A Busca pela Verdade: Reflexões Filosóficas

Enviado por Niqinhaz e classificado em Filosofia e Ética

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Ser é tudo o que é real, tudo o que possui realidade, tudo o que cabe no mundo, tudo o que existe. Porém, a realidade é questionável e já filósofos a questionaram, estabelecendo definições para esta. Primeiramente, tudo o que podemos dizer ou simplesmente é algo fora de nós, trata-se do mundo físico, enquanto o que está dentro é o mundo psicológico. Logo, existem dois mundos: o exterior e o interior.

Apesar das diferentes formas de realidade que nos aparecem, esta é sempre expressa e estruturada por um sistema de linguagem, pois para expressarmos algo fazemos uso de conceitos e para expressar usamos palavras, dizendo, assim, através da língua, o que pensamos da realidade e, assim, enviamos ao outro as nossas impressões do mundo.

Como é possível detectar, nem tudo tem uma solução nítida, acabada, disponível, à espera de ser encontrada pelo Homem. O mais frequente é ter que ser o próprio homem a estabelecer a verdade, com o uso dos seus meios, mas isto não é tarefa repentina e necessita de muito trabalho (dúvidas, debates e trabalhos).

Principalmente em relação às verdades que mais importam ao homem, é necessário percorrer um trajeto para as opiniões serem discutidas, analisadas, confrontadas com outras e devidamente fundamentadas. Só por fim, uma será escolhida como possível, o que não significa que seja definitiva nem que seja única, o que pode conduzir ao retomar de todo o processo argumentativo.

Se há áreas em que os enunciados são aceites pela generalidade das pessoas, tal não acontece no âmbito das relações sociais e humanas, área em que as proposições escapam à dicotomia do verdadeiro e falso. No domínio da moral, direito, estética e política, as proposições apenas traduzem opiniões meramente plausíveis, pelo que é imprescindível recorrer à argumentação a fim de chegarem ou não a ser aceites como verídicas. A verdade fica neste campo entregue aos seres humanos, que terão de decidir, em cada caso, em que é que ela consiste.

Decidir em que consiste a verdade não é algo arbitrário, mas tarefa subordinada a uma ética. Enquanto discurso norteado pela verdade, a filosofia trairia a sua vocação essencial se não fizesse um uso ético da retórica. Deste modo, o filósofo terá que:

  • Ser autónomo, ultrapassando preconceitos e interesses de ordem pessoal;
  • Racional, apresentando argumentos que se dirijam ao logos das pessoas;
  • Crítico, recusando-se a ceder a razões passionais por mais convincentes que pareçam;
  • Tolerante, admitindo e incentivando os pontos de vista dos outros mesmo que diferentes dos seus.

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