássica de que a história é, primeiramente, conhecimento, conhecimento contemporâneo. Assim, a história não seria algo do passado, mas estaria viva, enquanto seu estudo é motivado por um interesse decorrente do presente. A historiografia serve para compreender a profunda racionalidade do processo do Espírito, negando que fosse um conhecimento abstrato, mas sim um conhecimento de fatos e experiências específicas.
Croce, então, criticava todos aqueles que identificavam absolutos que regem a história e o além. Diria que a realidade é a história em sua totalidade, e que a história está na própria vida, e se desenvolve seguindo seu próprio ritmo e razões. Essa tomada de consciência que ele descreve deve ser preservada pelos homens, apoiada pela ação dos homens, de modo que seus resultados nunca são previsíveis.