Brasil: Sertanejo e Caipira

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O Brasil Sertanejo

É o mundo do gado e do couro. Dele dependem para tudo. Ambos regulam a vida do sertanejo. A área em que vaquejam e tropeiam é imensa. Passada a zona florestal, tanto no Norte como no Nordeste, abrem-se planícies colossais que se estendem do agreste ao semiárido, alargando-se para o Mato Grosso e para a zona do Pantanal (mais de 1.600 mil km²). Foi desbravada pelas monções de bandeirantes e de garimpeiros que ocuparam a região com suas mangueiras para o gado e suas casas de palha.

O sertanejo é um perito em gado e sabe como se defender na caatinga, traiçoeiro mato de espinhos que o embosca e o fere a qualquer descuido. Eles estão entre os principais descobridores do interior do Brasil. Toda a região do Centro-Oeste foi incorporada ao território nacional em razão da expansão do gado e do vigilante sertanejo, homem ágil e destro nas lides do campo (nos dias presentes, o Centro-Oeste abriga 70 milhões de cabeças de gado). Outro braço do sertanejo voltou-se para o garimpo, para a extração das pepitas de ouro, exploradas desde o século XVIII. O que lhes aterroriza são as secas que matam seu sustento e espantam qualquer outra atividade. Mantém uma relação de "respeito e deferência" com o seu patrão e qualquer desacerto vê-se na obrigação de imigrar para um centro urbano qualquer.

Levantes semimessiânicos ocorreram em diversas oportunidades, sendo que o mais retumbante foi o de Canudos (1895-1896), ocorrido no sertão da Bahia. O sertão também abrigou um tipo de banditismo próprio: o do cangaço. Modo de vida criminosa dos desgarrados até serem exterminados em 1938 com a morte do Capitão Virgulino, dito "Lampião", e de seu bando.

Mais recentemente o sertanejo teve uma nova atividade a sua frente: as enormes lavouras de soja que se espalharam por toda a região do Cerrado, o que proporcionou ao Brasil uma adesão ao moderno agronegócio, graças à tecnologia e labor dos habitantes daquela área.


O Brasil Caipira

Esparramados pelo planalto paulista, começando praticamente do nada, primeiro emergiram os índios abrasileirados, ditos mamelucos, em meio a um número insignificante de brancos.

O catecismo lhes fora ensinado pelos jesuítas, fundadores do Colégio de São Paulo (1554), e dali partiram para o sertão em canoas atrás do nativo reduzido pelas missões. Estas empresas de assalto e subjugação levavam consigo, ao longo do século XVII, de 2 a 3 mil integrantes, armados com arcabuzes, lanças e facões.

Eram os deserdados do Brasil, apesar de terem descoberto ouro e demais coisas preciosas (entre 1690 e 1725). Encerrado este ciclo, após terem sido expulsos das minas pelos emboabas (1710), dedicando-se ao café, mudaram a sua vida e a do País. Naqueles primórdios, entre Salvador da Bahia e Buenos Aires nada havia de mais civilizado senão que São Paulo.

A Zona do Ouro e Diamante cresceu e atraiu milhares de aventureiros. O bandeirante sumiu e as vilas se estenderam de Minas (Vila Rica) até o Mato Grosso (Cuiabá).

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