Bioequivalência e Biodisponibilidade de Medicamentos Genéricos: Guia Completo
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1. Requisitos para Registro de Medicamentos Genéricos no Brasil
Segundo a legislação brasileira, para um medicamento ser registrado como genérico, é necessário que se comprove sua equivalência farmacêutica e bioequivalência, ou seja, a mesma biodisponibilidade em relação ao medicamento de referência indicado pela ANVISA.
2. Formas Farmacêuticas com Potenciais Problemas de Biodisponibilidade
As formas farmacêuticas sólidas de uso oral, de liberação imediata ou modificada, são aquelas que potencialmente podem apresentar problemas em relação à biodisponibilidade e bioequivalência. Isso ocorre devido à complexidade dos processos de dissolução e absorção que podem ser influenciados por diversos fatores.
3. Formas Farmacêuticas Isentas de Testes de Bioequivalência
As soluções aquosas injetáveis por via intravenosa são isentas de testes de bioequivalência para o registro de determinados medicamentos genéricos. Nessas formas farmacêuticas, os fármacos já estão dissolvidos e toda a dose é administrada diretamente na corrente circulatória do paciente, o que implica em 100% de biodisponibilidade.
4. Comprovação de Intercambialidade para Formas Isentas
Para estas formas farmacêuticas, a comprovação da equivalência farmacêutica e das Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPFC) é suficiente para garantir a intercambialidade com o medicamento de referência.
5. Fatores que Afetam a Dissolução e Absorção de Fármacos
Entre os termos de biodisponibilidade, bioequivalência e intercambialidade, existem alguns fatores que afetam a dissolução e absorção de fármacos. O processo de absorção pode ser modulado pela velocidade de dissolução do fármaco e suas propriedades físico-químicas, incluindo:
- Tamanho das partículas
- Higroscopicidade
- Solubilidade
- Natureza dos excipientes que compõem as formulações
- Tecnologia de fabricação
6. Impacto de Fatores Físico-Químicos na Dissolução e Absorção
Entenda como o polimorfismo, tamanho das partículas, higroscopicidade e solubilidade podem afetar a dissolução e absorção de fármacos:
Polimorfismo
Pode influenciar a biodisponibilidade, a estabilidade química e física do fármaco, e ter implicações no desenvolvimento e estabilidade da forma farmacêutica, levando-se em consideração as alterações ocorridas nas características dos cristais.
Tamanho das Partículas
Com a redução do tamanho das partículas do fármaco, obtém-se maior área superficial do sólido em contato com o meio de dissolução, resultando em maior velocidade de dissolução.
Higroscopicidade
As formas anidras dos fármacos apresentam atividade termodinâmica maior em relação aos seus hidratos correspondentes e, consequentemente, maior solubilidade e velocidade de dissolução em relação às formas hidratadas.
Solubilidade
Somente o fármaco dissolvido nos líquidos do trato gastrointestinal pode ser absorvido, o que requer determinada hidrossolubilidade. Entretanto, o fármaco deve apresentar também certa lipossolubilidade para atravessar as membranas biológicas, que são de natureza lipoproteica. Compostos relativamente insolúveis tendem a ter absorção incompleta ou irregular.
7. Como Realizar o Teste In Vitro de Biodisponibilidade
Para verificar a biodisponibilidade dos fármacos in vitro, deve-se realizar várias coletas do meio de dissolução em tempos adequados, determinando-se a porcentagem de fármaco dissolvido a cada tempo. É importante empregar um método para quantificação do fármaco previamente desenvolvido e validado. A partir da curva resultante, é possível determinar a cinética do processo de dissolução, bem como calcular diversos parâmetros, como o tempo para o início do processo de dissolução e a eficiência de dissolução.