Biologia Celular e Tecidual Veterinária
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**NOTAS PRELIMINARES**
Perguntas importantes dentro de um diagnóstico:
Que importância tem o estudo da célula para o curso de Medicina Veterinária?
As células são unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos, ou seja, todos os seres vivos são formados por células - compartimentos envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução aquosa concentrada de substâncias químicas. As formas mais simples de vida são células individualizadas que se propagam por cissiparidade.
Há muitos tipos diferentes de células, que variam enormemente em tamanho, forma e funções especializadas.
Os organismos superiores, como os humanos (acredita-se que contenha pelo menos 100 trilhões de células), são como cidades celulares, nas quais grupos de células desempenham tarefas especializadas e são ligadas por um intrincado sistema de comunicação.
Algumas descobertas importantes na história da microscopia óptica:
Composição química da célula
As células são formadas principalmente por água, sais, glicídios, lipídeos, proteínas, vitaminas e ácidos nucléicos. Água e sais são encontrados na natureza e são chamados de substâncias inorgânicas e é a substância mais frequente na natureza e nos seres vivos. Participa em média, em 70% do peso de uma célula. Os principais sais são: o cálcio, o fósforo, o magnésio, o ferro, o sódio e o potássio.
Os principais componentes orgânicos são: Glicídios ou carboidratos, lipídeos, aminoácidos, proteínas, enzimas e vitaminas.
Além desses componentes podemos ainda encontrar estruturas químicas que desempenham funções de defesa orgânica ou Imunidade, por meio dos anticorpos, que são proteínas fabricadas por glóbulos brancos do sangue, que atacam substâncias estranhas ao organismo, conhecidas por antígenos.
Outros componentes em destaque, são os hormônios como a insulina que (controla a taxa de glicose no sangue) são proteínas; os Ácidos Nucléicos, que são polímeros cujos monômeros são chamados de nucleotídeos. Cada nucleotídeo é formado pela união de um fosfato, um glicídio de cinco carbonos (pentose) e uma base nitrogenada. Os ácidos nucléicos são: o DNA - ácido desoxirribonucléico e o RNA - ácido ribonucléico.
Membrana plasmática
Representa o limite de separação da célula com o ambiente externo. É uma estrutura funcional ativa com mecanismos enzimáticos que deslocam moléculas específicas penetrando ou saindo da célula contra um gradiente de concentração.
Possui permeabilidade diferencial ou seletiva que permite a passagem de certas substâncias e impede a de outras. Difusão é o termo geral para definir o movimento de moléculas de uma região de alta concentração para outra mais baixa, pelo efeito da energia cinética das moléculas. A diálise é a difusão de partículas dissolvidas (soluto) através de uma membrana semipermeável, e a osmose é a difusão de moléculas do solvente (água) através da mesma.
Nos líquidos de qualquer célula viva se encontram sais, açúcares e outras substâncias em solução; o líquido tem, pois, certa pressão osmótica. Quando a célula submerge num líquido com a mesma pressão osmótica, não há movimento neto de moléculas de água dentro ou fora da célula (a célula não incha nem encolhe), por isso dizemos que o líquido é isotônico ou isosmótico com relação à célula; normalmente o plasma sanguíneo e todos os líquidos do organismo são isotônicos, pois contêm a mesma concentração de substâncias dissolvidas que as células.
Se a concentração das substâncias dissolvidas no líquido circundante é maior do que a existente dentro da célula, a água tem como tendência sair da célula, e como consequência esta se contrai. Este líquido é hipertônico em relação à célula. Se o líquido tem menos substâncias dissolvidas que a célula, é hipotônico e a água tem como tendência penetrar na célula fazendo que ela inche.
Citoplasma
Do grego Kytos, célula; plasma, molde. Complexo de substâncias que assume a consistência de uma massa gelatinosa, homogênea, formando um sistema coloidal, que preenche o citossomo (espaço celular compreendido entre as membranas plasmática e nuclear). A massa coloidal que forma o citoplasma recebe o nome de matriz citoplasmática ou hialoplasma e é constituída de proteínas globulosas, metabólitos diversos, íons e proteínas monoméricas que polimerizadas originam os microtúbulos e microfilamentos, formando o citoesqueleto celular. No citoplasma das células eucariontes distribuem-se organelas celulares de naturezas diversas, com funções específicas, como mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lisossomos, ribossomos, centríolos, etc. O citoplasma pode também apresentar depósitos de substâncias diversas, como grânulos de glicogênio, produtos de secreção e gotículas lipídicas.
- Estruturas presentes no citoplasma: mitocôndrias, complexo de Golgi, retículo endoplasmático liso e rugoso, lisossomas, peroxissomas, centríolos etc.
- Estruturas presentes no núcleo: nucléolos, cromatina (eucromatina e heterocromatina) e cromossomas.
Tecido Epitelial
O Tecido Epitelial (TE) possui algumas características essenciais que permitem a sua diferenciação de outros tecidos do corpo. Ocorre uma justaposição das suas células poliédricas. Esta forma pode ser justificada pela pressão exercida por outras células e a ação modeladora do citoesqueleto; a justaposição das células pode ser explicada pela pequena quantidade ou mesmo ausência de matriz extracelular. A grande capacidade de coesão entre as células é outra característica e ocorre devido a especializações de membrana e ao glicocálix. O TE é avascularizado, fazendo da presença de lâmina basal indispensável à sua nutrição. Pode originar-se dos 3 folhetos embrionários.
- Ectoderme: epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas nasais, ânus).
- Endoderme: epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore respiratória, do fígado e do pâncreas.
- Mesoderme: endotélio (vasos sanguíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento de serosas).
A função de revestimento envolve a de proteção - como a epiderme que protege os órgãos internos de agentes externos - e a de absorção - como é o caso das mucosas. Exerce uma importante função secretora, uma vez que as glândulas são originárias do TE, e são por isto classificadas como Tecido Epitelial Glandular. Além disso, o TE exerce uma função sensorial com os neuroepitélios (ex. retina).
Tecido Conjuntivo
As características deste tecido são, basicamente, opostas às do tecido epitelial. Possui vários tipos celulares, uma abundância de matriz extracelular e é vascularizado. A função de suporte corpóreo é exercida pelas cartilagens, pelos ossos e pelo TC propriamente dito. Pode fazer a nutrição de alguns órgãos, como é o caso da Lâmina Basal, que faz a nutrição do TE de revestimento. Tem função de preenchimento de espaços, tanto entre órgãos como por entre áreas lesada, que são primeiramente recobertas por TCPD. Ainda, auxilia na defesa do organismo, por meio de suas células.
Seus principais constituintes são:
- Matriz extracelular;
- Fibras de colágeno;
- Fibras reticulares;
- Fibras elásticas;
- Substância fundamental amorfa
As suas células são:
- Fibroblastos;
- Fibrócitos;
- Macrófagos;
- Mastócitos;
- Plasmócitos;
- Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos.
Tecido Adiposo
Originam-se de lipoblastos, que por sua vez têm origem a partir de células mesenquimatosas. Podem apresentar-se em grupos ou isoladas, mas é certo de que não se dividem. É o depósito de gorduras do corpo. Estas gorduras são os Triglicerídeos (TG), formado por ácido graxo e glicerol e constitui-se num lipídeo de reserva. A gota de gordura ocupa quase todo o volume celular; é por isto que o núcleo das células adiposas é periférico. Possuem glicocálice e vesículas pinocíticas e são inervadas pelo SNA simpático.
Podem ser de 2 tipos. As uniloculares, que formam o Tecido adiposo (TA) unilocular, possuem apenas uma gota de gordura em seu citoplasma. As multiloculares formam o TA multilocular ou pardo e possuem várias gotículas de gordura. O crescimento hiperplásico dos lipoblastos, originado geralmente da superalimentação de um indivíduo quando criança, predispõe-se à obesidade. O sistema capilar, neste caso, aumenta e acaba por sobrecarregar o coração, dando origem a tendências de indisposição cardiovascular.
Funções:
- Termorregulação;
- Reserva energética;
- Preenchimento de espaços, como a gordura perirrenal;
- Proteção contra impactos, como os coxins plantares;
- Modelação do corpo, como a hipoderme. Este fenômeno é controlado por hormônios sexuais e adrenocorticóides.
Tecido Cartilaginoso
As principais características do Tecido Cartilaginoso (TCart.) são comuns às do TC, porém possuem algumas peculiaridades. NÃO HÁ VASCULARIZAÇÃO, como acontecia no TC. Ainda, é um tecido liso, rígido e ao mesmo tempo elástico, devido às suas propriedades adiante descritas.
Funções:
- Sustentação;
- Revestimento de articulações;
- Crescimento ósseo - disco epifisário.
Histogênese:
As células do mesoderma dão origem ao mesênquima, cujas células perdem seus prolongamentos e ficam arredondadas. Passam a ter maquinaria para síntese proteica e são chamadas de condroblastos. Quando os condroblastos, que são responsáveis pela síntese de matriz celular, ficam envoltos por ela, passam a ser chamados de condrócitos. O mesênquima que não se diferenciou, forma TC Denso (pericôndrio)
Crescimento:
- INTERSTICIAL: ocorre por diferenciação mitótica dos condrócitos. Acontece apenas no começo da vida, pois aos poucos a cartilagem passa a ser rígida.
- POR APOSIÇÃO: dá-se a partir do pericôndrio, cuja camada superficial é mais fibrosa que a profunda e possuem células mesenquimatosas indiferenciadas, que acabam por se diferenciarem em condroblastos.
Tecido Ósseo
O tecido ósseo (TO) é formado por células e matriz mineralizada. É rígido e resistente para suportar pressões e para exercer a função de proteção de órgãos internos, principalmente os órgãos vitais, como fazem as caixas craniana e torácica. Exerce importante função de armazenamento de Cálcio para contração muscular, secreções, impulsos nervosos e outros mecanismos. Forma um sistema de alavancas para aumentar a força muscular.
Células ósseas:
- OSTEOBLASTOS: células jovens com núcleo grande e claro e com prolongamentos que formam canalículos. Possuem grande quantidade de RER e Golgi, pois são responsáveis pela síntese da matriz óssea orgânica. Localizam-se na superfície óssea.
- OSTEÓCITOS: são os osteoblastos envoltos totalmente por matriz. Ocupam lacunas de onde partem canalículos, que nada mais são que junções comunicantes. São responsáveis pela manutenção da matriz orgânica e por não serem sintetizadores ativos de matriz, possuem pouca quantidade de RER e Golgi, além de possuírem a cromatina condensada.
- OSTEOCLASTOS: são células móveis e gigantes com 6 a 50 núcleos. Estão localizadas nas lacunas de Howship, depressões formadas por enzimas após digerirem o TO, formando os sítios de reabsorção óssea. São originários de monócitos sanguíneos, fundidos pela membrana de vasos. Apresentam muitos lisossomos, pois são responsáveis pela reabsorção do TO para que possa ser renovado. Secretam vários ácidos e enzimas (colagenase), que atacam a matriz e liberam Ca; para esta tarefa contam ainda com receptores para calcitonina.
Tecido Nervoso
O tecido nervoso cobre todo o sistema nervoso, o qual se divide em: Sistema nervoso central, é constituído pelo encéfalo e medula espinhal e Sistema nervoso periférico, é constituído pelos nervos e gânglios nervosos. Suas principais características são: encontra-se no cérebro, medula espinhal, e nervos que percorrem o corpo. Em particular está em contacto com os músculos, regulando o seu movimento, e com os tecidos glandulares regulando a sua atividade secretora. Sua composição é que ele é formado por células excitáveis especializadas em transmitir estímulos ou impulsos nervosos graças a uma série muito complexa de atividades físico-químicas da sua membrana. As células que formam o tecido nervoso podem ter diversas formas, características, comprimentos e funções muito diversas, segundo o papel desempenhado por cada uma. As células do sistema nervoso dividem-se em:
- Neurônios: os quais são responsáveis pelas funções receptivas.
- Células da Glia ou Neuróglia: as quais são responsáveis pela sustentação e pela proteção dos neurônios.
Os neurônios são considerados a unidade básica do sistema nervoso. Estas são as verdadeiras células condutoras do tecido nervoso as responsáveis pela recepção e pela transmissão dos impulsos nervosos sob a forma de sinais elétricos. Estas células não têm a capacidade de se regenerar. Os neurônios são compostos pelo corpo celular ou Pericário, Dendritos e Axônios.
Tecido Muscular
Existem três tipos de tecido muscular: o tecido muscular estriado esquelético, o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. Todos eles são bastante acidófilos, corando-se de vermelho com a técnica HE. O tecido muscular estriado esquelético é constituído de fibrocélulas estriadas. Tais células caracterizam-se por serem bastante compridas e polinucleadas, com núcleos localizados sob o sarcolema (membrana plasmática de fibrocélulas musculares). Geralmente, estão cercadas de tecido conjuntivo, que une as fibras umas às outras e transmitem a força produzida pelos músculos aos ossos, ligamentos e outros órgãos executores de movimento. Em lâminas histológicas, os feixes de fibrocélulas podem aparecer cortados transversalmente ou longitudinalmente. O tecido muscular estriado cardíaco, assim como o esquelético, apresenta fibrocélulas bastante compridas. Entretanto, elas são mono ou binucleadas, com núcleos localizados mais para o centro da célula. Também possuem discos intercalares, que são linhas de junção entre uma célula e outra, que aparecem mais coradas que as estrias transversais. No tecido cardíaco, têm bastante importância as fibras de Purkinje, células responsáveis pela distribuição do impulso elétrico que gera a contração muscular às as diversas fibrocélulas cardíacas. O tecido muscular liso está presente nos vasos sanguíneos e nos órgãos viscerais, atuando no controle autônomo do organismo. a contração das fibrocélulas lisas é bem mais lenta que a das fibrocélulas estriadas. as fibrocélulas lisas podem sofrer hiperplasia, ou seja, elas ainda conservam o poder de reprodução, ao contrário das fibrocélulas estriadas, que só podem sofrer hipertrofia. as células do músculo liso apresentam-se fusiformes e são mononucleadas.