Biometria, Antropometria e Ergonomia: Saúde e Otimização no Trabalho

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Fundamentos de Biometria e Antropometria

O que é Biometria?

  • A biometria é a ciência da aplicação de métodos de estatística quantitativa a fatos biológicos. É o ramo da ciência que se ocupa da medida dos seres vivos (ex: Impressão Digital, Geometria da Mão, Face, Íris, Retina, Voz, Assinatura).

O que é Antropometria?

  • A antropometria consiste na determinação das propriedades e características do corpo humano.

Fatores que Influenciam as Medições Antropométricas

  • Diferenças nas medições podem ser influenciadas por: sexo, idade, genética, etnia, clima, atividade física, hábitos alimentares, estado de saúde, atividade profissional, nível socioeconómico e estilo de vida.

Regras Ecogeográficas

  • Regra de Bergman: Regra ecogeográfica que correlaciona a latitude geográfica do habitat natural dos animais com a sua massa corporal, aplicada sobretudo a pássaros e mamíferos.
  • Regra de Allen: Indivíduos de espécies cujo habitat natural esteja geralmente submetido a baixas temperaturas possuem membros e extremidades mais pequenas que indivíduos de espécies que habitem em climas quentes ou amenos.

Domínios da Antropometria

  • A antropometria (somatometria - avaliação das dimensões corporais) abrange os seguintes domínios:
    • Estática/Estrutural: Corpo parado ou com poucos movimentos.
    • Dinâmica/Funcional: Alcance dos movimentos (alcance, espaço livre, área de trabalho, postura, força, amplitude de gestos, velocidade de movimentos).
    • Newtoniana.
  • Antropometria Funcional: São as medidas associadas à análise da tarefa. O alcance das mãos pode atingir valores diferentes de acordo com o tipo de ação exercida pela mão, como apertar ou girar um botão, agarrar uma alavanca, e assim por diante.

Princípios da Antropometria

  • Projetos para o Tipo Médio.
  • Projetos para Indivíduos Extremos.
  • Projetos para Faixas da População.
  • Projeto para o Indivíduo.

Perfil Antropométrico Completo

O perfil antropométrico completo permite:

  • Determinar o somatótipo.
  • Determinar a gordura corporal relativa.
  • Determinar a área de superfície corporal.
  • Determinar o índice de massa corporal (IMC).
  • Determinar a relação cintura-quadril.
  • Estimar a massa óssea.
  • Estimar a massa muscular.
  • Estimar a quantidade de massa gorda.

Para estas medições, utilizam-se:

  • Fita antropométrica.
  • Estadiómetro.
  • Balança de pesagem.
  • Antropómetro.
  • Compassos deslizantes ou paquímetros.
  • Compassos de braços curvos.
  • Compasso de dobras cutâneas.
  • Goniômetro.
  • Flexímetro.
  • Dinamómetro.

(Nota: O parágrafo acima foi duplicado no documento original. Mantido conforme solicitação de não remover conteúdo.)

Avaliação da Composição Corporal

  • Massa Corporal (MC): Parâmetro com pouca informação no que se refere ao estado de saúde.
  • Massa Corporal Relativa (MCR): Razão entre a massa corporal atual (MC) e a massa corporal “normal” (MN) calculada para uma determinada estatura (MCR = MC / MN).
  • Índice de Massa Corporal (IMC): O IMC constitui uma medida de massa (massa livre de gordura + gordura). Aumentos do IMC podem resultar do aumento de massa muscular e/ou gordura. O IMC não constitui uma medida direta de gordura.

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  • Relação Cintura-Quadril (RCQ): Medida usada na diferenciação de distribuições morfológicas de gordura androide.

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Somatótipo e Tipos de Gordura

  • O somatótipo era inicialmente considerado fixo ou genético. Atualmente, o somatótipo é considerado de natureza fenotípica, pelo que é suscetível a mudanças sob a influência de:
    • Fatores genéticos.
    • Fatores etários ou do estado de desenvolvimento e de envelhecimento.
    • Fatores ambientais associados à atividade física.
    • Fatores ambientais associados ao estado de nutrição.

Classificação dos Somatótipos

  • Endomorfo: Tipo de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gorduras. Em sua forma extrema, tem a característica de uma pera.
  • Mesomorfo: Tipo musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdómen pequeno.
  • Ectomorfo: Corpo e membros longos e finos, com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta, tórax e abdómen estreitos e finos.

Tipos de Gordura

  • Gordura Subcutânea: Tecido adiposo acumulado sob a pele.
  • Gordura Visceral: Tecido adiposo acumulado dentro e em volta dos órgãos das cavidades torácica (coração, pulmões) e abdominal (fígado, rins).
  • Gordura Intra-abdominal: Gordura visceral na cavidade abdominal.
  • Gordura Abdominal: Gordura subcutânea e visceral na região abdominal.

Bioimpedância

  • A bioimpedância consiste na passagem de uma baixa corrente elétrica (impercetível, entre 500 e 800 µA) através do corpo. Os componentes corporais oferecem resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica.
    • Os tecidos ósseo e adiposo, que contêm uma pequena quantidade de água, constituem um meio de baixa condutividade, ou seja, possuem alta resistência à corrente elétrica.
    • O tecido muscular e outros tecidos ricos em água e eletrólitos são bons condutores, permitindo mais facilmente a passagem da corrente elétrica.

Indicações para Efetuar o Exame de BIA

  • Não comer ou beber 4 horas antes da avaliação.
  • Evitar exercício físico nas 12 horas que precedem a avaliação.
  • Esvaziar a bexiga antes da avaliação.
  • Não consumir álcool nas 48 horas que antecedem a avaliação.
  • Não ingerir agentes diuréticos, incluindo cafeína, antes da avaliação, a não ser quando prescritos por um médico.
  • Pessoas com pacemakers estão contraindicadas para a realização deste teste.

Ergonomia: Otimização da Interação Homem-Trabalho

Definição de Ergonomia

  • A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.
  • É a ciência que tem como objetivo a compreensão das interações entre o Homem e os outros elementos de um sistema (otimização, homem, meio).

Otimização das Interações

  • Objeto de Estudo: Homem, meio.
  • Objetivo: Otimização.
  • Critério de Otimização: Segurança, conforto e eficácia.

Adequação Homem – Posto de Trabalho

  • Espaço Livre: Define a medida que determina a dimensão mínima aceitável de um espaço ou objeto.
  • Alcance: Medida relacionada com o deslocamento dos segmentos corporais no espaço de modo a cumprir uma dada tarefa.
  • Força: Ação sobre um objeto, com uma direção e uma intensidade.
  • Postura: Definida como a posição e a orientação dos segmentos corporais no espaço.

Correntes da Ergonomia

  • Anglo-Saxónica: Aplicação dos conhecimentos relativos às capacidades e limitações do Homem na conceção de equipamentos, ferramentas e sistemas.
  • Francófona: Estudo específico do trabalho humano, com a finalidade de o melhorar.

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Tipos de Ergonomia

  • Ergonomia Física: Diz respeito às características humanas anatómicas, antropométricas, fisiológicas e biomecânicas que se relacionam com a atividade física.
  • Ergonomia Cognitiva: Diz respeito aos processos mentais, como a perceção, memória, raciocínio e resposta motora, que afetam as interações entre humanos e outros elementos de um sistema.
  • Ergonomia Organizacional: Diz respeito à otimização de sistemas sociotécnicos, incluindo as suas estruturas organizacionais, políticas e processos.

A ergonomia considera o homem e os seus envolvimentos:

  • Envolvimento físico.
  • Envolvimento ambiental.
  • Envolvimento comunicacional e/ou informacional.
  • Envolvimento organizacional.
  • Modos operatórios.
  • Consequências para o sistema.
  • Consequências para o utilizador ou trabalhador.

Abordagens da Ergonomia

  • Ergonomia de Conceção: A sua contribuição acontece desde a fase inicial de qualquer projeto de construção de novas máquinas ou ferramentas, de conceção de novos espaços e ambientes de trabalho ou da conceção de novos produtos.
  • Ergonomia de Correção: Acontece sempre que urge resolver problemas ao nível da segurança do operador, da sua saúde e conforto e da quantidade e qualidade da produção. Se, por vezes, a correção se torna impraticável devido aos elevados custos (não é de ânimo leve que se substituem máquinas inadequadas), outras vezes as melhorias (mudanças ao nível da postura, alteração ou incremento das fontes de iluminação, colocação de dispositivos de segurança, novo arranjo do posto, etc.) são relativamente fáceis de implementar e, frequentemente, a baixos custos.

Metodologia Ergonómica

Conceito de Sistema para Avaliação Ergonómica

  • Fronteira: São os limites do sistema.
  • Subsistemas: São os elementos constituintes.
  • Entradas: Variáveis independentes.
  • Saídas: Variáveis dependentes.
  • Processamento: Atividades desenvolvidas.

Aspectos da Metodologia Ergonómica

  • Homem que trabalha.
  • Atividade real de trabalho.
  • Compreensão da atividade de trabalho.
  • Não se pode fazer um diagnóstico à distância.
  • Transformação da uma situação de trabalho.

Fases da Metodologia Ergonómica

  • Análise ergonómica.
  • Intervenção ergonómica:
    • Conceção ou reformulação.
    • Formação profissional.
    • Segurança e saúde do trabalho.

Variáveis Utilizadas na Ergonomia

  • Máquina.
  • Ambiente.
  • Sistemas.

Biomecânica Ocupacional e Características dos Movimentos

Biomecânica Ocupacional

  • A biomecânica ocupacional estuda as interações entre o trabalho e o homem sob o ponto de vista dos movimentos musculoesqueléticos envolvidos e as suas consequências. Analisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças.

Tipos de Trabalho

  • O trabalho estático é aquele que exige contração contínua de alguns músculos para manter uma determinada posição.
  • O trabalho dinâmico é aquele que permite contrações e relaxamentos alternados dos músculos.

Características dos Movimentos

  • Precisão: Os movimentos de maior precisão são realizados com as pontas dos dedos. Se envolvermos sucessivamente os movimentos do punho, cotovelo e ombro, aumentaremos a força, com prejuízo da precisão. Isso pode ser observado em operações manuais altamente repetitivas. Quando os dedos fatigam-se, há uma tendência de substituí-los pelos movimentos do punho, cotovelo e ombros, consequentemente fatigando os restantes membros.
  • Ritmo: Os movimentos devem ser suaves, curvos e rítmicos. Acelerações ou desacelerações bruscas, ou rápidas mudanças de direção são fatigantes, porque exigem maiores contrações musculares.
  • Movimentos Retos: O corpo, sendo constituído de alavancas que se movem em torno de articulações, tem uma tendência natural para executar movimentos curvos. Portanto, os movimentos retos são mais difíceis e imprecisos, pois exigem uma complexa integração de movimentos de diversas juntas.
  • Terminações: Os movimentos que exigem posicionamentos precisos, com acompanhamento visual, são difíceis e demorados. Sempre que possível, esses movimentos devem ser terminados com um posicionamento mecânico, como no caso da mão batendo contra um anteparo, ou botões e alavancas que têm posições discretas que servem para limitar o curso.

Transmissão de Movimentos e Forças

  • No posto de trabalho, as exigências de forças e binários devem ser adaptadas às capacidades do operador, nas condições operacionais.
  • Força para Empurrar e Puxar: A capacidade para empurrar e puxar depende de diversos fatores como a postura, dimensões antropométricas, sexo, atrito entre o sapato e o chão e outros.
  • Alcance Vertical: Quando o braço é mantido na posição elevada, acima dos ombros, os músculos dos ombros e do bíceps se fatigam rapidamente, e podem aparecer dores provocadas por uma tendinite dos bíceps, especialmente nos trabalhadores mais idosos, que têm menos mobilidade nas juntas.
  • Alcance Horizontal: No alcance horizontal, com um peso nas mãos, devido à distância relativamente grande desse peso em relação ao ombro, há uma solicitação maior dos músculos do ombro para contrabalançar o momento criado pelo peso. Se for usado um apoio para o cotovelo, para reduzir a solicitação sobre os músculos do ombro, esses tempos podem ser triplicados.

Tarefa e Princípios da Ergonomia

  • Tarefa: Podemos definir tarefa como um conjunto de ações ou operações (objetivos, meios, procedimentos e estratégias) a alcançar, em determinadas condições, pelo operador, no sentido de atingir, com êxito, os objetivos previamente estabelecidos para a execução dessa mesma tarefa.

Princípios da Ergonomia

  1. Trabalhe usando posturas neutras e esforços apropriados às suas capacidades.
  2. Reduza ou elimine forças excessivas e desnecessárias.
  3. Mantenha os utensílios numa zona de alcance ótimo.
  4. Mantenha o plano de trabalho a uma altura apropriada.
  5. Reduza movimentos excessivos e elimine gestos inadequados.
  6. Minimize a fadiga causada por esforço estático.
  7. Minimize ou elimine pontos de pressão excessivos e prolongados.
  8. Trabalhe com espaço suficiente e em boas condições de visibilidade.
  9. Movimente-se, faça alongamentos e outros exercícios físicos.
  10. Trabalhe em boas condições ambientais.

Análise da Postura e Levantamento de Cargas

Análise da Postura

Sistema EMG (Eletromiografia)

  • Esse método tem a vantagem de fornecer informações objetivas pelo registro direto da atividade muscular, mas tem a desvantagem de exigir um equipamento eletrónico relativamente dispendioso. Exige também o acompanhamento de um médico, para que os elétrodos sejam colocados corretamente no músculo do qual se quer fazer a eletromiografia.

Sistema OWAS (Ovako Working Posture Analysing System)

  • Classe 1: Postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excecionais.
  • Classe 2: Postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos métodos de trabalho.
  • Classe 3: Postura que deve merecer atenção a curto prazo.
  • Classe 4: Postura que deve merecer atenção imediata.

Análise do Método REBA (Rapid Entire Body Assessment)

  • Observação da tarefa.
  • Seleção das posturas para avaliação.
  • Atribuição de uma pontuação às posturas.
  • Efetuar o tratamento das pontuações.
  • Estabelecer a pontuação final.
  • Verificar o nível de ação e o grau de urgência das respetivas medidas.

O método REBA encontra-se dividido em dois grupos:

  • Grupo A: Corresponde ao tronco, pescoço, pernas.
  • Grupo B: Corresponde ao braço, antebraço e pulsos. Relativamente à pontuação deste grupo, estas são efetuadas separadamente, ou seja, avalia-se o lado esquerdo e o lado direito.

Levantamento de Cargas

Anatomia vs. Carga

  • Quanto maior o peso da carga, maior será a pressão sobre cada vértebra e cada disco.
  • Resistência da Coluna: A musculatura das costas é a que mais sofre com o levantamento de pesos, podendo causar: dores de costas, roturas musculares, entorses, lesões na coluna.
  • Capacidade de Carga Máxima: Para determinar a capacidade de carga repetitiva, deve-se determinar, primeiro, a capacidade de carga isométrica das costas, que é a máxima carga que uma pessoa consegue levantar, flexionando as pernas e mantendo o dorso reto, na vertical.

Boas Práticas no Levantamento de Cargas

  • Manter a Carga na Vertical: Isso significa que o centro de gravidade da carga deve passar, o mais próximo possível, pelo eixo longitudinal (vertical) do corpo.
  • Manter a Carga Próxima do Corpo: Para o transporte de carga com os dois braços, deve-se mantê-la o mais próximo possível perto do corpo, na altura da cintura, conservando-se os braços estendidos.
  • Usar Cargas Simétricas: Sempre que possível, deve ser mantida uma simetria de cargas, com os dois braços carregando aproximadamente o mesmo peso.
  • Usar Meios Auxiliares: Os meios auxiliares devem ser usados para cargas de formas ou texturas que dificultem o manuseio. Isso inclui o uso de luvas, ganchos, cordas, correias e assim por diante.
  • Trabalhar em Equipa: O trabalho em equipa deve ser usado quando a carga for excessiva para uma só pessoa.

Procedimento Básico para o Levantamento de Cargas

  1. Separar bem os pés e distribuir bem o peso do corpo.
  2. Fletir os joelhos.
  3. Aproximar o corpo do objeto.
  4. Manter as costas e o pescoço alinhados.
  5. As pernas vão-se fletindo lentamente.
  6. Apoiar a carga nas mãos e não nos dedos.
  7. O objeto deve permanecer sempre próximo do corpo.
  8. Evitar torcer durante o movimento.

Ferramentas de Avaliação de Risco e Lesões Musculoesqueléticas

KIM (Levantar, Pegar e Transportar)

  • A avaliação destina-se basicamente às tarefas de movimentação manual relativa a um dia de trabalho. É necessário calcular valores médios se os pesos de carga e/ou posição mudam dentro de uma atividade individual. A análise de risco é baseada num modelo de dose: duração multiplicada pela intensidade.
  • Fórmula: (Carga + Posição + Condições de trabalho) * Tempo = Pontuação de Risco.

Riscos de Puxar e Empurrar

  • O sistema musculoesquelético é sujeito a sobrecarga no seu conjunto ao puxar e empurrar, mas em particular na área da mão-braço-ombro. No entanto, dependendo das aplicações de força e posições específicas, é também possível que a zona lombar, a anca e as articulações dos joelhos sofram sobrecarga severa. Uma vez que a força física é substancialmente mais baixa e mais variada quando se transporta ou carrega, é difícil verificar danos crónicos devidos a sobrecarga. Puxar e empurrar são operações típicas que implicam um risco para o sistema musculoesquelético em caso de sobrecargas imprevistas ou em consequência de impacto, deslize ou exercício imprevisto de grande força com mudança de direção ou ao parar.

Gráficos de Avaliação da Movimentação Manual – GAM (MAC)

  • Designação inglesa: Manual Handling Assessment Charts – MAC.
  • Consiste em avaliar os fatores de risco mais comuns em operações de elevação (levantar e baixar) e transporte (carregar e segurar). A classificação dos níveis de risco são obtidos a partir da observação e preenchimento do guia de avaliação segundo o código de cores, a partir deste obtêm-se o gráfico GAM.

Estrutura do GAM

Existem três tipos de avaliação que podem ser realizadas com o GAM:

  • Operações de elevação.
  • Operações de transporte.
  • Operações de movimentação em equipa.

Fatores avaliados:

  • A. Frequência/peso da carga.
  • B. Distância entre a mão e a região lombar.
  • C. Região de elevação vertical.
  • D. Torção do tronco e inclinação lateral.
  • E. Constrangimentos de posição.
  • F. Aderência à carga.
  • G. Superfície do pavimento.
  • H. Outros fatores ambientais.

Lesões Musculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT)

A ergonomia é entendida como o domínio científico e tecnológico interdisciplinar que ocupa da otimização das condições de trabalho visando, de forma integrada, a saúde e o bem-estar do trabalhador e o aumento da produtividade (Faculdade de Motricidade Humana Portuguesa).

Fatores Ergonómicos

  • Ambientais.
  • Postura.
  • Movimentação Manual de Cargas.
  • Lesões Musculoesqueléticas.

As lesões musculoesqueléticas (LME) são lesões causadas ou que se agravam devido à tarefa e/ou ambiente de trabalho. Constituem um conjunto de condições críticas que envolvem nervos, tendões e/ou estruturas de suporte. Este tipo de lesões pode variar consoante o seu grau de gravidade, ou seja, desde sintomas ligeiros e esporádicos a condições crónicas e incapacitantes. Existem as LMERT – Lesões Musculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho.

Fatores de Risco Profissionais Diretos no Posto de Trabalho

  • Postura.
  • Força.
  • Exposição a vibrações.
  • Exposição ao frio.
  • Repetição.
  • Períodos de recuperação inadequados.

Fatores de Risco Profissionais Indiretos no Posto de Trabalho

  • Organizacionais e Psicossociais.

Fatores de Risco Individuais

  • Idade.
  • Sexo.
  • Características Antropométricas.
  • Estado de Saúde.

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Ferramenta NIOSH

Permite avaliar e determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de trabalho.

Finalidade

  • Análise de postos de trabalho.
  • Perícias Ocupacionais.
  • Análise de riscos entre diversos postos.
  • Adequação à legislação.
  • Simulação de projetos de melhoria.

A equação de NIOSH só deve ser aplicada nas seguintes condições de análise:

  • Elevação feita com suavidade, ou seja, sem movimentos bruscos.
  • Condições térmicas e visuais favoráveis.
  • Boas condições mecânicas, isto é, piso plano e sem obstruções, favorecendo uma boa aderência do calçado.

Vantagens e Desvantagens do Método NIOSH

  • Desvantagens:
    • Não inclui circunstâncias imprevistas.
    • Assume que as atividades de levantamento e de abaixamento de pesos têm semelhante potencial para causar lesões lombares.
    • Não contempla se o ambiente físico for desfavorável, ou seja, a temperatura ou humidade relativa inferiores aos intervalos de 19° a 26°C ou a 35% a 50% HR respetivamente.
    • Não estão incluídas tarefas que impliquem elevações rápidas de objetos, ou seja, mais de 15 levantamentos por minuto.

Ferramenta Moore & Garg

  • Para uma melhor compreensão do método é necessário ter noção de alguns fatores inerentes, tais como, a repetição e a aplicação de forças.

Classificação das Tarefas

  • Automatizadas: Onde a tarefa é feita por uma máquina, motor ou equipamento.
  • Semi-automatizadas: Onde a tarefa é feita em parte por uma máquina e outra parte por um trabalhador.
  • Manual: Onde a tarefa é realizada inteiramente pelo trabalhador.

Vantagens e Desvantagens do Método Moore & Garg

  • Desvantagens:
    • O método Moore & Garg apresenta algumas limitações, nomeadamente em relação à previsão da ocorrência de algumas lesões, tais como as relacionadas com a compressão localizada ou as vibrações mão-braço e a existência de 3 variáveis que são subjetivas, o que com este método é necessário algum cuidado acrescido, pois não existe uma alternativa quantitativa.
    • O tipo de observação e registo deste método requer da parte do profissional treino, rapidez e experiência, nomeadamente o registo da variável rotação do corpo, ou seja, o ângulo de rotação.
  • Vantagens:
    • O método tem a seu favor a sua fácil implementação e de não necessitar de grandes investimentos para ser posto em prática, em termos de meios técnicos. Em contrapartida, relativamente aos recursos humanos, estes têm de ser qualificados, através de programas de formação teórico-prática.

Ferramenta Suzanne Rodgers

Este método foi desenvolvido por Suzanne e tem a finalidade de avaliar o risco da atividade realizada através de três componentes:

  • Esforço.
  • Duração do esforço.
  • Frequência do esforço.

Desvantagens do Método Suzanne Rodgers

  • Método semi-quantitativo.
  • Necessidade de avaliação das tarefas em separado.
  • Concentra-se apenas no ciclo dos músculos, em vez de no ciclo da tarefa.
  • O profissional necessita de informação do posto de trabalho previamente.

Vantagens do Método Suzanne Rodgers

  • Simples e de fácil uso.
  • Necessidade de cooperação por parte do trabalhador para estabelecer a avaliação.
  • Avaliação de todos os músculos do corpo.
  • Estímulo da discussão sobre o posto de trabalho durante a avaliação.
  • Não é um método unidimensional, as interações que estimulam a fadiga são avaliadas.
  • Sugere estratégias para melhorar as tarefas durante a avaliação.

Localização de Áreas Dolorosas

Um diagrama proposto por Corlett e Manenica (1980), dividindo o corpo humano em diversos segmentos, facilita a localização de áreas em que os trabalhadores sentem dores.

  • Munido desse diagrama, o analista de trabalho entrevista os trabalhadores ao final de um período de trabalho, pedindo para eles apontarem as regiões onde sentem dores.
  • A seguir, pede-se para que eles avaliem subjetivamente o grau de desconforto que sentem em cada um dos segmentos indicados no diagrama.
  • O índice de desconforto é classificado em 8 níveis, que varia do nível zero para "extremamente confortável", até o nível sete para "extremamente desconfortável", marcadas linearmente da esquerda para direita.

Condições que Levam a LMERT

  • Executar o mesmo movimento ou padrão de movimentos em poucos segundos, durante mais de duas horas seguidas.
  • Manter partes do corpo em posturas fixas ou forçadas, por mais de duas horas durante um turno de trabalho.
  • Utilização, durante duas ou mais horas, de ferramentas que produzem vibrações.
  • Realização de grandes esforços durante duas ou mais horas seguidas.
  • Levantamento manual de cargas com muita frequência ou em situações de sobre-esforço.

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