Brasil Colonial: Pré-Colonial, Capitanias e Holandeses
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Período Pré-Colonial (1500-1530)
O maior interesse dos portugueses era o comércio com as Índias. A descoberta do Brasil revelou a falta de metais preciosos, mas a abundância de Pau-Brasil. Este período foi marcado por expedições exploradoras e militares, além de invasões estrangeiras no Brasil para a comercialização do Pau-Brasil.
Invasões Estrangeiras e Parcerias
Em 1555, uma expedição militar francesa, chefiada por Nicolau Durand de Villegaignon, instalou-se na Baía da Guanabara (na atual cidade do Rio de Janeiro), fundando a França Antártica. Os franceses aliaram-se às populações nativas e começaram a comercializar gêneros da terra com a Europa. Após alguns anos de combates, os franceses foram definitivamente expulsos pelos portugueses, que fundaram, em 1565, São Sebastião do Rio de Janeiro. Posteriormente, entre 1612 e 1615, os franceses criaram uma colônia no Maranhão, chamada França Equinocial.
Capitanias Hereditárias
As Capitanias Hereditárias foram uma forma de administração territorial empregada por Portugal pela primeira vez nos Açores e na Ilha da Madeira. Os portugueses as utilizaram no Brasil como uma forma de posse das terras brasileiras. O sistema fracassou porque as capitanias eram muito grandes e seus donos não conseguiam administrá-las. Houve uma divisão em 15 lotes. O Donatário tinha o direito sobre a terra, o dever de garantir a defesa e cobrir todos os gastos da colonização. O fracasso do sistema de capitanias deveu-se à falta de interesse em sair de Portugal e aos ataques indígenas. Pernambuco foi um investimento bem-sucedido do Donatário.
Crise e Descobertas na América Espanhola
Este período também foi marcado por uma crise no comércio com as Índias e pela descoberta de prata na América Espanhola, o que influenciou as políticas coloniais.
União Ibérica e a Presença Holandesa no Brasil
A morte do jovem rei português D. Sebastião, em 1578, solteiro e sem herdeiros para a Casa de Avis, tornou concreta a possibilidade de união de Portugal à Espanha, que desde 1516 estava sob o comando da Casa dos Habsburgo. Houve um rompimento do acordo diplomático entre Portugal e Holanda, pois a Espanha era inimiga da Holanda devido à sua independência. Consequentemente, os holandeses não podiam mais fazer comércio de cana-de-açúcar. As articulações econômicas com as colônias espanholas, propiciadas pelo tráfico transatlântico de escravos, foram um fator importante para a união das coroas ibéricas.
Início da União Ibérica
Filipe II invadiu Portugal em 1580. Portugal sofria com uma crise política, facilitando a anexação.
A Presença Holandesa no Brasil
Os holandeses tentaram manter o comércio com os portugueses. Em 1624, houve uma invasão holandesa na Bahia. Em 1630, os holandeses chegaram a Pernambuco. De 1637 a 1644, o governo de Maurício de Nassau em Pernambuco realizou reformas urbanas em Recife. Ele trouxe diversos artistas, concedeu liberdade religiosa e empréstimos aos produtores de açúcar. Os motivos da saída de Nassau em 1645 incluíram o fim dos créditos aos senhores de engenho e a crescente concorrência dos holandeses na produção de cana-de-açúcar, que culminou na expulsão dos holandeses do Brasil.
Guerra Contra os Holandeses
Quando a União Ibérica se iniciou, a Espanha já enfrentava a Guerra de Independência das Províncias Unidas dos Países Baixos, mais conhecidas em língua portuguesa como Holanda (a mais importante de suas sete províncias). Protestantes em sua maioria, os holandeses levantaram-se contra a Espanha por razões religiosas e econômicas.
Conquista de Pernambuco e o Governo de Nassau
Diante do sucesso comercial e militar da Companhia das Índias Orientais, em 1621, os holandeses fundaram em Amsterdã uma companhia semelhante, a Companhia das Índias Ocidentais, destinada à conquista do espaço atlântico. O foco era o complexo açucareiro-escravista. Maurício de Nassau foi enviado pela Companhia das Índias Ocidentais para administrar os domínios holandeses no Nordeste. Ele se voltou para a conquista de regiões da África controladas pelos portugueses que enviavam cativos para a América. Seu governo foi marcado pela tentativa de controlar o complexo açucareiro-escravista.
Produção Artística e o Domínio Holandês
Uma vez estabelecido o governo holandês em Pernambuco, a tarefa de dominar uma nova paisagem geográfica, econômica, social e cultural persistiu. Uma das formas de "domesticar" esse panorama, de melhor conhecê-lo para melhor explorá-lo, foi a contratação de artistas holandeses encarregados de representá-lo em pinturas e mapas.
O Papel do Capitão Donatário
As responsabilidades do Capitão Donatário incluíam:
- Colonizar: Desenvolver a produção legal de cana-de-açúcar.
- Proteger: Garantir a defesa do território.
- Administrar: Fazer comércio com os indígenas e os holandeses.
- Organizar: Montar um aparato jurídico e executivo.
- Estimular: Promover o povoamento das capitanias e a comunicação.
Liberdade Religiosa no Governo de Nassau
Durante sua permanência no Brasil, os holandeses empregaram no trato com as religiões a mesma lógica aplicada no terreno das artes. Majoritariamente protestantes, mas zelosos com os interesses econômicos e políticos, judeus, cristãos-novos e católicos desfrutaram de um ambiente de considerável liberdade durante o governo de Nassau.
A Dupla Restauração da Década de 1640
Divergências com a Companhia das Índias Ocidentais resultaram no retorno de Nassau à Holanda. Com as mudanças, as dificuldades econômicas enfrentadas pelos colonos portugueses que haviam contraído vultosos empréstimos, somadas ao descontentamento com o domínio protestante, estimularam a articulação do levante luso-brasileiro contra o domínio holandês. Em 1640, as grandes casas aristocráticas revoltaram-se contra a Espanha. Terminava o domínio espanhol e inaugurava-se, assim, a dinastia dos Bragança.
Concorrência do Açúcar das Antilhas
Os colonos franceses e ingleses que se estabeleceram nas Antilhas no início do século XVII passaram a produzir açúcar em larga escala, com técnicas aprendidas em Pernambuco. Com isso, quebrou-se o monopólio que o Brasil exercia no mercado mundial do açúcar desde o final do século XVI.
Colonização da América Espanhola
A colonização espanhola na América Central foi marcada pela conquista de diversas regiões e pela resistência dos povos que as habitavam. Suas mortes ocorreram devido a guerras, doenças e trabalhos forçados.
Os Habitantes do Caribe
Os caraíbas e os taínos, inimigos entre si, eram os principais grupos indígenas que habitavam as ilhas do Caribe. Ambos resistiram à ocupação. As guerras, as doenças trazidas pelos europeus e o regime de trabalhos forçados, porém, praticamente os dizimaram.
Espanhóis Chegam ao México
Cortés partiu de Cuba em 1519 e desembarcou no litoral do Golfo do México, a oeste de Yucatán. A luta começou de fato em 20 de maio de 1520. Soldados espanhóis invadiram o Templo Maior, em Tenochtitlán, durante uma cerimônia religiosa e massacraram as pessoas que lá estavam. Doenças como a varíola também abalaram o Império Asteca. Montezuma morreu cerca de um mês após a matança do Templo Maior.