A Busca da Verdade em Agostinho e a Dialética Socrática
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 2,87 KB
Agostinho e a Busca da Verdade
A obra de Agostinho é marcada por uma intensa busca da verdade. Essa busca o levou ao cristianismo, depois ao neoplatonismo e, em seguida, ao contato com o ceticismo. Agostinho observou que a dúvida dos céticos se devia aos enganos dos sentidos. Porém, ele não buscava a verdade nos sentidos, mas sim no espírito. Logo, ressaltou o fato de ser capaz de duvidar e perceber-se errando.
Para ele, a certeza da própria existência devia-se ao fato de pensar e pensar-se a si mesmo. Assim como Descartes, Agostinho tentou, através de engenhosa argumentação, buscar provas empíricas da sua própria existência. Na observação do pensador cristão, o erro é a revelação da própria essência do ser humano. O homem é, sobretudo, um ser errante e seus erros uma prova incontestável de sua existência.
Parmênides, Heráclito e a Percepção da Realidade
Parmênides acreditava que a percepção do movimento não passa de engano dos sentidos, sendo a identidade das coisas acessível apenas ao pensamento. Heráclito acreditava, ao contrário, que a ilusão consistia em crer na identidade, pois considerava o devir e a transformação marcas de todas as coisas.
Sócrates e a Busca do Autoconhecimento
Um dos motivos para o destaque do pensamento socrático foi a tentativa que ele representou de compreender o homem em sua essência. Sócrates expressava a importância dessa busca, repetindo frequentemente a frase "conhece-te a ti mesmo", que retirou da inscrição de uma das paredes do templo destinado a Apolo em Delfos.
Entendendo a razão como principal elemento constituinte da natureza humana, o responsável pelo acesso ao verdadeiro conhecimento e à verdade virtude, utilizando-se de um método dialógico baseado em perguntas, Sócrates procurava desfazer a falsa imagem que as pessoas guardavam de si mesmas, para trazer à luz novos conhecimentos.
Doxá (opinião) - um conhecimento imperfeito e ligado ao contexto sensível / episteme (ciência) - o conhecimento inteligível e verdadeiro. Essa conquista dependeria da autocontemplação da alma, quando esta fosse capaz de reconhecer a sua própria essência inteligível.
A Dialética Socrática-Platônica
A dialética socrática-platônica era entendida como um meio para superar o conhecimento sensível rumo ao inteligível, ou seja, para passar da doxa para a episteme.
Ironia e Maiêutica
O método socrático é dividido em dois momentos: a ironia e a maiêutica. Com a ironia, Sócrates pretendia desmascarar seus interlocutores, demonstrando que ignoravam aquilo que julgavam saber e, por meio de perguntas, demonstrava que eles estavam presos a meras opiniões, distantes do verdadeiro conhecimento das essências. Quando essa revelação era aceita, tornava-se possível iniciar a maiêutica.