Câncer Gástrico: Fatores de Risco, Tipos e Diagnóstico
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O câncer gástrico pode apresentar tumores malignos ou benignos e de origem epitelial ou conjuntiva. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma, de patogenia multifatorial.
Epidemiologia
- É o segundo câncer mais comum do tubo digestivo.
- Mais frequente em homens do que em mulheres (proporção de 1,6:1).
- A incidência é maior entre os 50 e 70 anos.
- Países com alta incidência: Japão, Rússia, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Chile.
- No Paraguai, é a terceira causa de morte por neoplasia digestiva, com topografia predominante no terço superior (proximal).
Fatores de Risco e Condições Associadas
A dieta é considerada um fator importante na possibilidade de desenvolver um câncer gástrico do tipo intestinal.
Fatores Dietéticos
- Consumo de enlatados, carnes processadas, salgados, sal, nitritos e nitratos.
- Ingestão de alimentos muito quentes.
Fatores Hereditários
- Grupo sanguíneo A.
- Polipose.
- Antecedentes familiares (risco 2x maior).
- Raça negra.
Condições Associadas e Lesões Pré-cancerosas
- Adenomas gástricos.
- Anemia perniciosa.
- Gastrite crônica atrófica.
- Gastrectomia prévia.
- Úlcera péptica gástrica (1-2% dos casos).
- Imunodeficiência.
- Pólipos hiperplásicos.
- Metaplasia intestinal.
- Displasia epitelial.
Progressão para Adenocarcinoma
Mucosa normal → (Infecção por H. pylori, Dieta, etc.) → Gastrite crônica ativa → Gastrite crônica atrófica → Metaplasia intestinal → Displasia → Adenocarcinoma intestinal.
Anatomia Patológica e Classificações
Penetração na Parede Gástrica (Classificação de Bormann)
- Precoce: Atinge a mucosa e submucosa.
- Avançado: Invade a camada muscular, serosa e órgãos vizinhos.
Classificação Histológica (Broders)
- Diferenciado: Papilar, tubular.
- Indiferenciado: Mucocelular, anaplásico.
Classificação de Lauren
- Intestinal: Relacionado à dieta e infecção por H. pylori (adquirido).
- Difuso: Estacionário, considerado carcinógeno classe 1.
Classificação de Kajitani
- Superficial: Graus 1, 2 e 3.
- Localizado: Vegetante e ulcerado.
- Intermédio: Ulcerado.
- Infiltrante: Ulcerado, difuso, vegetante.
Disseminação do Tumor
- Linfática: Metástase para a curvatura maior e menor, com progressão para os gânglios do hilo hepático e para-aórticos, ducto torácico e gânglio supraclavicular esquerdo.
- Hemática: Leva células tumorais ao fígado e pulmão.
- Transperitoneal: Compromete toda a cavidade abdominal e pélvis.
Quadro Clínico
Os sintomas mais comuns incluem:
- Dor epigástrica (75%).
- Sensação de plenitude pós-prandial.
- Dispepsia, acidez e pirose.
- Sangramento ou anemia (em tumores exofíticos ou vegetantes).
- Dor tipo cólica e mau esvaziamento gástrico (em tumores distais).
- Vômitos.
- Disfagia (em tumores proximais).
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio de endoscopia e exames de imagem. Na maioria das vezes, é tardio por ser assintomático no início. Cerca de 75% dos pacientes referem sintomas de doença péptica, como dor epigástrica, náuseas, vômitos, anorexia e hemorragia.
Detecção Precoce
Programas de controle em massa são estratégicos para a população geral visando a detecção precoce.