Biologia Celular: Ácidos Nucleicos, Proteínas e Membranas

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Ácidos Nucleicos

Os ácidos nucleicos são macromoléculas de natureza química, formadas por nucleotídeos, grupamento fosfórico (fosfato), glicídio (uma pentose) e uma base nitrogenada, compondo o material genético contido nas células de todos os seres vivos.

Presentes no núcleo dos eucariotos e dispersos no hialoplasma dos procariotos, os ácidos nucleicos podem ser de dois tipos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA), ambos relacionados ao mecanismo de controle metabólico celular (funcionamento da célula) e transmissão hereditária das características.

Diferenças entre os Ácidos Nucleicos

Além do peso molecular, relativo à quantidade de nucleotídeos (tamanho da molécula), existem outras diferenças estruturais, como, por exemplo, a diferença das bases nitrogenadas: púricas e pirimídicas.

  • No DNA: Purinas (adenina e guanina) e Pirimidinas (timina e citosina)
  • No RNA: Purinas (adenina e guanina) e Pirimidinas (uracila e citosina)

Outras diferenças incluem:

  • A essencial disposição (a sequência) dos nucleotídeos, implicando na diferença mantida entre os genes no filamento de DNA e dos códons e anticódons no filamento de RNA;
  • A conformação linear ou circular dos filamentos;
  • E a duplicidade complementar (fita dupla) observada no DNA, diferenciada da unicidade (fita única / simples) do RNA.

Síntese Proteica

A transcrição é um processo de decodificação da mensagem contida em um gene para uma fita de RNA (Figura 8) e é realizado por uma enzima chamada RNA polimerase. Pelo fato de os promotores (sequências regulatórias dos genes) possuírem sequências de nucleotídeos comuns (conservadas), esta enzima as reconhece e liga-se a elas, dando início à síntese da molécula de mRNA (transcrição), o que explica como a enzima RNA polimerase consegue reconhecer o lugar onde se ligar. A molécula de RNA que é produzida pode ser um mRNA (RNA mensageiro), um rRNA (RNA ribossomal) ou um tRNA (RNA transportador). Uma molécula de RNA mensageiro contém a informação para produzir proteínas.

A tradução é o processo de síntese ou fabricação de proteínas.

Membrana Plasmática

O que é e Funções da Membrana Plasmática

De forma simples, podemos definir a membrana plasmática como o envoltório celular. Esse envoltório é responsável pela forma da célula e pelas substâncias que entram e saem dela.

Composição e Características da Membrana Plasmática

Sua composição química é lipoproteica (gordura + proteína); no entanto, esta não se dá de forma homogênea. Há dois tipos de substâncias que atravessam a membrana plasmática: as hidrossolúveis e as lipossolúveis. As substâncias hidrossolúveis chegam ao interior das células somente após atravessarem os poros contidos nas proteínas transportadoras. Contudo, este transporte somente ocorrerá se estas substâncias for menor do que o tamanho do poro desta proteína. No caso das substâncias lipossolúveis, estas atravessam a membrana plasmática bem mais facilmente, pois a maior parte da membrana plasmática é formada por lipídeo. Aqui, as substâncias não precisam ser necessariamente pequenas para chegarem ao interior da célula.

Esses processos de entrada e saída de substâncias através da membrana plasmática são conhecidos como transporte passivo (difusão e osmose) e transporte ativo (endocitose, fagocitose, exocitose).

Curiosidade: As substâncias hidrossolúveis que atravessam a membrana plasmática incluem:

  • água (H2O)
  • oxigênio (O2)
  • gás carbônico (CO2)
  • ureia
  • vitamina C
  • glicose
  • ácido salicílico
  • ácido láctico
  • proteínas pequenas (menores que o tamanho dos poros das proteínas transportadoras)
  • aminoácidos
  • sais minerais

Transporte Passivo: Difusão e Osmose

O que é Transporte Passivo

O transporte passivo é o transporte que ocorre entre duas soluções que tem por objetivo igualar as concentrações; ele ocorre sem o gasto de energia. Divide-se em dois tipos: difusão e osmose.

A Difusão

A difusão é a modalidade de transporte passivo na qual o soluto passa da solução mais concentrada (hipertônica) para a menos concentrada (hipotônica). Isto ocorre com o objetivo de se tornarem iguais (isotônica). Quanto maior for a diferença entre as concentrações, mais rápido será o transporte. Por exemplo, a nicotina entra mais rapidamente na corrente sanguínea do não-fumante do que na do fumante; isto ocorre devido ao fato de esta substância não estar presente na corrente sanguínea do indivíduo que não fuma. Outro exemplo sobre a difusão é o cloro jogado na piscina. Ele se misturará completamente à água, deslocando-se do meio de maior concentração para o menos concentrado até ficar distribuído homogeneamente por toda a piscina.

A Osmose

A osmose é a modalidade de transporte passivo na qual o solvente é transportado do meio de maior concentração para o meio menos concentrado. Um exemplo bem simples para entendermos a osmose é observar a ação do açúcar sobre o morango. Quando colocado em contato com o morango, o açúcar recebe a água contida nessa fruta. Também observamos a osmose quando tomamos banho de mar, uma vez que há uma concentração de soluto (sal) bem mais elevada no mar do que a presente em nosso corpo.

Há situações em que ambas (osmose e difusão) ocorrerão simultaneamente. É o caso do sal que, ao ir para a corrente sanguínea, passará para o líquido intersticial (líquido de onde as células retiram seus nutrientes e depositam seus resíduos) por difusão. E, por osmose, a água contida no líquido intersticial passará para a corrente sanguínea. O resultado disso será a elevação do volume sanguíneo e da pressão arterial.

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